sexta-feira, 23 de outubro de 2020

Manoel Philomeno de Miranda - Livro Amanhecer de uma nova Era - Divaldo P. Franco - Cap. 15 - Intervenção Oportuna




Manoel Philomeno de Miranda - Livro Amanhecer de uma nova Era - Divaldo P. Franco - Cap. 15


Intervenção Oportuna


Naquela mesma noite, ao estarmos reunidos, os trabalhadores de ambos os planos, conforme sucedera anteriormente, aguardamos que os obreiros de outras sociedades atingidas pela fúria dos asseclas do rabino Sadoch, trouxessem alguns deles, os mais destacados, à nossa reunião mediúnica.

Em poucos minutos, encontravam-se cinco entidades rancorosas, de aspecto grosseiro, semiadormecidas, e um grupo de outras, igualmente portadoras de expressão fescenina, relutando nas faixas vibratórias que as envolviam e as conduziram ao nosso recinto.

Aberta a reunião pelo diretor Hermano, os médiuns Celestina e Marcos entraram em transe profundo, atraindo à comunicação dois dos convidados indigitados, que despertaram fixados aos seus períspiritos em expansão, ocorrendo simultaneamente a psicofonia torturada e a agressiva. Marcelo e Dr. Bezerra cuidaram de os atender de imediato, o nosso mentor elegendo o rabino Melquisedec que se comunicava pela senhora transfigurada.

Percebemos que toda a sala foi tomada por expressivas defesas fluídicas, mantendo os estranhos visitantes dentro do seu campo, de modo que podiam ouvir e acompanhar todos os detalhes das comunicações dos seus líderes em rebeldia compreensível.

O rabino, à semelhança do chefe, anteriormente, blasonou:

— Somente por meio da traição é que os covardes discípulos do Cordeiro conseguem alcançar-nos, ignorando, propositalmente, que também temos direitos diante das leis que vigem no Universo...

— Sem dúvida — ripostou Dr. Bezerra - o mesmo direito que têm concedido àqueles que lhes caíram nas malhas perversas. .. Direitos que se atribuem de ferir e atormentar, de gerar embaraços à obra do bem, de infelicitar...

O irmão encoraja-se a chamar-nos traidores, nós que usamos os recursos da oração e da misericórdia, comparados com os seus mecanismos de injúria, crueza e ódios com os quais intoxicam os incautos e os arrastam aos seus presídios hediondos, em processos obsessivos pungentes...

— Temos o direito de obedecer às autoridades da nossa crença — exasperado, reagiu, o comunicante -. Não fora pelo dever de seguir as suas ordens e não encetaríamos essa luta demorada e aterrorizante.

— Diz muito bem, que se encontra a serviço de um espírito infeliz, que acaba de render-se à verdade, submetendo-se à mansidão de Jesus.

— Não houve qualquer submissão, mas imposição de maneira arbitraria, em face do método execrável que foi utilizado para detê-lo na armadilha soez que lhe prepararam. 

— O amigo encontra-se equivocado. O senhor rabino Sadoch veio espontaneamente e adentrou-se em nosso reduto guiado pelo seu instinto de destruição, sendo vítima da própria presunção... Ele deveria saber que esta Casa tem orientação e obedece a um programa elaborado pelo Senhor da Vida, e que sua tentativa de invasão resultaria infrutífera, correndo o risco de tombar nas próprias malhas do atrevimento. Encorajado, porém, pelo sucesso que alguns dos seus seguidores alcançaram aqui como em outros núcleos de amor, não se deteve ante a impetuosidade de resolver os seus propósitos inferiores de uma só vez sob a ferocidade da própria violência...

— Afinal, que esperam de nós outros, que nada temos com esta sua Casa?

— Certamente, os senhores nada têm contra a nossa Casa, mas encontram-se dominados pela fúria em favor do enfrentamento com os servidores de Jesus, aos quais armam ciladas, agridem-nos, seduzem-nos com os seus cantos de sereia, para arrastá-los de maneira inclemente para a sua dominação...

— É que a promessa desse Crucificado que se dizia nosso Messias, é falsa e hedionda, havendo gerado na História perseguições cruentas contra a raça eleita por Jeová, sendo um falso profeta que foi justiçado conforme merecia... É natural, portanto, que nos levantemos em todos os tempos contra Ele, por meio dos seus infelizes herdeiros e divulgadores da grande mentira. Não descansaremos enquanto não modificarmos as estruturas da verdadeira doutrina exarada na Tora e nos demais livros sagrados de nosso povo...

— Ouvindo o irmão assim referir-se, tem-se ideia de que se encontra com razão, quando a habilidade sofista lhe toma o raciocínio. Jesus é o Messias de Deus, não somente para Israel, mas para toda a Humanidade. Ninguém como Ele viveu tão integralmente a verdade, nem mesmo qualquer profeta que O antecedeu ou sucedeu, porquanto todos aqueles que vieram anunciá-Lo estavam aquém da Sua grandeza. Foi Ele quem se levantou para atender o poviléu desprezado pelos preconceitos mentirosos das classes sociais cultivadas pela tradição e preservadas nas sinagogas... A Sua capacidade de amar e de perdoar jamais se apresentou em alguém que se Lhe equipare.

As perseguições a que se refere, não foram de Jesus, mas dos exploradores que se apossaram dos Seus ensinamentos e os converteram em força e poder temporais, distantes dele, que foi muito claro, quanto aos compromissos para com Deus e os outros para com Mamom. Optaram, enlouquecidos pelo mundo, fugindo dele e desprezando-O... 

Não se pode julgar e condenar o povo israelense pelo crime que foi perpetrado pelos infelizes do Sinédrio e da governança romana, da mesma forma que também não se podem acusar todos os indivíduos de insânia pela crueldade mantida nas guerras ancestrais contra os filisteus, de outros povos destruídos, dos adoradores de Baal, assim como de outros deuses. Uma religião que não cultiva a misericórdia, nem a compaixão, um povo que não respeita o direito dos outros povos, não merecem consideração, tornando-se execráveis os seus atos, mas dando-se chance aos seus descendentes que não são responsáveis pela hediondez dos seus antepassados. De igual maneira, não se pode responsabilizar o Mestre da compaixão pelos crimes cometidos por aqueles que O traíram através dos tempos, infligindo perseguições e danos a todos quantos os desagradavam.

Simultaneamente, o dialogador Marcelo esclarecia o outro vingador com palavras algo equivalentes, enquanto os ouvintes, agora atentos, acompanhavam os diálogos, especialmente o do Dr. Bezerra com o rabino Melquisedec.

- O irmão pode observar que os novos discípulos de Jesus, nas trilhas do Espiritismo, vêm tentando restabelecer a pureza e elevação dos princípios por Ele propostos no amor e na caridade, no carinho para com o próximo, especialmente em relação àqueles que são infelizes, que experimentam tormentos de qualquer natureza...

- Tudo isso faz parte da grande farsa - retrucou, ainda colérico.

Parecia que, sentindo-se atingido pelo verbo fluente e verdadeiro do benfeitor, banhado pelas vibrações de bondade e de compaixão para com ele, optava por manter a agressividade por falta total de argumentos que justificassem o infeliz comportamento.

- Não temos outro interesse que não seja o seu e o bem--estar de todos aqueles que se encontram sob a constrição do ódio e da amargura.

— Você é que pensa isso, porque nos encontramos felizes nos propósitos e desempenhos que nos permitimos.

— Além de ser infiel à verdade, o irmão é insolente e presunçoso, porque ninguém pode estar feliz enquanto persegue, explora e trabalha pela desdita de outro.

Desejamos adverti-lo que todo o mal que se faz, reverte-se em mal para si próprio. Do contrário, consultemos o Gênesis, no seu capítulo 15, versículos 15 e 16, que assevera: "Quanto a ti, em paz irás para os teus pais, serás sepultado numa velhice feliz. E na quarta geração que eles voltarão para cá, porque até lá a falta (entenda-se o crime praticado) pelos amorreus não terá sido paga".

Equivale dizer que enquanto não seja resgatado o erro, não se poderá retornar ao seio de Iavéh. 

Vejamos, quando o amigo desencarnou, quando morreram as suas carnes e a vida orgânica cessou no túmulo... para onde seguiu? Qual o paraíso que o recebeu, embora se considere um bom pastor que deveria ter sido para o seu povo? O ódio inclemente devorou-o, não deixando qualquer vestígio do conhecimento espiritual, empurrando-o para o abismo em que se encontra até hoje, vários séculos transcorridos. Que doutrina é essa, incapaz de ajudar o seu fiel no momento mais grave da sua existência de ser imortal?

Aproveite este instante para refletir e reconsiderar as atitudes cruentas que vem mantendo e os propósitos infelizes contra Jesus, representado nos seus humildes seguidores sedentos de amor e de piedade. A reencarnação, conforme exarada no texto do Gênesis, a todos se nos impõe e ninguém se lhe furtará, por ser uma lei universal. De um para outro momento o Senhor dos mundos convoca-nos para o retorno ao corpo, e como renascerá o amigo e irmão? Como poderá fugir à Lei divina?

Esta é a oportunidade, sua e de todos aqueles que se encontram nesta guerra sem vencedores, do mal contra o bem, da violência contra a pacificação, do ódio contra o amor. Até quando se prolongará a grande noite que os envolve?

O benfeitor falava a todos os presentes convidados e trazidos para essa ocasião culminante.

Ouviram-se, de imediato, choro e exclamações, objurgatórias, súplicas de amparo, que eram atendidas pelos cavaleiros templários e pelos trabalhadores do Evangelho das instituições em pauta, recolhendo-os com ternura e cuidando das suas dores no despertar doloroso...

Tocando a fronte da médium com infinita bondade, Dr. Bezerra concluiu:

— Somente por intermédio da coragem de rever a própria situação, é que o ser encontra-se consigo mesmo, para depois encontrar-se com Deus.

O irmão não está sendo julgado, nem censurado, antes estamos convidando-o à mudança de atitude, ao encontro com a felicidade que a todos nos aguarda.

A mão do mentor que tocava o chacra cerebral do enfermo, por intermédio da médium sonambúlica, iluminou-se gloriosamente e os raios penetraram a organização espiritual do demente, fazendo-o explodir numa cascata de lágrimas e de lamentações, qual criança desprotegida.

— Socorro, Senhor Deus de Israel1.

E pôs-se em lágrimas a murmurar o salmo 106, repetindo o versículo 1: Louvai ao Senhor: "Louvai ao Senhor, porque Ele é bom; porque a sua benignidade é para sempre"...

E, auto afligindo-se, completou:

- Mas eu sou infeliz e desgraçado, que não segui as orientações do Senhor. Ai de mim!... 

Compassivamente, o nosso orientador lhe disse: 

- O Senhor é benigno e misericordioso: "Bem-aventurados os que observam o direito, os que praticam a justiça em todos os tempos", como acentua o versículo terceiro do mesmo capítulo. O direito e a justiça que devem ser praticados são o trabalho em favor de todos e a misericórdia para com as criaturas, o que não estava sucedendo. Mas não se martirize, continuando a louvar o Senhor até o momento da sua glória pessoal.

Houve um grande silêncio, somente quebrado pelas lágrimas ruidosas acompanhadas de exclamações, igualmente seguidas pelo comunicante por intermédio de Marcos e dos demais sofredores, que passaram a receber conveniente assistência das equipes de servidores de Jesus.

Emudecido pela emoção, o rabino Melquisedec, com esforço e constrangimento, conseguiu encerrar o encontro, murmurando:

- Que o Senhor faça-o deitar-se em verdes pastos... E perdoe-me!.. .por misericórdia!...

Referia-se, sem dúvida ao salmo 23, sendo acolhido ternamente por Petitinga e Jesus Gonçalves que se encarregaram de adormecê-lo, a fim de que, ao despertar, se encontrasse sereno e confiante na excelsa misericórdia.

Todos somos viajantes de longas jornadas interrompidas pela insensatez e recomeçadas com os joelhos desconjuntados, todos carentes de perdão e de novos ensejos de reparação e de construção do bem no imo, nos sentimentos e nos pensamentos.

Depois que foram recolhidos esses amigos trazidos à comunicação e à assistência, a sala foi preparada para a continuação das atividades programadas.

Uma suave luz violácea invadiu lentamente todo o recinto que agora se transformava em um anfiteatro grego de pequenas proporções, com o céu a descoberto, salpicado pelos astros estrelares, cercado de rosais, mirtos e angélicas em flor, produzindo uma brisa perfumada que nos invadia, alegrando-nos sobremaneira.

Já não apresentava o aspecto da sala habitual, fazendo--nos recordar algumas das construções de nossa Esfera, onde se dão os grandes encontros e espetáculos de beleza conduzindo nosso pensamento a Jesus.

Permanecia também a torre de vigia guardada cuidadosamente pelos membros da ordem religiosa do passado.

Na parte central, embaixo dos degraus circulares, encontrava-se uma mesa retangular e, ao seu lado, uma tribuna ornada com folhas de louro, numa representação da vitória do bem sobre todo o mal.

O nobre Hermano e o Dr. Bezerra desceram ao centro acompanhados por nós outros e os trabalhadores das Casas espíritas presentes, enquanto começaram a aparecer mais de um milhar de espíritos que repletaram as galerias, podendo-se destacar entre eles muitos reencarnados em desdobramento parcial pelo sono fisiológico, certamente trazidos pelos seus guias espirituais. 

Nesse comenos, o som de alaúdes dedilhados com maestria dominou o recinto e vimos a mesma jovem de antes apresentar-se encantadora num solo especial exaltando a grandeza de Jesus.

Ao terminar, com a plateia vivamente emocionada, o mentor exorou a divina proteção para o labor daquela madrugada e, ao concluir, vimos descer as escadarias do anfiteatro algumas dezenas de espíritos de alta estirpe que deslizavam em direção da arena, com estatura maior do que a nossa, circundando-a e irradiando claridade mirífica que nos fascinava.

Imediatamente, um tubo de luz foi projetado do Alto, e dentro dele condensou-se o santo de Assis, assessorado por alguns dos seus discípulos mais próximos, evocando os gloriosos dias do passado...

Não podíamos dominar as lágrimas de felicidade que aljofaravam em nossos olhos e derramavam-se pelas nossas faces.

Era um momento sublime, inesquecível, no qual apagavam-se todas as memórias menos belas ou assinaladas por qualquer tipo de sofrimento. Com a expressão iluminada pela paz profunda de que era portador, São Francisco acercou-se da tribuna que recebeu um jato de luz, qual ocorre nos teatros quando estão em destaque algumas cenas ou pessoas, e permaneceu nimbado de bênçãos, numa atitude de ímpar humildade, enunciando:

- Irmãos de todos os quadrantes da Terra e almas grandiosas de Alcíone:

Seja com todos nós a paz irretocável do Senhor Jesus!

Vivemos o grande momento da luta sem quartel, na qual os exércitos do Senhor e Mestre estarão equipados com os instrumentos do amor e da misericórdia, a Jim de ser restaurado, na Terra, o reino da mansidão e da caridade para com tudo e com todos.

Tem sido um grande desafio existencial a preservação do bem no ádito dos corações, especialmente quando surgem os primeiros raios de luz significando esperança de paz e de progresso real para a Humanidade.

As incomparáveis conquistas do conhecimento científico, embora a contribuição indiscutível em favor do processo evolutivo, não conseguiram realmente atender às íntimas necessidades do ser humano que busca a paz. Essa resulta, exclusivamente, do amor nas suas mais variadas expressões, desde aquelas que dizem respeito à própria iluminação, quanto a que se exterioriza em favor do próximo. Isso significa renúncia, abnegação, devotamento e, sobretudo, vivência da caridade.

Há sede de harmonia no mundo individual, apesar de algumas criaturas estarem cercadas de excessos de toda ordem, vivenciando, porém, a perda de sentido espiritual, e, por consequência, da paz que somente Jesus pode oferecer.

Assim considerando, torna-se inevitável que se organizem cruzadas de amor em favor de todos os seres em sofrimento na Terra, ao mesmo tempo trabalhando-se pela instauração da legítima fraternidade, sem a qual será impossível a presença do equilíbrio entre as pessoas e as nações. 

Jesus acena-nos com a Sua misericórdia, convidando-nos à luta na Sua seara de sacrifícios. Ninguém espere gratificações pelo trabalho a executar ou regime de exceção no programa depurativo por que passa o planeta.

A contribuição pessoal é valiosa em forma de dedicação ao dever e renúncia ao egoísmo destruidor, que tem sido a causa da ruína de todos aqueles que avançam inadvertidos desse perigo iminente. Enquanto luz a oportunidade de servir, que não seja postergada a ação socorrista, porquanto será sempre benéfica para aquele que a executa.

Somos as filhas e os filhos do Calvário em caminhada redentora, superando as imperfeições morais que devem ser diluídas pelo esforço de autoiluminação, perseverando nas refregas contra o mal que teima em predominar em a nossa natureza espiritual.

Toda e qualquer expressão de amor oferecida aos irmãos viventes torna-se gota de luz em nosso caminho penumbroso, que ficará assinalado pelas nossas pegadas que rumam na direção do Grande Foco, que é o Mestre dos desvalidos e desafortunados, sempre aguardando-nos...

Não recalcitremos em relação aos testemunhos. Uma existência sem sacrifício e sem abnegação é uma viagem sem gratulação íntima ao país da fantasia, que a realidade demonstra a falta de significação... E nas altas temperaturas que os metais fazem-se maleáveis a formas novas, assim como na lapidação as gemas grosseiras transformam-se em estrelas. De igual maneira, será sempre no combate que o espírito aprimora-se, aformoseando-se e desenvolvendo a luz divina que nele jaz.

Fostes como nós outros, convidados para trabalhar na Sua vinha neste momento difícil, porque estais habilitados para o melhor combate, assessorados pela convicção da vossa imortalidade.

Muito vos será pedido, porque haveis recebido muito socorro dos Céus. Iluminai, portanto, a Terra em desfalecimento, em angústia e treva... É após o máximo da tormenta que surgem as primeiras manifestações da bonança.

Vós, amados visitantes, que já desfrutais dos júbilos conseguidos a duras penas, defrontareis com as mais covardes ciladas, a que já não estais acostumados, experimentando grande surpresa ao verificardes os métodos primitivos que são usados pelos adversários da verdade, desejando impor as suas mentiras e ilusões... 

As vossas palavras e sentimentos serão transformados em armas com que vos tentarão atingir, diminuindo-vos o ardor nas refregas. Compreendei que se trata de combatentes perversos e inescrupulosos, que não têm qualquer contato com a ética nem com a dignidade. Importa-lhes vencer a qualquer preço e não superar-se internamente, afim de conquistarem os outros corações... O seu objetivo é destrutivo, enquanto estais acostumados somente com a edificação.

Vinde de outra dimensão do amor de Nosso Pai. Ouvistes considerar a miséria moral do grão de areia cósmico, que é o planeta terrestre e, compadecidos da nossa inferioridade, de nós todos, os seus habitantes e filhos temporários, oferecestes-- vos para contribuir com vosso sacrifício em favor da sua ascensão na escala evolutiva dos mundos. 

Sede bem-vindos, irmãos da misericórdia e da solidariedade! Nós vos saudámos e agradecemos ao Excelso Criador a imerecida caridade para conosco. Erguei-nos do caos moral em que ainda nos encontramos às cumeadas da verdadeira plenitude.

Auguramos-vos todo o êxito sob as bênçãos de Jesus, o Incomparável Construtor da escola terrestre.

Que a serena paz diluente da justiça e do amor sem jaça, permaneça com todos nós.

Com especial ternura e afeto, o vosso irmão Francisco. Ao silenciar, podíamos ouvir o pulsar da Natureza em festa e a sinfonia emocionante da gratidão que vibrava em todos nós, os espíritos terrestres e os abençoados visitantes de Alcíone, que também tinham lágrimas que lhes perolavam nos olhos.

Sem quaisquer outros comentários a reunião foi encerrada com vibrante oração pronunciada pelo nosso Benfeitor Dr. Bezerra de Menezes, que nos conduziu à perfeita comunhão com o pensamento de Jesus.

O Anjo de Assis e seus acompanhantes retornaram ao tubo de luz, volvendo à Esfera superior na qual habitam.

As equipes encarregadas de conduzir os irmãos ainda reencarnados colocaram-se ao seu lado, tomando as providências de os reencaminhar aos respectivos domicílios, auxiliando-os na preservação da memória, embora fragmentária, dos acontecimentos da noite inolvidável.

Logo mais seriam iniciados novos labores, convidando--nos à contribuição, mínima que fosse em favor da construção do mundo novo em pleno desenvolvimento. 


Manoel Philomeno de Miranda






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