quarta-feira, 30 de setembro de 2020

Emmanuel - Livro Busca e Acharás - Emmanuel / André Luiz - Chico Xavier - Cap. 4 - Calamidades e provações




Emmanuel - Livro Busca e Acharás - Emmanuel / André Luiz - Chico Xavier - Cap. 4


Calamidades e provações


O homem desejou recursos para mais facilmente abrir estradas e a Divina Providência lhe suscitou a ideia de reunir areia e nitroglicerina, em cuja conjugação despontou a dinamite.

A comunidade beneficiou-se da descoberta, no entanto, certa facção organizou com ela a bomba destruidora de existências humanas.

O homem pediu veículos que lhe fizessem vencer o espaço, ganhando tempo, e o Amparo Divino ofereceu-lhe os pensamentos necessários à construção das modernas máquinas de condução e transporte.

Essas bênçãos carrearam progresso e renovação para todos os setores das aquisições planetárias, entretanto, apareceram aqueles que desrespeitam as leis do trânsito, criando processos dolorosos de sofrimento e agravando débitos e resgates, nos princípios de causa e efeito.

O homem solicitou apoio contra a solidão psicológica e a Eterna Bondade, através da ciência, lhe concedeu o telégrafo, o rádio e o televisor, aproximando as coletividades e integrando no mesmo clima de aperfeiçoamento e cultura.

Apesar disso, junto desses nobres empreendimentos, surgiram aqueles que se valem de tão altos instrumentos de comunicação e solidariedade para a disseminação da discórdia e da guerra.

O homem rogou medidas contra a dor e a Compaixão Divina lhe enviou os anestésicos, favorecendo-lhe o tratamento e o reequilíbrio no campo orgânico.

Ao lado dessas concessões, porém, não faltam aqueles que transformam os medicamentos da paz e da misericórdia em tóxicos de deserção e delinquência.

O homem pediu a desintegração atômica, no intuito de senhorear mais força, a fim de comandar o progresso, e a desintegração atômica está no mundo, ignorando-se que preço pagará o Orbe Terrestre, até que essa conquista seja respeitada fora de qualquer apelo à destruição.

Como é fácil de observar, Deus concede sempre ao homem as possibilidades e vantagens que a Inteligência Humana resolve requisitar à Sabedoria Divina. Por isso mesmo, as calamidades que surjam nos caminhos da evolução no mundo, não ocorrem obviamente, sob a responsabilidade de Deus.


Emmanuel






Emmanuel - Livro Alvorada do Reino - Chico Xavier - Cap. 6 - Na sementeira de cada dia




Emmanuel - Livro Alvorada do Reino - Chico Xavier - Cap. 6


Na sementeira de cada dia


Observa o mundo ao redor de teus passos e perceberás, na desigualdade das situações, a Justiça Divina a expressar-se com a perfeição da sabedoria e do amor.

Lembra-te de que tudo nas horas de hoje decorre das criações do dia de ontem, tanto quanto a nossa conduta presente traçar-nos-á o amanhã infalível.

Tudo nasce e renasce, em função do aprimoramento que nos cabe atingir.

O usurário do pretérito, que subtraiu a bênção do ouro à circulação do progresso, agora é o mendigo esmolando a graça do pão.

O artista que ontem abusou da inteligência situando-a a serviço da imoralidade e do crime, passa hoje entre aqueles que lhe foram vítimas da insânia intelectual, na feição do demente necessitado de proteção e carinho.

A mulher que antigamente mobilizou a própria beleza, na exploração da crueldade e do vício, caminha na atualidade entre a angústia e a aflição da debilidade orgânica, em vigorosa luta contra o abatimento e a enfermidade.

O tirano das consciências que outrora movimentou a política e a autoridade na escravidão dos semelhantes para extorquir-lhes o sangue e o suor, transita agora na Terra, no corpo disforme dos mutilados que beijam o pó da terra, por muitos e muitos anos, a fim de compreender que só a humildade e o amor são bastante sábios para conferir-nos a luz da verdadeira felicidade.

Cada criatura constrói na própria mente e no próprio coração o paraíso que a erguerá ao nível sublime da perfeita alegria, ou o inferno que a rebaixará aos mais escuros antros do sofrimento.

Cultivemos na sementeira de cada dia a paciência e a bondade, a harmonia e a tolerância, enquanto a oportunidade de plantar brilha, hoje, em nossas mãos, porque amanhã será para nós novo tempo de colher e ressurgiremos diante da verdade com as flores da vitória espiritual, que será luminosa ascensão da morte para a vida ou com os espinhos de angustiosos compromissos com a sombra, que representarão para nós outros a volta das eminências da vida para novo mergulho nas pesadas correntes da morte.


Emmanuel








Emmanuel - Livro Mãos Unidas - Chico Xavier - Cap. 4 - Esperança sempre




Emmanuel - Livro Mãos Unidas - Chico Xavier - Cap. 4


Esperança sempre


Ninguém sem esperança.

Ninguém sem Deus.

Contempla o Céu, nos dias em que a sombra te invada o coração, e pensa na inalterabilidade do Amor Infinito que verte do Criador para todas as criaturas.

O mesmo Sol que te aquece e nutre é aquele mesmo Sol que nutriu e aqueceu bilhões de criaturas, na Terra, no curso dos séculos incessantes.

Quase todas as estrelas que hoje se te descerram aos olhos são as mesmas que acompanharam os homens, na queda e no levantamento de civilizações numerosas.

Reflete nisso e não te deixes arrasar pelas aflições transitórias que te visitam com fins regenerativos ou edificantes.

É provável que tribulações diversas te sigam no encalço.

Aguentas incompreensões e dificuldades em conta própria; toleras lutas e problemas que não criaste; carregas compromissos e constrangimentos, a fim de auxiliar aos entes queridos; ou erraste, talvez, e sofres as consequências das próprias culpas. 

Não importa, entretanto, o problema, embora sempre nos pesem as responsabilidades assumidas, quaisquer que sejam.

Desliga-te, porém, de pessimismo e desânimo, recordando que a vida, — mesmo na vida que desfrutas, — em suas origens profundas, não é obra de tuas mãos.

O poder que te dotou de movimento, que te desenvolveu as percepções, que te induziu ao impulso irresistível do amor e que te acendeu no pensamento a luz do raciocínio, guarda recursos suficientes para retificar-te, suplementar-te as energias, amparar-te na solução de quaisquer empresas difíceis ou reaver-te de qualquer precipício, onde hajas caído, em desfavor de ti mesmo. 

Esse mesmo poder da vida que regenera o verme contundido e reajusta as árvores podadas nunca te relegaria à sombra da indiferença. 

Entretanto, para que lhe assimiles o apoio plenamente, é imperioso te integres no sistema do trabalho no bem de todos, sem te renderes à inutilidade ou à deserção.

Lembra-te de que o verme ferido e as árvores dilaceradas se refazem por permanecerem fiéis ao trabalho que a sabedoria da vida lhes conferiu pela natureza.

Recordemos isso e seja de que espécie for a provação que te amargue as horas, continua trabalhando na sustentação do bem geral, porquanto se te ajustas ao privilégio de servir, seja qual seja a prova em que te encontras, reconhecerás, para logo, que o amor é um sol a brilhar para todos e que ninguém existe sem esperança e sem Deus.


Emmanuel







Maria Dolores - Livro Mãos Marcadas - Espíritos Diversos / Chico Xavier - Cap. 40 - Prece para hoje




Maria Dolores - Livro Mãos Marcadas - Espíritos Diversos / Chico Xavier - Cap. 40


Prece para hoje


Senhor!… Enquanto o tempo se renova
Nos vastos horizontes deste dia,
Aspiro a ser, onde me colocares,
A lembrança da paz e da alegria.

Ante a explosão de amor com que envolves o mundo,
Deixa que eu seja um raio de esperança
A todo coração desalentado
Que procura encontrar-te e ainda não te alcança.

Que eu tenha os próprios braços no socorro
A penúria de todos os matizes
Entretanto, Senhor, faze de mim também a palavra de fé.
Levantando na estrada os tristes e infelizes.

Converte-me a visão em caridade,
Dá-me o dom de servir sem perguntar a quem,
Conserva-me na escola do dever,
Faze de minhas mãos artífices do bem.

Ampara-me, Senhor, para que me transforme,
Na seara da vida e seja com quem for,
Num singelo canteiro de trabalho
A bendizer-te a luz e a florir-se de amor!…


Maria Dolores







terça-feira, 29 de setembro de 2020

Neio Lúcio - Livro Colheita do Bem - Mensagens familiares do Prof. A. Joviano / Chico Xavier - Cap. 91 - A nossa prosperidade interior




Neio Lúcio - Livro Colheita do Bem - Mensagens familiares do Prof. A. Joviano / Chico Xavier - Cap. 91


A nossa prosperidade interior


05/07/1951

Meus caros filhos, Deus abençoe a vocês todos, concedendo-lhes boa saúde, paz, alegria e bom-ânimo.

Espero que a viagem a Leopoldina, meu caro Rômulo, tenha trazido a você, como sempre, muito estímulo ao trabalho habitual. É um campo onde a sua sementeira de esforço vem encontrando retribuição justa e peço ao Alto para que os incentivos à sua tarefa cresçam constantemente, proporcionando-lhe renovadas energias para a luta construtiva e abençoada de sempre.

Venho auscultando os seus pensamentos mais íntimos e compreendo-lhe as preocupações. Não precisamos acentuar as particularidades da luta que se esboça. Semelhantes detalhes têm sido, por várias vezes, objeto de nossos estudos. Reportamo-nos ao assunto apenas com o fim de considerar o avanço de sua resistência emotiva.

Não é hoje a conservação disso ou daquilo que nos impressiona, embora saibamos que de certas situações equilibradas depende também a nossa harmonia. Agora o que mais nos interessa é o nosso próprio comportamento ante a dificuldade ou diante do desafio. Nesse ponto, não só na condição de pai, mas também no título de companheiro e de amigo, observo o valioso desprendimento que você vai edificando. Não é a desistência, a deserção, o abandono. Reconheço que a sua fibra de trabalhador e de lutador prossegue sempre robusta e pronta a participar do bom combate com a paixão pela vitória, mas, com alegria, posso aferir a sua prosperidade interior na confrontação dos valores que realmente se mostram efetivos e substanciais.

Em outras épocas, sem a legislação do Evangelho por dentro, você não sabia exercer o controle das células físicas nas horas de tempestade prolongada. A perturbação não sofria a ação de antídotos adequados em sua sensibilidade, mas hoje você sabe identificar as posições das pessoas, das ocorrências e das coisas, conferindo a cada uma o lugar que verdadeiramente lhes cabe. Trabalhemos e esqueçamos todo mal para que nossas intenções e nossas mãos possam interpretar todo bem ao alcance da nossa capacidade de realizar. 

A existência será sempre um curso avançado de lições para quem avançar na estrada. Só a retaguarda pode submeter-se ao fascínio da estagnação, do descanso injusto ou da expectativa inoperante. Para nós, meu filho, viver significa aprender sempre, servir sem cessar e adiantar-se no rumo da frente, cada dia. 

Nesse sentido, é aconselhável proceder nos métodos que adotamos: dilatar a visão espiritual para conhecermos quão extenso pode ser o nosso raio de ação, desde que estejamos abraçados à chama dos nossos deveres. Esteja certo de que, em tais horizontes, o trabalho jamais sofre limitações. Aqui ou além, com essa ou aquela ferramenta, o coração de aprendiz que se uniu ao Mestre e Senhor não encontra obstáculos insuperáveis. Agir para o bem. Atender com boa vontade. Cultivar incessantemente o bom-ânimo. Com essa fórmula, não há derrota.

No setor de suas atribuições, dentro dos quadros do serviço público, o movimento prossegue sem alterações. Expectação de muitos ante o vandalismo imperante. Há invasão pacífica e hostilidade cordial em todos os setores. Você sabe, porém, que em todas as praças de luta há lugar para a argumentação sadia. Continue sereno e firme no seu posto e aguardemos. Acima de tudo, no entanto, além de todas as cogitações de ordem propriamente humana, nas esferas oficiais de sua missão, coloque a visão panorâmica de suas grandes possibilidades de ajudar, orientar, instruir e fazer. Não há portas cerradas ao servidor leal do progresso e do bem. Conserve, intangíveis, a sua fé, a sua calma e a sua esperança.

O tempo é o grande selecionador, o grande amigo e o grande juiz. Segue marchando com a velocidade de 24 horas por dia, mas nem por isso deixa de materializar muito cedo tudo aquilo que a realidade lhe confia, minuto a minuto. Defenda-se sustentando a própria serenidade. Confiança e otimismo significam equilíbrio na saúde do corpo e da alma. E se não há ninguém na Terra com possibilidades de transmitir os dons da alegria e da fé viva, senão nós para nós mesmos quando em contato com a Sabedoria Divina, também não existe ninguém com o poder de envenenar-nos a vida, desde que estejamos de alma ligada às fontes vitais do Senhor.

Expanda o seu coração nas tarefas edificantes de sempre. Imagine, sonhe, constitua no espírito quanto deseje você edificar na paisagem externa em que o nosso esforço se manifesta e observará que os dias coagularão os seus pensamentos. Não tema, creia somente, disse o Amigo celestial em suas lições inolvidáveis. Repetimos a você que não devemos temer e sim crer profundamente nas forças que se exprimem por nosso intermédio. Forças abençoadas do Alto que procuram as linhas horizontais do mundo para revelarem a glória da vida superior.

Não nos faltará trabalho e nem amizade, como jamais nos falharão a providência e o apoio do Senhor. Quem segue na vida com o Evangelho sente a grandeza do campo a que fomos chamados a lavrar. O nosso contentamento não reside nas reservas da retaguarda, mas sim no cântico do arado a seguir, feliz e triunfante, na direção da frente. Que o Cristo nos abençoe as disposições de prosseguir avante com o mesmo entusiasmo de bem agir, de bem arquitetar e de bem-fazer.

Pelos nossos do Rio continuo velando tanto quanto mo permitem. Você sabe que não é fácil auxiliar àqueles que não nos confiam a mente ou o coração, entretanto, sei hoje que a viagem humana é rápida por aí e espero fazer mais tarde, a benefício de todos, tudo quanto, de momento, não me é possível fazer. Creia que estou muito contente com as suas atitudes. Excelente a sua riqueza psíquica, entesourada pelos labores da Boa Nova cada dia. Continue atencioso para com Jesus e para com você mesmo no propósito de preservar-se e verá quão sublime ser-nos-á a vitória.

A sua receita na base de Kalmia prevalece por mais alguns dias — uma semana —, e pedindo a Deus nos permita vê-los todos contentes, fortalecidos e bem dispostos, e reunindo-os nos meus braços com o carinho e o afeto de sempre sou o papai e vovô muito reconhecido de todos os dias,


Arthur Joviano
(Neio Lúcio)







Joanna de Ângelis - Psicografia de Divaldo P. Franco - Conquista tua paz



Joanna de Ângelis - Psicografia de Divaldo P. Franco


Conquista tua paz


Na turbulência dos dias que se vive na Terra, fenômenos perturbadores multiplicam-se a cada instante, desafiando os valores éticos das pessoas.

Notícias destituídas de significado repletam as redes sociais, e a variedade de distrações compete com os deveres que se encontram aguardando, sem oportunidade de ser atendidos.

O tempo parece escoar com rapidez em razão da multiplicidade de mecanismos de fuga das responsabilidades, facultando a bisbilhotice e a curiosidade em torno de futilidades que assumem significados que não merecem, ao mesmo tempo que produzem vazio existencial, ante o exibicionismo de pessoas atormentadas, que se fazem notícia através dos artifícios virtuais.

Nunca houve tanta solidão entre as criaturas humanas como atualmente, ao mesmo tempo que a população do planeta atinge índice elevado e lota os espaços disponíveis.

Ambições desordenadas e inquietações injustificáveis campeiam, atormentando as mentes ávidas de projeção, como se o objetivo existencial fosse apenas o mentiroso prato do prazer social, que provoca inveja nuns e antipatia noutros.

A ilusão atinge exagerado panorama, arrancando o indivíduo da sua realidade para as paisagens tresvairadas da fantasia.

Tem-se a impressão de que somente o sonho do ter e do poder proporciona bem-estar, mesmo que dispare o gatilho interno da insatisfação e do medo de não poder gozar indefinidamente.

As exigências da moderna tecnologia impuseram o comportamento da velocidade, a fim de serem apreciadas todas as contribuições da comunicação virtual, impedindo-se, de certo modo, o aprofundamento das questões normais da existência.

Impuseram-se novos padrões de conduta, e, de alguma forma, a robotização do ser humano tem-se feito automaticamente.

Com essa automação, os sentimentos de amor, de solidariedade, de ternura e de caridade, assim como outros, têm ficado à margem, a prejuízo do desenvolvimento emocional enriquecido de compreensão da finalidade da vida tanto quanto das suas reais necessidades.

A valorização do corpo, da sua aparência num culto extravagante e muitas vezes patológico, vem substituindo os impositivos profundos do ser cada vez mais exigente do ego.

Aqueles indivíduos que, no entanto, não podem desfrutar dessas comodidades exageradas parecem fantasmas perdidos no ar, sem objetivos nem significados.

Como consequência desses fenômenos, aumentam os tormentos emocionais e as suas estruturas muito frágeis cedem lugar ao transtorno depressivo em alguns, enquanto noutros açulam os mecanismos de violência.

A estabilidade psicológica é muito necessária para a realização do ser humano, desde que saiba administrar os diferentes acontecimentos que lhe sucedem a cada momento.

Esse controle, que nem sempre é conseguido, resulta do hábito saudável de conduzir-se socialmente, graças ao exercício de natureza interior.

A criatura humana é o conjunto dos seus comportamentos que se transformam em mecanismos de sustentação da sua existência.

Por esta razão, nestes dias de desafios contínuos, a conquista da paz se transforma há mais valiosa meta a ser conseguida.

Pensa-se, normalmente, que a paz é a ausência de preocupação ou de ação contínua, não passando esse comportamento de modorra, ausência de dinamismo, paralisia.

Muitas vezes, um semblante sereno oculta uma existência assinalada por preocupações, angústias e desesperos vencidos com denodo e persistência.

A luta, sob qualquer aspecto, é mensageira da ordem por cuja execução se permite a conquista da harmonia interior.

A questão diz respeito à maneira como se faz administrada a atividade que exige esforço, abnegação e persistência.

O amadurecimento psicológico do indivíduo é fator decisivo para o comportamento edificante em quaisquer circunstâncias, que culmina nesse estado de equilíbrio, prenunciador de paz e de plenitude.

Trata-se de experiências adquiridas no dia a dia, que acumulam decisões enobrecedoras.

Se desejas realmente manter a postura saudável, aquela que faculta a conquista da felicidade real, mune-te de paciência e perseverança em todas as situações em que te encontres, avançando sem cessar, passo a passo, na conquista do que te constitui meta prioritária.

Não te desanimem os obstáculos, nem receies os insucessos iniciais, que fomentarão os meios hábeis para a tua conquista definitiva.

Tem em mente que toda conquista autoiluminativa é realizada com tenacidade e amor, confiança e dedicação.

A paz política muitas vezes falha, porque não há como fazer o indivíduo harmonizar-se com qualquer tipo de imposição exterior. Pelo contrário: quando se alcança o equilíbrio interior de imediato, apresentam-se os efeitos pacificadores à volta.

Pode-se, em consequência, afirmar que num lar onde alguém logra a paz, toda a família faz-se beneficiária do equilíbrio. Quando em uma rua existe uma família pacífica, o reflexo estende-se pelos vizinhos, Uma rua onde existe valorização da vida amplia-se pelo bairro, pela cidade, pela região, pelo mundo...

A paz é portadora de bênçãos que facultam a capacidade do amor e da caridade, tornando-se fundamental para a construção da vida exuberante.

A sua ausência transtorna o indivíduo, porque, sem a serenidade que acalma as ansiedades dos desejos e auxilia no discernimento daquilo que é melhor para o desenvolvimento ético-moral, deixa vazios existenciais que se tenta preencher com atitudes de arrogância e de perturbação.

Nesse sentido, o Espiritismo, explicando as razões fundamentas do existir, os objetivos a conquistar, possui os mais excelentes elementos elucidativos para a aquisição da harmonia interior.

A paz, portanto, deve e pode ser trabalhada com serenidade, mediante ações de amor e de misericórdia que diluem as sombras da ignorância e da perversidade.

Com essa visão interna de como proceder na jornada evolutiva, os sentimentos ampliam-se e abarcam a mente que se esclarece numa perfeita identificação de significados.

Desse modo, nunca cesses de amar e de servir, assinalando os teus atos pela bondade e pela compaixão.

Não se trata de anuência com os comportamentos insanos, nem indiferença ante as agressões do mal, mas decisão de permanecer em estado de vigilância ativa, sem os altibaixos das emoções em desgoverno.

Quando não se está impregnado pela compreensão do progresso de todos, o ego produz situações muito especiais em benefício próprio, liberando arquivos do inconsciente que dão lugar a conflitos que ressurgem, porque não foram realmente superados.

Cuida para que os teus atos sejam resultado de reflexão profunda, que te propicie a escolha certa do caminho a seguir.

Toma o Evangelho de Jesus como roteiro para o comportamento e em qualquer situação desafiadora pergunta-te como faria o Mestre caso fosse Ele que tomaria a decisão. Essa indagação abre o matagal dos tormentos habituais e, como luz meridiana, clareia o pensamento e faculta o encontro seguro da trilha a percorrer.

Quando Jesus nos prometeu a Sua Paz, afirmou-nos que somente Ele a poderia dar. Isto porque, esta é consequência do comportamento individual na vivência dos postulados por Ele ensinados e vividos.

A Sua serenidade em todas as situações demonstrou-nos a grandeza dos valores éticos de que era portador.

Sabendo que seria traído por um amigo e por outro negado, não demonstrou contrariedade nem decepção, antes lhes revelou com delicadeza os perigos em que tropeçariam e, após consumada a tragédia, buscou o primeiro, que se suicidara, nas regiões tormentosas para onde se atirou e o outro novamente convidou a que pastoreasse o Seu rebanho.

Se desejas essa paz, segue o Mestre e imita-O sempre que possas, e, sem que te apercebas, estarás entesourando a paz que te fará verdadeiro Filho de Deus.


Joanna de Ângelis




Psicografia de Divaldo Pereira Franco, em 24 de outubro de 2018, na Mansão do Caminho, em Salvador, Bahia.



Neio Lúcio - Livro Ideias e Ilustrações - Espíritos Diversos / Chico Xavier - Cap. 26 - O grito de cólera




Neio Lúcio - Livro Ideias e Ilustrações - Espíritos Diversos / Chico Xavier - Cap. 26


O grito de cólera


Lembra-se do instante em que gritou fortemente, antes do almoço?

Por insignificante questão de vestuário, você pronunciou palavras feias em voz alta, desrespeitando a paz doméstica.

Ah! meu filho, quantos males foram atraídos por seu gesto de cólera!…

A mamãe, muito aflita, correu para o interior, arrastando atenções de toda a casa. Voltou-lhe a dor de cabeça e o coração tornou a descompassar-se.

As duas irmãs, que cuidavam da refeição, dirigiram-se precipitadamente para o quarto, a fim de socorrê-la, e duas terças partes do almoço ficaram inutilizadas.

Em razão das circunstâncias provocadas por sua irreflexão, o papai, muito contrariado, foi compelido a esperar mais tempo em casa, chegando ao serviço com grande atraso.

Seu chefe não estava disposto a tolhera-lhe a falta e recebeu-o com repreensão áspera.

Quem o visse, ereto e digno, a sofrer essa pena, em virtude da sua leviandade, sentiria compaixão, porque você não passa de um jovem necessitado de disciplina, e ele é um homem de bem, idoso e correto, que já venceu muitas tempestades para amparar a família e defendê-la. Humilhado, suportou as consequências de seu gesto impulsivo, por vários dias, observado na oficina qual se fora um menino vadio e imprudente.

Os resultados de sua gritaria foram, porém, mais vastos.

A mãezinha piorou e o médico foi chamado. Medicamentos de alto preço, trazidos à pressa, impuseram vertiginosa subida às despesas, e o papai não conseguiu pagar todas as contas de armazém, farmácia e aluguel de casa.

Durante seis meses, toda a sua família lutou e solidarizou-se para recompor a harmonia quebrada, desastradamente, por sua ira infantil.

Cento e oitenta dias de preocupações e trabalhos árduos, sacrifícios e lágrimas! Tudo porque você, incapaz de compreender a cooperação alheia, se pôs a berrar, inconscientemente, recusando a roupa que lhe não agradava.

Pense na lição, meu filho, e não repita a experiência.

Todos estamos unidos, reciprocamente, através de laços que procedem dos desígnios divinos. Ninguém se reúne ao acaso. Forças superiores impelem-nos uns para os outros, de modo a aprendermos a ciência da felicidade, no amor e no respeito mútuos.

O golpe do machado derruba a árvore de vez.

A ventania destrói um ninho de momento para outro.

A ação impensada de um homem, todavia, é muito pior.

O grito de cólera é um raio mortífero, que penetra o círculo de pessoas em que foi pronunciado e aí se demora, indefinidamente, provocando moléstias, dificuldades e desgostos.

Por que não aprende a falar e a calar, a benefício de todos?

Ajude em vez de reclamar.

A cólera é força infernal que nos distancia da paz divina.

A própria guerra, que extermina milhões de criaturas, não é senão a ira venenosa de alguns homens que se alastra, por muito tempo, ameaçando o mundo inteiro.


Neio Lúcio







Emmanuel - Livro Migalha - Chico Xavier - Cap. 7 - Oferenda




Emmanuel - Livro Migalha - Chico Xavier - Cap. 7


Oferenda


Se sofre provações,
Deus te resguarde a fé.

Ante as lutas alheias,
Deus te sustente a paz.

Se a fadiga te alcança,
Deus te restaure a força.

Quando a sombra te envolva,
Deus te ilumine a estrada.

Se caíste em caminho,
Deus te ampare e levante.

Por mais pedras à frente,
Segue e confia em Deus.


Emmanuel








Emmanuel - Livro Coragem - Espíritos Diversos / Chico Xavier - Cap. 29 - Jesus e o mundo




Emmanuel - Livro Coragem - Espíritos Diversos / Chico Xavier - Cap. 29


Jesus e o mundo


Se Jesus não tivesse confiança na regeneração dos homens e no aprimoramento do mundo, naturalmente, não teria vindo ao encontro das criaturas e nem teria jornadeado nos escuros caminhos da Terra.

Não podemos, por isso, perder a esperança e nem nos cabe o desânimo, diante das pequenas e abençoadas lutas que o Céu nos concedeu, entre as sombras das humanas experiências.

Da escola do mundo saíram diplomados em santificação Espíritos sublimes, que hoje se constituem abençoados patronos da evolução terrestre.

Não nos compete menosprezar o plano de aprendizagem que nos alimenta e nos agasalha, que nos instrui e aperfeiçoa.

Se o melhor não auxilia ao pior, debalde aguardaremos a melhoria da vida.

Se o bom desampara o mau, a fraternidade não passaria de mera ilusão.

Se o sábio não ajuda ao ignorante, a educação redundaria em mentira perigosa.

Se o humilde foge ao orgulhoso, surgiria o amor por vocábulo inútil.

Se o aprendiz da gentileza menoscaba o prisioneiro da impulsividade, o desequilíbrio comandaria a existência.

Se a virtude não socorre às vitimas do vício e se o bem não se dispõe a salvar quantos se arrojam aos despenhadeiros do mal, de cousa alguma serviria a predicação evangélica no campo de trabalho que a Providência Divina nos confiou.

O Mestre não era do mundo, mas veio até nós para a redenção do mundo. Sabia que os seus discípulos não pertenciam ao acervo moral da Terra, mas enviou-os ao convívio com homens para que os homens se transformassem nos servidores devotados do bem, convertendo o planeta em seu Reino de Luz.

O cristão que foge ao contato com o mundo, a pretexto de garantir-se contra o pecado, é uma flor parasitária e improdutiva na árvore do Evangelho, e o Senhor, longe de solicitar ornamentos para a sua obra, espera trabalhadores abnegados e fiéis que se disponham a remover o solo com paciência, boa vontade e coragem, a fim de que a Terra se habilite para a sementeira renovadora do Grande Amanhã.


Emmanuel





André Luiz - Livro Sinais de Rumo - Espíritos Diversos / Chico Xavier - Cap. 37 - Escute




André Luiz - Livro Sinais de Rumo - Espíritos Diversos / Chico Xavier - Cap. 37


Escute


FRACASSO? Não acredite em derrotas.

Lembre-se de que, pela bênção de Deus, você está agora em seu melhor tempo — o tempo de HOJE, no qual você pode sorrir e recomeçar, renovar e servir, em meio de recursos imensos.


André Luiz






Miramez - Livro Médiuns - João Nunes Maia - Pág. 106 - O médium e os sábios




Miramez - Livro Médiuns - João Nunes Maia - Pág. 106


O médium e os sábios

 
"Certo como estou, da tua obediência, eu te escrevo, sabendo que farás mais do que estou pedindo". Filémon — Cap. 1, v. 21


O médium nunca deve ser adverso ao saber. No entanto, não é justo que se faça de mestre. Seria isso aviltar-se, e o aviltamento obscurece o ambiente de assimilação e desprotege a área dos sentimentos. O sensitivo, quando de posse de conhecimentos acima da coletividade que o procura, deve manter-se discreto e quando falar, deve conservar-se na linha da humildade, sem a pretensão de ser mestre; jamais pensar que os outros não sabem o que dizem e não compreendem o que ele fala. Se, porventura, no momento, não interpretam a sua fala, é do saber espiritual que nada se perde, dentro e fora de todos os mundos.

O respeito a todas as criaturas é norma do cristão. Porém, aos sábios, por terem se adiantado nos méritos da sapiência, devem os médiuns maior respeito. Resta considerar, ainda no que concerne aos sábios, que também eles são médiuns de Cristo e de Deus, no impulso do progresso. Reverenciamos esses espíritos dedicados, missionários da instrução, pois sem o seu concurso o nosso aprendizado ficaria comprometido. Paulo pede a Filémon obediência em tudo, esperando receber mais do que pediu, considerando a capacidade do companheiro. O mesmo Jesus espera dos médiuns, pois os dons que lhes foram concedidos hão de fortalecê-los, na luta pela aquisição do saber, com o auxílio dos sábios.

A capacidade da alma é imensa, pois os recursos são infinitos, mesmo nas situações que nos parecem sem solução. Em circunstâncias semelhantes, lembremo-nos dos exemplos dos grandes sábios, da vida que levaram os santos, e do poder da mente dos místicos, e a fé nos será devolvida, e ganharemos maior poder de servir, com paciência, gratidão, confiança, caridade e amor. Tudo deveremos fazer para o bem da humanidade. E aí repetiremos, como o convertido de Damasco quando falava em II Coríntios, Capítulo 9, versículo 15: "Graças a Deus pelo seu dom inefável". Nós, antes de Cristo, desconhecíamos nossos próprios valores. Com Ele, destampou-se-nos uma fonte inesgotável de vida. Desaparecem, das nossas cogitações, o impossível, o medo e a dúvida. Temos esperança em tudo, e faremos tudo o que nos propusermos a fazer. E tudo o que fazemos, fazemos por amor. O médium, obediente à voz do Cristo na consciência, faz um plantio por excelência grandioso: repara o bem que pode fazer imediatamente, e aprende como pensar, antes que os pensamentos se materializem. Torna-se, por assim dizer, numa lavoura imensurável das ideias cristãs, multiplicando-as em todos os momentos que a vida lhe proporciona.

Os espíritos sábios nunca ficam amargurados por verem que os conselhos que dão não são entendidos e muito menos aplicados. Eles de antemão, conhecem a inexperiência dos seus tutelados e o quanto eles suportam, no campo das responsabilidades. São sábios por que não ignoram mais as leis que orientam e dirigem os seres humanos. Rebuscam e encontram, no próprio passado, essas leis, já que passaram pelos mesmos processos.

Quando Jesus nos convoca para uma missão, nosso esforço deverá ser, sempre, menor do que aquilo que poderíamos fazer, deixando que, de nossa parte, façamos um acréscimo, em gratidão Àquele que nos serviu desde o princípio. Aos médiuns foi dada uma tarefa muito grande de sustentar a vida de muitos fenómenos espirituais, de acreditar e fazer os outros crerem na existência da alma depois do túmulo, de não ter dúvidas na reencarnação, de manter sempre com fidelidade a comunicação entre os dois mundos, persistindo nisto até o fim do nosso mandato.

E ainda mais: de nos esforçarmos, todos os dias, para manter uma linha de conduta compatível com o Evangelho. E é bom quedemos essa alegria aos céus, fazendo mais do que a nossa consciência pede, no exemplo fecundo de todos os preceitos que correspondem ao amor. Porque, quando deixamos de nos envaidecer pelo pouco que sabemos, aí é que começamos a respirar a atmosfera dos santos.

Então, podemos ouvir, com tranquilidade, o pedido do apóstolo, feito a Filémon, como se a nós se dirigisse:

"Certo como estou, da tua obediência, eu te escrevo, sabendo que fareis mais do que eu estou pedindo".


Miramez






Emmanuel - Livro Ceifa de Luz - Chico Xavier - Cap. 3 - No mundo afetivo



Emmanuel - Livro Ceifa de Luz - Chico Xavier - Cap. 3


No mundo afetivo 


“Amados, se Deus de tal maneira nos amou, devemos amar uns aos outros.” — JOÃO (1 João, 4.11)


Reprovamos a violência e clamamos contra a violência; no entanto, na vida de relação, muito raramente nos acomodamos sem ela, quando se trate de nossos caprichos.

Muito comum, principalmente quando amamos alguém, exigirmos que esse alguém se nos condicione ao modo de ser.

Se os entes queridos não nos compartilham gostos e opiniões, eis-nos irritadiços ou estomagados, reclamando contra a vida; todavia, a paz da alma requisita compreensão e a compreensão conhece que cada um de nós tem a sua área própria de interesse e de ideais.

A Natureza é um mostruário dos recursos polimórficos com que a Sabedoria Divina plasmou a Criação.

Todas as flores são flores, mas o gerânio não tem as características do cravo e nem a rosa as da violeta. Todos os frutos são frutos, mas a laranja não guarda semelhança com a pêra. Além disso, cada flor tem o seu perfume original, tanto quanto cada fruto não amadurece fora da época prevista.

Assim, também, as criaturas.

Cada pessoa respira em faixa diversa de evolução.

Justo nos detenhamos na companhia daqueles que sentem e pensam como nós, usufruindo os valores da afinidade; entretanto, sempre que amarmos alguém que não comunga a onda de nossas ideias e emoções, abstenhamo-nos de lhe violentar a cabeça com os moldes em que se nos padroniza a vida espiritual.

Deus não dá cópias.

Cada criatura vive em determinado Plano da criação, segundo as leis do Criador.

Amparemo-nos para que em nosso setor de ação pessoal venhamos a ser nós mesmos. Respeitemo-nos mutuamente e ajudemo-nos a ser uns para os outros o que o Supremo Senhor espera que nós sejamos — uma bênção.


Emmanuel








Miramez - Livro Cura-te A Ti Mesmo - João Nunes Maia - Pág. 101 - Sempre - Confia em Deus




Miramez - Livro Cura-te A Ti Mesmo - João Nunes Maia - Pág. 101


Sempre

Confia em Deus


O que nunca poderemos nos esquecer é de confiar em Deus, a Suprema Inteligência, Comandante e Feitor de todas as coisas do universo. O nosso maior interesse há-de ser de gratidão Àquele que tudo fez por amor. Confiemos constantemente em Deus, para que tenhamos a paz do filho que não se esquece de seu Pai.

Em tudo o que fizeres lembra-te do Senhor, e o meio que tens para buscá-lo é pelo pensamento, guardando sempre o tesouro do Seu nome no coração.

De forma alguma devemos esquecer o Supremo Arquiteto do Universo, pois que Ele é nossa segurança, que nos educa e ensina, que nos ampara e protege, pois é nosso Pai de amor.

Confiar em Deus é ajudar a si mesmo. Incessantemente devemos andar com o Senhor no respeito, na gratidão, no amor e na fraternidade; é justo que o perdão para todos também não fique esquecido, quando d’Ele nos lembrarmos.

Analisa a natureza, que encontrarás o Pai a esperar-te por todos os caminhos e, notadamente por dentro de ti, onde Ele se expressa com maior certeza. Não deixes aqueles com quem convives viverem sem crer no Senhor; converse com quem ainda nega Deus, pois esse é um filho doente, que podes ajudar.

Se no reino da Terra tudo e todos tem seu “pai”, em se falando das coisas materiais, quanto mais as coisas espirituais! O que se encontra em outra dimensão tem suas raízes na dimensão em que vive.

Se encontrares dificuldades em sentir Deus, passe a orar com fervor, confia e pede a Ele as Suas bênçãos neste sentido, que Ele nunca se esquece de Seus filhos.

Trabalha em ti mesmo, para que a dor não precise desabrochar os sinais da crença em Deus na tua intimidade. Ele é tudo, que se encontra em todos. Cultiva a prece, de modo que teu coração se habitue a sentir o Senhor, a ouvi-Lo, e tu, a escutá-Lo. Isso é maravilhoso: a confiança n’Aquele que chamamos de Amor!

Confere todos os dias tua sensibilidade, em se referindo a Deus, que Ele te atenderá no teu mundo interior; essa é uma grande alegria. Busca o conselho de Jesus, como também dos grandes profetas: Amar a Deus sobre todas as coisas, sintetizando esse amor em ti, e a tranquilidade, a saúde e a alegria te confortarão para sempre. E continua amando-0 em tudo, porque Ele se encontra em toda parte.

Agradeçamos a todas as religiões, pois elas nos asseguram essa crença em um Pai magnânimo e santo, que protege sempre a todos os Seus filhos, onde quer que estejam.

Quanto mais a ciência vasculha o infinito, mais desperta para Deus, e isso é bom para os homens. A grandeza da Criação não tem limites.

Tu nada perdes por confiares em Deus; ao contrário, ganhas mais vida em crer na vida universal, de onde o grande Camartelo, fonte de toda vida, te gerou.


Miramez







VÍDEO:

CURA-TE A TI MESMO
Fátima Morais

 


Mensagem em forma de prece tirada do livro "CURA-TE A TI MESMO" pela psicografia de João Nunes Maia e o espírito Miramez.


Miramez - Livro Cura-te A Ti Mesmo - João Nunes Maia - O Bem - Confia em ti mesmo




Miramez - Livro Cura-te A Ti Mesmo - João Nunes Maia


O Bem

Confia em ti mesmo


A confiança em si mesmo é segurança na pauta da vida; todavia, é indispensável que em primeiro lugar confiemos em Deus.

A vantagem maior é de quem confia, por passar a compreender o próximo; nós somente encontramos a justiça sendo injustiçados, somente amamos quando alguém nos odeia e perdoamos ao recebermos ofensas.

O revide nasce da ignorância. Ao seres agredido por qualquer ação maléfica, não faças o mesmo; ora pelo ofensor, que a vida te abençoará, de maneira que o teu caminho passe a ser teu melhor amigo.

Eis porque Jesus nos pede para amar ao próximo, para perdoar quem nos ofende e calunia. Procura cientificar-te, meu irmão, de que quem dá recebe, o que busca acha e o que pede, recebe.

Certamente que devemos amar a Deus sobre todas as coisas, confiando em nós mesmos, porque Pai e filho tem de se encontrar em perfeita harmonia, para que a benevolência cresça sempre; as leis feitas por Ele são justas. O bem é luz, quando a alegria e a justiça acompanham a vida puramente em harmonia. Precisamos estudar a natureza; ela é fonte de trabalho e equilíbrio, porque é o próprio Deus se mostrando em outra dimensão. Em todo lugar em que estiveres, deves, depois de Deus, confiar em ti mesmo, porque fora disso não há solução para os problemas.

A Doutrina Espírita, movimento em favor da humanidade, surgiu na Terra para clarear a mente humana no tocante a própria vida, dirigida por Jesus e usando os benfeitores espirituais. O Senhor não se esquece de Seus filhos; onde quer que estejamos, recebemos o que merecemos, e nisto devemos agradecer ao Pai; por isso também é que devemos confiar nas forças soberanas, e em nossos valores.

Não devemos deixar no esquecimento o bem, pois ele nos dá forças, para todo o prosseguimento da vida imortal; não devemos também nem pensar em viver no mal, pois o resultado dessa vivência são aborrecimentos e, se pensarmos no bem, fazendo o bem, é o que lucraremos.

O Evangelho nos ensina como devemos viver; seguindo Jesus, não erraremos o caminho. A confiança em Jesus é paz na consciência. E de nosso proveito andar dentro da justiça, porque ela gera amor e o amor gera todas as virtudes existentes.

Confiemos no Supremo, que Ele já confiou em nós e a vida se toma paz, quando há entendimento.

O nosso maior interesse deve ser o bem de todos, porque o bem de todos é o nosso próprio bem.

Confiemos, que a vida se encontra ao nosso lado, nos abençoando sempre.


Miramez






Hammed - Livro A Imensidão dos Sentidos - Francisco do Espírito Santo Neto - Pág. 83 - Ilusão e Realidade




Hammed - Livro A Imensidão dos Sentidos - Francisco do Espírito Santo Neto - Pág. 83


Ilusão e Realidade


"...Como não há pior cego do que aquele que não quer ver, quando se reconhece a inutilidade de toda tentativa para descerrar os olhos do fascinado, o que há de melhor a fazer é deixá-lo com suas ilusões. Não se pode curar um enfermo que se obstina em manter seu mal e nele se compraz". (2ª Parte - Cap. XXIII, item 250.)


Cada indivíduo é um microcosmo, parcialmente ciente de si mesmo; um complexo de forças inconscientes a serem ainda descobertas.

Demóstenes, um dos mais célebres oradores atenienses, dizia: “É extremamente fácil enganar a si mesmo; pois o homem geralmente acredita no que deseja”.

O ser vê as coisas e o mundo tal como ele é. Quando se vive em equilíbrio interior, até mesmo nos fatos e ocorrências que aparentam enormes desajustes se pode encontrar uma harmonia oculta. À medida que nos transformamos, vamos mudando nossa visão da Criação e das criaturas.

O termo “Samsara”, nas diversas religiões orientalistas, tem como significado o “mundo das ilusões”. Elas afirmam que a maioria dos seres humanos vive neste universo fictício, razão pela qual está presa ao círculo dos renascimentos, e que todo sofrimento provém de não sabermos distinguir a ilusão da realidade. Asseguram ainda que, para atingirmos a espiritualidade, seria necessário extinguirmos as fantasias do mundo físico, aniquilando assim o “ego” – conjunto de ilusões que nos afastam do senso de realidade.

O orgulho é a inquietação de viver para uma imagem efêmera e egocêntrica. Alimentar a aparência requer viver em função da imaginação que se faz de si mesmo e das pessoas. A busca existencial dos orgulhosos não repousa nas experiências do “ser” e, sim, nas expectativas de “ter” ou de agradar os outros.

A fascinação está intimamente ligada ao orgulho e ambos têm como raízes a necessidade de triunfar a qualquer preço, uma arrogância competitiva, subproduto de um complexo de inferioridade ou baixa estima.

Os “olhos do fascinado” trazem gravados, em sua retina espiritual, clichês psíquicos – desta ou de outras vidas – de imagens idealizadas de onipotência.

Por exemplo, na infância pode ter sido uma criança elogiada em demasia ou supervalorizada pelos familiares e amigos. Daí desenvolveu uma convicção de supremacia e orgulho, uma tendência adquirida de que nada existe que ele não faça bem e de que não há ninguém que faça melhor que ele.

Esse indivíduo acredita não ter dúvidas (conscientemente), se julga um doador benemérito, uma pessoa admirável, possuidora de qualidades extraordinárias. Tudo isso pode até conter uma partícula de verdade, mas esse excesso de admiração e elogios que recebeu quando criança pode ser a chave para que possamos compreender melhor suas atitudes de auto ilusão.

Não é que ele não queira ver, está momentaneamente impossibilitado de enxergar a realidade. Aliás, só podemos modificar aquilo que conseguimos ou queremos ver.

Há casos de auto ilusão em que não se pode afirmar, de forma categórica, que o fascinado “se obstina em conservar seu mal e nele se compraz”, de propósito, ou mesmo que ele negue o fato real, por ser teimoso ou turrão. O fascinado não consegue “descerrar os olhos”, porque vive subjugado pela irrealidade do seu ego tacanho, individualista e míope. 

Em muitas ocasiões, recusar a verdade ou não se permitir reconhecer a realidade se prende a um mecanismo de defesa inconsciente usado para bloquear a consciência às coisas que ameaçam os valores mais íntimos do indivíduo.

Neste caso, sempre que ele perceber que seu fictício prestígio ou sua autoestima inadequada estiverem sendo ameaçados acionará inconscientemente seu sistema ilusório, para proteger-se. Sua técnica de defesa será: “estou sempre certo”. Haverá um esforço enorme para resguardar sua suposta superioridade. Em muitas circunstâncias, pensamos que a máscara que utilizamos é a nossa verdadeira essência.

Forçá-lo ou obriga-lo a enxergar a realidade negada pode ser uma medida precipitada e perigosa. Importante lembrar que, conforme o Livro do Eclesiastes, “Há um momento para tudo e um tempo para todo propósito debaixo do céu... Tempo de plantar e um tempo de arrancar a planta”. (Ec. 3.1-2).

Ele confere a seu trabalho mediúnico e a seus objetivos brilhantes qualidades. Não suporta sugestões, observações ou qualquer questionamento sobre si mesmo ou de suas obras. Quando lisonjeado, presta favores e retribui a devoção recebida, mas nunca admite ser seriamente contestado.

A fascinação é uma forma de autoengano. É uma atração dominadora que esconde sob um manto opaco e invisível nossa visão clara e crítica dos valores naturais que regem nossa existência de Espíritos imortais. 

Nossos pontos fracos nos tornam vulneráveis à ascendência dos Espíritos ignorantes. O obsessor não causa a fascinação. Apenas se aproveita dos núcleos mal elaborados da psique humana, agravando o desajuste já ali instalado.

Nós é quem abrimos a aura, permitindo a intromissão de elementos negativos, que manipulam e dominam nossas energias.

Quando um médium inicia seu processo de autoconhecimento, desperta e vê o que ele é realmente em sua natureza profunda e sente que, para conviver em harmonia, necessita perceber de forma lúcida como funciona a “instrumentalidade psíquica” entre a vida consciente e a inconsciente. 

Os indivíduos que procuram criar e manter uma imagem de falso prestígio se tornam alvo do assédio não só dos Espíritos desencarnados como de todos os encarnados que estão em seu redor.

Para nos desfazermos da fascinação ou da auto ilusão seria preciso apenas nos desvencilharmos da escravidão da ideia pressuposta que temos ou desejamos ter acerca de nós mesmos. Quando abandonarmos nossa identidade real, tentando constituir como eixo central de nosso cotidiano uma imagem distorcida e fantasiosa, viveremos inadaptados socialmente e com uma série de transtornos psíquicos. 

Seria muito simples ser aquilo que somos, tomar posse de nossos verdadeiros dons divinos, evitando desse modo todo sofrimento e esforço para aparentarmos aquilo que não somos.

Não nos esqueçamos, porém, que a sabedoria vem da prática; quando mais experiências, mais discernimento e bom senso possuiremos.

“[...] Como não há pior cego do que aquele que não quer ver...”. é bom recordar que não podemos modificar as pessoas, mas apenas oferecer-lhes mãos amigas, propor-lhes os ensinos da Boa Nova, compartilhando estudos, orações, experiências e compreensão.

Aprendendo a ser pacientes com nossas dificuldades, aprenderemos, do mesmo modo, a ser tolerantes com as dos outros. Somente tomaremos soluções sensatas diante de situações enganosas quando já tivermos adquirido a capacidade de enxergar os fatos e acontecimentos tais quais são na realidade.


Hammed






Fonte: A Imensidão dos Sentidos -pdf