Allan Kardec - O Livro dos Espíritos - 3ª Parte - Das leis morais - Cap. X - 9. Lei de liberdade
Liberdade natural
828. Como se podem conciliar as opiniões liberais de certos homens com o despotismo que costumam exercer no seu lar e sobre os seus subordinados?
“Eles têm a compreensão da lei natural, mas contrabalançada pelo orgulho e pelo egoísmo. Quando não representam calculadamente uma comédia, sustentando princípios liberais, compreendem como as coisas devem ser, mas não as fazem assim.”
828-a. Ser-lhes-ão, na outra vida, levados em conta os princípios que professaram neste mundo?
“Quanto mais inteligência tem o homem para compreender um princípio, tanto menos escusável é de o não aplicar a si mesmo. Em verdade vos digo que o homem simples, porém sincero, está mais adiantado no caminho de Deus, do que um que pretenda parecer o que não é.”
Allan Kardec
O Livro dos Espíritos comentado pelo Espírito Miramez
Questão 828 comentada
A palavra é força poderosa em todas as suas ressonâncias, no entanto, nem sempre o que se fala corresponde à vivência. É muito comum a criatura anunciar certas verdades, porém, se encontrar longe delas. Grandes homens comumente são liberais com os estranhos e carrascos com a própria família. Esforçam-se e, por vezes, sofrem para parecerem o que não são para os outros, por simples necessidade de manter a posição, mas os pensamentos que partem da sua realidade interna agitam em direção àqueles que vivem com eles, desfazendo dos esforços alheios que os ajudam no dia-a-dia. Esta é a verdade, entretanto, a vida não os despreza, procurando daqui e dali meios de os educar, pois este é o destino de todas as almas criadas por Deus.
A teoria quase sempre vem primeiro para os estudiosos da verdade, e os teóricos sabem das leis, mas não as vivem. É dessa falta que eles sofrem as conseqüências, que a mesma lei os castiga sem remissão. Os agentes de Deus têm tolerância para com essa faixa de almas, que representa quase toda a população da Terra, por saberem que não irão viver nessa postura eternamente. Algum dia, usarão as suas próprias forças para se corrigirem. As almas iluminadas, voltando ao passado, observamos que elas também passaram pelos mesmos processos de reajustamento espiritual. O "não julgueis para não serdes julgados" é ponto divino sobre como amar, ainda mais aos que não despertaram para o amor.
O Mestre dos mestres, que poderemos considerar como o canal da misericórdia para a humanidade, aliviava as faltas dos homens e, por vezes, lhes perdoava os pecados, não no sentido exato da palavra, porque misericórdia é alívio. Ele dizia quase sempre quando curava um enfermo: "Vai, e não tornes a pecar". E Lucas anotou no capítulo cinco, versículo vinte e três:
Qual é mais fácil, dizer:
Estão perdoados os teus pecados, ou levanta-te e anda?
Jesus aplicava todos os meios possíveis para aliviar e mesmo curar os enfermos dos seus males. Ò Senhor era liberal com todas as criaturas, por saber que todos são iguais, na igualdade com que Deus os criou. Os mais adiantados nos caminhos da espiritualidade são aqueles que usam teoria, sem esquecerem o esforço de viver o que falam e pregam aos outros. Podemos observar nesse tipo de Espírito a maturidade à vista.
Aquele que pretende parecer desperto em seus valores e não o é, engana-se a si mesmo, mas, como todo engano é breve, ele mesmo desconfia do seu comportamento, e a dor, os infortúnios e todos os tipos de problemas, fazem com que ele modifique o modo pelo qual vive, ganhando condições no trabalho de libertação, para se libertar definitivamente.
Deus sabe, e todos os benfeitores espirituais reconhecem, que não existe outra marcha em se estudando a ascensão dos Espíritos. Os recursos que têm para educar os homens, visam mostrar que devem se esforçar para melhorar, porém, sabemos que isso se processa passo a passo, na esteira do tempo.
Convém notar que todos passam por esses processos, e quem mais sabe disto é o Criador. Em todos os lances de Jesus, quando esteve na Terra junto aos homens, sentimos a irradiação da sua tolerância para com aqueles que descuidam da vivência das leis naturais, e isso ocorreu com os próprios discípulos do seu coração.
A liberalidade e a fraternidade devem ser exercitadas em todas as direções do viver, para que a vida se torne o verdadeiro amor.
Miramez
Filosofia Espírita – Volume XVII - João Nunes Maia
Cap. 12 - Liberdade
Fontes: Kardecpedia; O Livro dos Espíritos comentado pelo Espírito Miramez; Filosofia Espírita – Volume XVII-pdf
Gostaria de receber mensagem de Alan Kardec, pra aprimorar meus conhecimentos, tenho vontade de aprender tudo sobre o espiritismo
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