terça-feira, 20 de outubro de 2020

Miramez - Livro Horizontes da Mente - João Nunes Maia - Pág. 137 - Felicidade




Miramez - Livro Horizontes da Mente - João Nunes Maia - Pág. 137


Felicidade


A felicidade ainda não é deste planeta. Ela existe em mundos superiores, onde os espíritos que neles habitam já se libertaram pela verdade evolutiva. Não obstante, é nosso dever buscá-la, para que a conquista fique mais perto de nós. As bem-aventuranças haverão de ser o nosso intransferível patrimônio. A melhor receita para adquirirmos a felicidade é a que Cristo nos legou, através do Evangelho.

O espírito angélico que já atingiu a pureza espiritual nunca mais sofrerá, porque a dor ser-lhe-á inútil instrumento, grosseira possibilidade, que não diz respeito ao seu tamanho evolutivo. Ele já se encontra vencido pelo saber e pelo amor, colocando este último, pela sua evolução divina, acima de todas as consequências humanas.

Aí, sentir-se feliz é, por excelência, o clima natural dentro da eternidade. O elóquio da alma, na frequência evangélica, é o princípio da felicidade, pois essa alegria nos abre caminhos sobremaneira divinos. Na mesma sequência, o amor caminha, balizando o espírito para as bem-aventuranças, onde quer que esteja. A felicidade é pureza de consciência, é amor introvertido e extrovertido, é Deus e Jesus brilhando no centro da alma.

Pensamos, escrevemos e falamos sobre o céu dentro de nós, há milênios. Entretanto, não construímos esse ambiente de maneira edificante, nos moldes projetados pêlos grandes instrutores da humanidade, por nos faltar o cumprimento dos dois mandamentos, que nos propõem amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos. Porém, não nos convém esmorecer. O tempo é o grande responsável, de certa forma, por esse acontecimento. A maturidade elimina a ignorância e a verdade começa a instalar-se, como prerrogativa do amor. 

O solfejo desse canto harmonioso que se chama felicidade inicia-se na mente. A consciência começa, através dos pensamentos, a modificar a estrutura mental, de modo a superar obstáculos até mesmo biológicos. O vício das ideias, pouco recomendadas pelo senso nobre, acostuma a matéria a vibrações inferiores. Se mudadas repentinamente, há estranheza de conjunção magnética, levando, em muitos casos, os órgãos ao completo desacerto. Os pontos negros no acolchoado da aura humana, quando convidados a se retirarem por pensamentos superiores, provocam no sistema nervoso, que a eles se associou por sintonia de sentimentos que também o atingem, um distúrbio não menos perigoso.

Eis porque falamos sempre da necessidade da luta, quando queremos construir coisas novas na cidade da mente. É imprescindível a persistência, a paciência, as medidas adequadas, o bom senso, a altivez e a tolerância. E nunca deixar ser tomado pelo desânimo. A leitura sadia é uma ótima arma, porque, por ela, acumulamos princípios elevados na consciência e começamos a sintonizar-nos com o alimento da verdade, assimilando conceitos dignos de um homem de bem. 

A felicidade é a completa vivência de todas as virtudes apregoadas pelo Cristo e Seus grandes enviados. No entanto, para chegarmos até lá, necessário se faz que tenhamos o começo, e esse começo pode ser um simples pensamento de servir, que se avoluma, fazendo do candidato um místico ou um santo, um gênio ou um sábio. Por fim, fundem-se todos, esplendendo em Cristo.

A felicidade ainda está no terreno da esperança, mas todas as ciências, filosofias e religiões indicam caminhos para ela. Vamos prosseguir decididos, pois somente o amor e a sabedoria nos levam às bem-aventuranças.


Miramez






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