sábado, 12 de outubro de 2024

Miramez - Livro Horizontes da Vida - João Nunes Maia - Cap. 16 - Serenidade



Miramez - Livro Horizontes da Vida - João Nunes Maia - Cap. 16


Serenidade 
 

A serenidade é fruto da harmonia interna, que corresponde a um conjunto de valores dos sentimentos, de modo que o sublime é filho do esforço individual, depois da grande operação de Deus em nós. Compreende-se daí que o trabalho maior a se fazer não é fora de nós, mas, por dentro; a natureza da alma deve mudar constantemente, como tudo muda na pauta do tempo. Existem dois tipos de despertamento espiritual na vida de cada criatura: um natural, mais lento e outro de que podemos participar pelo nosso empenho, conhecendo as nossas deficiências e trabalhando para subir, mesmo que o sacrifício seja o preço. Se desejamos crescer, os degraus nos esperam e estão livres, para que os nossos pés alcancem cada um por vez, porém, a operação exige esforço, educação e disciplina incessante.

Cumpre-nos adquirir a brandura nos nossos pensamentos, e que as palavras sejam igualmente nas linhas da suavidade, e a nossa vida mostre a imperturbabilidade de consciência, encontrando horizontes mais excelentes nas modalidades de viver. 

Esforcemo-nos na demonstração da mansuetude em todo lugar que estivermos, que logo as forças invisíveis nos ajudarão. O plantio é que aponta a colheita; quando se adquire serenidade em tudo, a vida muda, trazendo a paz, aquela paz que Jesus prometeu, vivendo nela. A equidade do Espírito por onde ele passa representa traços da sua intimidade e sempre reúnem admiradores e imitadores; e o bem sem esforço visível, é a caridade em silêncio que se pode fazer sem alarde e sem convites pela palavra, é a força do exemplo explodindo no coração que antes implodira; é o socorro aos outros sem ostentação, é uma vida em favor das vidas que procuram melhorar.

O campo humano constitui ambiente cheio de acenos negativos; é necessário que estejamos preparados para enfrentar esses contrastes da vida, pois os problemas são testes na confirmação do que aprendemos. Facilitemos a força de Deus em nossos corações, sem nos esquecermos da consciência, que tanto nos ajuda pelas suas sugestões constantes. Examinemos as mensagens que vêm de dentro e que, por vezes, nos parecem que vêm de fora; são os recursos do alto em nosso favor, para que sejamos almas cheias de equidade, pois, esse ambiente de luz fala da existência da felicidade, cuja porta se encontra dentro de nós.

A serenidade, insistimos, é fruto de luz que semeamos que, por sua vez, é filha do tempo, que nos amadureceu nos caminhos do amor; usemo-la como sendo nossos valores que Deus nos deu por amor. Se ainda não houver preparo para a sua aquisição, trabalhemos e esperemos, mas não deixemos de nos esforçar porque, mesmo quando demora, o despertamento está sempre a caminho, na suavidade do tempo.

Se essa luz começa a despontar em nossa vida, esperemos os testes, que eles sempre aparecem, provando e comprovando se estamos firmes, como que senhores de nós mesmos. Não temer os problemas é motivo de confiança em nossa serenidade; é se apresentando pela força de Deus no nosso todo espiritual.

Convém a todos exercitar diariamente a doçura no falar e nos gestos, e a tolerância em todos os aspectos da vida, mas, acima de tudo, atentar para o bom senso, energia reguladora de todos os nossos trabalhos. Deixemos abrir em nossos corações as portas dos horizontes da vida, para que a nossa vida fale da vida do Cristo de Deus.


Miramez










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