Emmanuel - Livro Nós - Chico Xavier - Cap. 18
Como falas? Como escreves?
“E tornando a inclinar, escrevia na terra.” — (JOÃO 8:8)
Quanta gente não abusará dos recursos da escrita, por veicular imposições e difundir enganos na Terra?
Quantos Espíritos, mesmo desencarnados, valem-se dessa possibilidade para atender a venenosos caprichos individuais?
Aqui escreve-se para a consecução de determinados objetivos inferiores, além, aproveitam-se publicações para o mercado de propósitos subalternos.
Quantas vezes, nós mesmos, teremos movimentado o jornal ou o livro, pretendendo impor nossa interpretação individual?
Quem escreve precisará lutar contra numerosas leviandades que ameaçam o espírito. É indispensável guardar-se todos os dias. E, nessa vigilância justa, será razoável lembrar a posição de Jesus que não deixou livros ou pergaminhos, legando-nos, apesar disso, os tesouros da vida imperecível.
Importa considerar, no entanto, que o Mestre Divino escreveu na terra. Nunca encontraste o simbolismo profundo desse gesto de Cristo?
Quem poderá passar no planeta sem grafar alguma ideia nos caminhos do mundo? Nem todo homem gravará páginas, mas todos escreverão na Terra a história de sua passagem comum.
No campo, traçará leiras, plantará árvores, modificará paisagens; nas cidades construirá oficinas, instituirá universidades, levantará edifícios.
A Terra é o grande livro que o Senhor nos deu aos serviços de formação espiritual.
Ainda que não percebas, estás escrevendo diariamente. Se és a criatura de entendimento frágil, se ainda não tens o contato com os ensinamentos do Cristo, não te descuides da escrita diária.
Vê o que gravas nas páginas da vida. Tuas mãos e atitudes gravam sempre, a todo minuto, com as tintas luminosas ou sombrias do coração.
A Terra está registrando o que fazes. Não manches o livro que o Pai nos confiou.
Emmanuel
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