sexta-feira, 10 de novembro de 2023

Bezerra de Menezes - Livro Queda e ascensão da Casa dos Benefícios - Chico Xavier - Cap. 1 - Ensinando com amor



Bezerra de Menezes - Livro Queda e ascensão da Casa dos Benefícios - Chico Xavier - Cap. 1
 

Ensinando com amor


De mensagem recebida em 3.02.1979

No setor do concurso fraterno, mais ainda pedimos a vós todos para continuardes a ser a nossa escora e a nossa colaboração no serviço a fazer.

Amemo-nos e amparemo-nos uns aos outros. A elevação é feita pelo espírito com os valores da vida íntima. Em nós trazemos o material indispensável à sementeira e à construção do futuro.

O serviço feito gerará serviço e, pelo idioma do trabalho a conversar conosco, sem as palavras do mundo, nos entenderemos todos quanto às tarefas que nos cabe fazer.

Trabalhemos. Quanto nos seja possível fazer em matéria de beneficência estaremos fazendo a nós mesmos.

Enxuguemos as lágrimas dos nossos irmãos em prova para que os nossos irmãos enxuguem as nossas.

Sejamos a segurança daqueles que padeçam indecisão e a esperança que levanta os desanimados do chão do fracasso para o recomeço da tarefa, porque nós todos precisamos recomeçar nesse ou naquele setor de atividade, para compreender melhor os nossos deveres.

Somos convenientemente instruídos pela Doutrina Espírita, nas áreas da Terra, para construirmos a nossa felicidade no Mais Além; e a felicidade no Mais Além se levanta de nossos próprios atos, no caminho do melhor que temos a fazer.

Escolhemos a lição do Bom Samaritano, a fim de salientar o trabalho que nos compete junto da Humanidade. Em toda parte surpreendemos os espoliados de variados matizes. Os espoliados de afeto, de bens, de esperança, de vantagens, de oportunidades de trabalho ou de bênção, a nos solicitarem amor e consolação.

Imaginai-vos a Pleno Espaço, desligados do corpo físico, além da experiência no mundo terrestre. Ali estareis inevitavelmente convosco, tão somente convosco, revisando todos os valores que conseguistes acumular. E só se acumula com Jesus aquilo que doamos, em nome de Jesus, aos nossos irmãos em Humanidade.

Prossigamos cooperando com os nossos melhores recursos para que a paz e a segurança nos presidam às realizações que avançam no rumo do progresso espiritual a que aspiramos alcançar.

Quanto mais pudermos doar de nós em auxílio aos outros, mais receberemos dos celeiros do Senhor para enriquecer-nos a vida e o coração, o pensamento e as atividades de sempre, de modo a nos convertermos em canais autênticos da Infinita Bondade.

Quanto mais recebermos nas reservas da bênção e do socorro do Mais Alto, mais nos cabe doar ao próximo, em favor de nós mesmos.

Cada um de nós está sempre com a devida habilitação para auxiliar em algo, perante a nossa própria capacidade de receber.


Bezerra de Menezes













Emmanuel - Livro Pão Nosso - Chico Xavier - Cap. 35 - O Cristo operante



Emmanuel - Livro Pão Nosso - Chico Xavier - Cap. 35


O Cristo operante


“Porque aquele que operou eficazmente em Pedro para o apostolado da circuncisão, esse operou também em mim com eficácia para com os gentios.” — Paulo. (GÁLATAS, 2.8)


A vaidade humana sempre guardou a pretensão de manter o Cristo nos círculos do sectarismo religioso, mas Jesus prossegue operando em toda parte onde medre o princípio do bem.

Dentro de todas as linhas de evolução terrestre, entre santuários e academias, movimentam-se os adventícios inquietos, os falsos crentes e os fanáticos infelizes que acendem a fogueira da opinião e sustentam-na. Entre eles, todavia, surgem os homens da fé viva, que se convertem nos sagrados veículos de Cristo operante.

Simão Pedro centralizou todos os trabalhos do Evangelho nascente, reajustando aspirações do povo escolhido.

Paulo de Tarso foi poderoso ímã para a renovação da gentilidade.

Através de ambos expressava-se o mesmo Mestre, com um só objetivo — o aperfeiçoamento do homem para o Reino Divino.

É tempo de reconhecer-se a luz dessas eternas verdades.

Jesus permanece trabalhando e sua bondade infinita se revela em todos os setores em que o amor esteja erguido à conta de supremo ideal.

Ninguém se prenda ao domínio das queixas injustas, encarando os discípulos sinceros e devotados por detentores de privilégios divinos. 

Cada aprendiz se esforce por criar no coração a atmosfera propícia às manifestações do Senhor e de seus emissários. 

Trabalha, estuda, serve e ajuda sempre, em busca das Esferas superiores, e sentirás o Cristo operante ao teu lado, nas relações de cada dia.


Emmanuel










Neio Lúcio - Livro Colheita do Bem - Familiares do Prof. Arthur Joviano (Neio Lúcio) / Chico Xavier - Cap. 86 - Quem aprende está sempre servindo



Neio Lúcio - Livro Colheita do Bem - Familiares do Prof. Arthur Joviano (Neio Lúcio) / Chico Xavier - Cap. 86 


Quem aprende está sempre servindo


16/05/1951

Meus caros filhos, Deus abençoe a vocês, conferindo-lhes muita paz, saúde, alegria e bom-ânimo.

Hoje, meu caro Roberto, detenho-me particularmente em nossos casos para dizer a você que o vovô continua velando. Acompanho suas interrogativas imanifestas, sua expectação, suas reflexões de moço, e peço-lhe encarar as lutas do reinício com calma, coragem e serenidade.

Consideramos por “reinício” a fase presente em que a mocidade entusiasta e realizadora estua no coração, estruturando planos e imaginando os sucessos do porvir. Não se agaste com as circunstâncias pelas dificuldades naturais que a sua entrosagem no serviço público está apresentando nos quadros do oficialismo. Não se esqueça você de que aquele trabalhador que aprende está sempre servindo. Aprender é o primeiro mandamento das grandes tarefas. Por agora, a luta ainda pede a você complementação e integração com a carreira escolhida. Você possui à frente vastíssimo futuro e o futuro é alguma coisa que devemos conquistar. Refugiar-se no trabalho por amor ao trabalho e buscar a ação por devotamento à ação — eis o melhor princípio.

Por felicidade nossa, você tem aqui um reino abençoado de serviço e preparo incessantes. Dentro do roteiro que você traçou a si próprio a sua capacidade aqui dispõe de múltiplos meios para se exteriorizar, crescer e engrandecer-se. Entendemos as suas perguntas sem palavras. 

Por que os anos escolares, laboriosos e difíceis, sem uma habilitação oficial imediata às suas aspirações? Por que as portas da atividade profissional garantida ainda cerradas aos seus propósitos de avançar para a frente? E na sua imaginação juvenil, os problemas se alinham, na sequência natural do ontem e do hoje, com esperanças ardentes e realizações que parecem remotas ante os desejos bem conduzidos do coração. Não se deixe, porém, perdido em semelhantes labirintos. Não se detenha aí. Prossiga avançando na tarefa, no estudo, no conhecimento. 

O painel do trabalho à sua mente e aos seus braços, ao seu coração e às suas forças está desdobrado. Não se incomode com a demora da consagração oficial. A melhor de todas as garantias ainda e sempre é a experiência adquirida. Você está recomeçando a tarefa no mundo e não pode esquecer as necessidades do esforço dia a dia. O título é uma chave. Use-o na penetração do serviço em si mesmo, qual vem fazendo, porque assim as oportunidades de realizações mais altas virão inevitáveis ao seu encontro.

O tempo é o grande criador, o admirável amigo e o venerável conselheiro de todos. Compreendemos que os seus sonhos naturais de rapaz reclamam ponto de apoio para se positivarem na felicidade que você está esperando. É belo esperar e imaginar, mas é necessário, antes de tudo, instalar a nossa alma em terreno firme para que o nosso pensamento se concretize de acordo com a nossa expectação. Não tenha dúvida quanto ao porvir. Desejar é começar a marcha para a obtenção daquilo que procuramos. Quem idealiza está construindo. Não faltarão a você os recursos indispensáveis às edificações porvindouras. A hora, porém, é de ajuste, de projeto, de pensamento, a fim de que a coroa da responsabilidade encontre segurança e firmeza em sua fronte.

Estamos satisfeitos com a sua atuação no campo do destino. Não recue. A vida nos retribui multiplicadamente o que lhe damos. Esforço por esforço, bens por bens. Nada se perde. Tudo obedece a leis de criação, amplificação e reprodução. O seu trabalho de agora não é insignificante. É sólida coluna dos dias que virão. E nos dias que aguardamos chegará também para o seu espírito a bênção da felicidade que você está aspirando. Felicidade de seguir nas suas linhas preferenciais de ação, no sentimento e na vida ativa, felicidade de traduzir na Terra, em notas positivas e seguras, o cântico de suas realizações individuais e inconfundíveis. 

Espere agindo e o Senhor agirá em favor da materialização de sua esperança. Não está longe o dia de sua “crisma funcional”. Todos estamos cooperando para que você seja muito bem-sucedido em suas aspirações afetivas e interesses de moço trabalhador e cristão. Apenas rogamos a você muito bom-ânimo, entusiasmo crescente e força de ideal no cérebro e no coração, de modo a colaborar conosco em favor de você mesmo.

É para nós muito difícil auxiliar com segurança ao espírito aflito ou amargurado, porque a inquietação excessiva gera perturbações e a tristeza estabelece o gelo mental em derredor do raciocínio. Guarde alegria e paz, energia e boa vontade no projeto e na ação. E verá que a solução dos nossos problemas chegará com maior facilidade até nós. A solução é resposta do Alto. Assim, pois, batamos, através do nosso esforço, às portas de nosso Pai e o socorro não se fará negado em tempo algum.

Maria, guarde cuidado contra maiores incursões da gripe na esfera orgânica. O nosso receitista já formulou indicações, mas, além delas, peço a você resguardar-se convenientemente contra os golpes de ar frio no tórax, usando mingaus ou caldos quentes pela manhã, por três a cinco dias, em se levantando para as lides comuns. Estamos no campo de vocês em plena estação renovada. Muito frio, muita mudança. Atendam todos vocês aos preventivos. O corpo é um templo de trabalho cujo valor, quase sempre, só compreendemos em sua máxima extensão depois de perdê-lo. Quanto estiver ao alcance de vocês auxiliem a sustentação do corpo como quem ampara a higiene e a segurança da casa, que se fez o lar de nossas melhores esperanças.

Continuo, meu caro Rômulo, cooperando com você na equação dos nossos casos. Muito satisfeitos com a sua calma e tolerância, esperamos tenha você forças para perseverar nas mesmas diretrizes. Males existem que devem ser relegados ao “esquecimento com vigilância”, se podemos nos expressar assim, ante os impositivos de serenidade do homem e as responsabilidades inalienáveis do administrador. Deus o fortaleça em sua luta direcional. Atravessamos uma época de grande nevoeiro e quem conduz qualquer embarcação em mar tão perigoso, qual o das injunções políticas e administrativas da atualidade, precisa muita visão e paciência, fé e bom-ânimo para que os rochedos não lhe ameace a viagem segura e harmoniosa. Jesus nos proteja e abençoe.

Para todos vocês, consigno as minhas visitas muito afetuosas, e reunindo-os em meu grande e forte abraço sou o papai e amigo de sempre,


Neio Lúcio
(A. .Joviano)













Miramez - Livro Saúde - João Nunes Maia - Cap. 3 - Usina Humana



Miramez - Livro Saúde - João Nunes Maia - Cap. 3


Usina Humana


O corpo é um acervo de vidas que se manifesta como um todo, na organização de um instrumento para o Espírito imortal.

Trilhões de células se agregam em sociedade, onde a luz acondiciona elementos de alto teor energético, acumulando condições para que a alma alcance mais um degrau na escala do despertar espiritual.

O corpo físico é, pois, uma usina humana, com expressão divina, na divina sequência do progresso. Ele é a máquina mais perfeita, em se falando de coisas materiais, que conheceis. Ainda devereis gastar séculos, na soma de muitos séculos, para descobrir a perfeição do agregado fisiológico e da urdidura da sua missão junto à chama espiritual, que mostra como atributo a inteligência e, como feição valorizada, os dons, nas ramificações do amor, dentro das linhas devidas em que Deus se faz presente.

Quando escrevemos, sentimos alegria, por encontrarmos a misericórdia do intercâmbio entre os dois mundos e a satisfação maior está em transmitir os valores do espírito para aqueles que ainda caminham na carne. Nós somos todos irmãos, carentes das mesmas necessidades, e principalmente, de amar.

Deveis convir conosco que tendes sob o vosso domínio um tesouro sobremaneira excelente: o vosso corpo. Cuidai dele, que ele corresponderá aos vossos esforços, vos doando meios de cumprir a vossa missão nos roteiros do mundo.

O espírito é um pássaro de luz preso temporariamente na cruz de carne, para afrouxar os laços que seguram os sentimentos.

A carne é como uma câmara, onde as virtudes tendem a amadurecer, criando condições cada vez melhores no que tange à verdadeira emancipação. Entretanto, sem conhecer, não poderemos avançar. O conhecimento nos favorece a certeza, que na palavra evangélica é a mesma Fé, tornando-se Caridade, a qual se transmuta em Amor.

Conhecer a si mesmo é passo firme na aquisição da harmonia de todos os corpos que revestem a alma, na grande jornada eterna.

O companheiro que está lendo passa a ser o que passa a pensar. Na mente, estão muitos segredos esperando o futuro que gradativamente revelar-vos-á as nuances da vida, de conformidade com o degrau da escada em que já pisastes. A vossa felicidade depende de vós mesmos, porque a parte de Deus, Ele já a fez.

Mas lembrai-vos de que não existis sem a existência dos outros. Deixai o vosso amor atingir os corações que vos cercam, como sendo parte de vós mesmos.

O corpo é um Universo em miniatura, regido pelas mesmas leis, compatíveis com o seu tamanho. O espírito é um deus, se o comparamos com as microvidas em profusão, na formação do fardo físico.

Luzes e mais luzes se intercruzam no universo biológico, pedindo passagem dentre os obstáculos criados pela ignorância que se desfaz no amor vertido pela mente adestrada no bem. Sede aquele que dispensa elogios e nunca exige condições. Começai a respeitar todos os reinos da Natureza, que eles vos abrirão o livro da sabedoria e um processo que talvez desconheçais vos encherá de paz e saúde, de alegria e conhecimento, no que se refere à vossa própria vida.

Nós todos sofremos por não sabermos o valor da saúde e desconhecermos muito sobre a harmonia dos nossos corpos. razão é um dos pontos básicos para que possamos nortear os nossos destinos, porém, a intuição clareia todos os caminhos por onde deveremos passar com consciência do dever. Se a vossa ambição for somente a elevação espiritual, desgastando o físico para ganhar o mais além, podereis errar o roteiro da verdadeira felicidade, pois, todos os instrumentos do espírito devem ser cuidados, com atenção e carinho.

Na sequência destas mensagens, dar-vos-emos alguma noção da vida natural, da paz entre todos os reinos, da afinidade com muitos mundos dentro do que viveis, para que possais receber e doar na força insuperável do amor.

Começai pelo corpo físico, na dedicação peculiar ao sábio, que os outros vos abrirão as portas para que entreis na senda da verdadeira iniciação. Não sejais precipitados. A ponderação é filha do bom senso e este, do equilíbrio. O equilíbrio é filho da justiça e esta, da harmonia. Estamos tocando em alguns pontos, desejando-vos a felicidade, que deve ser complementada pelas vossas mãos. Vamos, meu filho, que desejamos ir na frente e, por vezes, vos acompanhar.

Para nós, será uma grande alegria, se despertardes com esta nossa conversa, os tesouros que existem em vós.

O primeiro passo é começar a tratar da vossa Usina Humana.


Miramez





























Miramez - Livro Horizontes da Vida - João Nunes Maia - Cap. 9 - Ondas inflexas



Miramez - Livro Horizontes da Vida - João Nunes Maia - Cap. 9


Ondas inflexas


As ondas que arremessamos para fora de nós tem poderes extraordinários na folha da nossa vida. São forças vivas que nascem em nós e que podemos, pelos sentimentos, delas apropriar como sementes que nascem e frutificam por onde tem a capacidade de passar. Essas ondas são elásticas, tanto distanciando de nossa personalidade, como a nós voltando com as suas congêneres, oferecendo-nos, por lei de justiça, as suas iguais. Compreende-se daí que a vida, em todas as instâncias, é o resultado de trocas, com ofertas compatíveis entre si.

As ondas inflexas são resultado da lei; elas fazem curvas, indo e voltando pela lei de atração, e se sentem mais acomodadas onde foram geradas, assim como o filho sente mais prazer junto à mãe, que lhe deu condições de nascer.

Os horizontes da vida são extensos em todas as direções e nos mostram a própria vida na sua grandeza; ao entrarmos neles, sentiremos outras modalidades de vida. Para sermos felizes, haveremos de nos educarmos nas ondas da disciplina, que é rigorosa em todas as modalidades de vida, e que requer de nós educação dos impulsos. Se nos dispomos a ser úteis aos nossos companheiros em caminho, passemos a nos educar em todos os sentidos, porque a disciplina nos mostra as modalidades mais acertadas de amar.

Os pensamentos são ondas que partem da mente para dentro e para fora da personalidade, levando consigo o que o coração se dispõe a doar, o que o pensador tem a ofertar. Podemos enganar por algum tempo os nossos irmãos encarnados, mas nunca a Deus. A pessoa se revela pela emissão de seus pensamentos; a própria psicologia nos ensina a compreender logo com quem conversamos.

Uma observação mais profunda de quem ouvimos e entenderemos com quem falamos, porque seus gestos e sua fala o denunciam. Se o raciocínio é pesquisador nas nossas comparações, ainda temos a intuição, que não deixa faltar a sua cooperação nesse trabalho.

As ondas que saem de nós não tem somente uma forma; elas são mutáveis, de acordo com os sentimentos. 

Não mudamos sempre de idéias? Cada um vibra em faixa diferente, dando-se forma, irradiação e mesmo cheiro desiguais. A Doutrina dos Espíritos mostra, na atualidade, outra feição da vida e a sua missão mais profunda é a de mudar, é a de fazer de um homem velho um homem novo, refundindo suas qualidades nas do Cristo de Deus. As mudanças de vida compõem a base; a velha casa mental deve ser destruída e, em seu lugar, devemos erigir uma nova, com outras perspectivas de crescer para Deus, na crista da onda nova. O progresso e a ordem nos fazem libertar da escravidão da ignorância.

Podemos mudar de pensamentos, palavras e gestos em segundos, dependendo do que vemos, ouvimos ou lemos, e as vibrações passam a obedecer seus impulsos internos. O mundo se encontra como está, mais por falta de moral do que mesmo de alimento; por faltar mais educação dos sentimentos do que a água que dessedenta; por faltar mais disciplina do que mesmo o emprego; por faltar mais fraternidade e mais amor do que mesmo moradia com todos os requintes de conforto.

Não existe harmonia nas mentes e é por isso que o sofrimento campeia entre todas as criaturas, e a dor não vai deixar a humanidade por enquanto, a não ser que essa se eduque dentro dos moldes do amor. Quanto mais se abrem laboratórios para fabricar remédios, mais se assanham as doenças, para disciplinar os próprios fabricantes dessas drogas, e os que se encontram nos níveis da usura, do orgulho e do egoísmo. A dor somente cessará quando não houver mais necessidade da sua lição. Urge compreender o Evangelho da natureza que está com suas páginas abertas, mostrando as leis que falam em silêncio, para que as almas cresçam e sejam motivo de felicidade, com o Cristo nos corações.

Não deixemos escapar ondas da mente que não sejam de amor, de paz e de educação, de fraternidade e de caridade, de sorte que as sementes semeadas possam nos trazer frutos de esperança.


 Miramez














quarta-feira, 1 de novembro de 2023

Hammed - Livro Renovando Atitudes - Francisco do Espirito Santo Neto - Cap. 20 - Preceptor das almas



Hammed - Livro Renovando Atitudes - Francisco do Espirito Santo Neto - Cap. 20


Preceptor das almas


“Mas o papel de Jesus não foi simplesmente o de um legislador moralista, sem outra autoridade que a sua palavra; ele veio cumprir as profecias que haviam anunciado sua vinda; sua autoridade decorria da natureza excepcional de seu Espírito e de sua missão divina...” (Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec, Capítulo 1, item 4.)


Ele andou pelos caminhos terrenos desprovido de qualquer apego, consideração ou aplausos.

Ensinou a excelência da mensagem do amor em sua grandeza superlativa e, ao mesmo tempo, percorreu os caminhos, desacompanhado de seus pais ou parentes, solicitando, todavia, a presença espontânea de amigos amorosos que lhes absorveram as lições inesquecíveis.

Não tinha sequer onde reclinar a cabeça, despojado de qualquer bem material; nunca tomava decisões precipitadas em face de atitudes positivas ou negativas que aconteciam em seu redor, mas sempre reflexionava com sua estrutura divina, pois tinha plena consciência de sua missão terrena em favor da educação de uma humanidade ignorante e sofredora.

Ele afirmava que todos deveriam ser vistos como irmãos ou amigos, porque sabia que em potencial poderiam vir a ser pais, filhos, cônjuges ou irmãos, visto que é da lei universal a reencarnação e a caminhada a um só rebanho e a um só Pastor.

Independente de tudo e de todos, conhecia a estrada a ser percorrida, pois estava seguro em Si mesmo; dessa forma, fez sua trajetória livre de convenções e padrões preestabelecidos, não aceitando preconceitos de qualquer matiz, porquanto sabia transitar com grandeza e dignidade pelos caminhos do mundo. Criatura magnífica, retinha na mente poderes que lhe permitiam manipular desde a intimidade da matéria até as essências mais sutis da alma humana.

Homem generoso, sempre voltado à Natureza, com a qual se integrava em plenitude.

Amava os lírios dos campos, os pássaros dos céus, os montes arborizados, as brisas da manhã, as águas dos lagos, os trigais, e a própria natureza divina que existe em tudo e em todos.

Ele exemplificou as belezas naturais terrenas, comparando-as com o Reino dos Céus, fazendo dessa forma um elo divino, isto é, uma ligação de amor entre os Céus e a Terra.

Ensinou-nos a respeitar inicialmente as coisas da Terra, para que pudéssemos, então, amar as coisas da Vida Maior.

Aparentemente fracassado na cruz, mostrou-nos logo após que venceu o mundo em todos os aspectos.

Jesus podia “ver” com absoluta facilidade por trás das cortinas do teatro da vida humana e tinha a nítida percepção das intenções mais secretas.

Os seres humanos, para Jesus, eram verdadeiros “livros abertos”: seu olhar penetrava o âmago das almas, onde conseguia alcançar seus pontos fracos.

Não sufocava com a força de sua personalidade aqueles que O procuravam; ao contrário, afirmava: “Tudo depende de ti”, ou mesmo, “Atua fé te curou”. Em outras ocasiões, aconselhava-os:

“Vai e não peques mais”, convidando-os para uma vida autêntica e oferecendo apoio e incentivo para construírem a “Casa sobre a rocha”.

Foi Mestre por excelência, porque se manteve longe dos excessos nos relacionamentos: do excesso de “convites”, que promove desmedido envolvimento pessoal, dificultando a ajuda real, e do excesso de “indiferença”, que provoca falta de compaixão e posicionamento frio.

Preceptor das Almas, levou-nos à reflexão íntima, ou melhor, à interiorização de nós mesmos, quando assegurou: “Eu estou no Pai e o Pai está em mim”, (Jesus / João, 14:11), formalizando assim a necessidade do nosso autoconhecimento como base vital para alcançarmos o Reino do Céus.

Sigamos Jesus, Ele é a Luz do Mundo, o Sol Fulgurante que aquece as almas do frio interior, da desilusão e da desesperança.

Busquemos Jesus agora e sempre, porque só assim estaremos caminhando ao encontro da paz tão almejada.


Hammed
















Fonte: Renovando Atitudes-pdf

Hammed - Livro Renovando Atitudes - Francisco do Espírito Santo Neto - Cap. 38 - Viver com naturalidade



Hammed - Livro Renovando Atitudes - Francisco do Espírito Santo Neto - Cap. 38


Viver com naturalidade


 “... Vivei com os homens de vossa época, como devem viver os homens...”
 “... Fostes chamados a entrar em contato com espíritos de natureza diferente, de caracteres opostos; não choqueis nenhum daqueles com os quais vos encontrardes. Sede alegres, sede felizes, mas da alegria que dá uma boa consciência...” (ESE - Cap. 17, item 10.) 


Viver “felizes segundo as necessidades da Humanidade”(1) é viver com naturalidade, ou seja, participar efetivamente na sociedade usando nosso jeito natural de ser.

Todos nós fomos abençoados com determinadas vocações, e o mundo em que vivemos precisa de nossa cooperação individual, para que possamos, ao mesmo tempo, desenvolver nossas faculdades inatas na prática social e aumentar nossa parcela de contribuição junto à comunidade em que vivemos, no aperfeiçoamento da humanidade.

Possuímos talentos que precisam ser exercitados para que possam florescer, mas poucos de nós damos o real valor a essa tarefa. Esses mesmos talentos estão esperando nosso empenho de “se dar força”, a fim de colocá-los em plena ação no intercâmbio das relações com as pessoas e com as coisas.

Não podemos então olvidar que viver no mundo é “entrar em contato com espíritos de natureza diferente, de caracteres opostos”(2), reconhecendo que cada um dá o que tem, vive do jeito que pode, percebe da maneira que vê, admitindo que, por se tratar de tendências, talentos e vocações, todos nós temos a peculiar necessidade de “ser como somos” e “estar onde quisermos” na vida social.

Talentos são impulsos naturais da alma adquiridos pela repetição de fatos semelhantes, através das vidas sucessivas. Vocação é a “voz que chama”, palavra oriunda do latim vocatus, que quer dizer chamado ou convocação.

Pelo fato de a Natureza ser uma verdadeira “vitrina” de biodiversidade ou multiplicidade de seres, é que cada indivíduo tem suas próprias ferramentas, úteis para laborar na lida social.

Todas as árvores são árvores, mas o pessegueiro não tem as mesmas peculiaridades do limoeiro, nem o abacateiro as da mangueira. Por isso, cada pessoa também se exprime em níveis diversos segundo as múltiplas formas com que a Sabedoria Divina nos plasmou na criação universal.

Assim, todos somos convocados a “agir no social”(3), não com “um aspecto severo e lúgubre, repelindo os prazeres que as condições humanas permitem”, mas sim felizes, fazendo uso de nossos potenciais e faculdades prazerosamente.

Jesus de Nazaré vivia, à sua época, uma vida mística e distante da sociedade?

O Cristo de Deus se integrava intensamente no social, “participando das festas de casamento”(4), do relacionamento fraterno, amando intensamente os amigos (5). “Sem preconceito algum fazia visitas e tomava refeições em companhia de variadas criaturas”(6), percorrendo cidades, campos e estradas sempre acompanhado dos amigos queridos e das multidões que O cercavam.

Consequentemente, devemos entender que as leis do Criador deram às criaturas inclinações e aptidões íntimas e originais, para que elas pudessem conviver entre si, oferecendo a cada uma, participação também original na vida comunitária de maneira “sui generis”. 

Devemos, sim, viver no mundo com a consciência de que somos espíritos eternos em crescimento e progresso, e de que o nosso “ânimo de viver” em sociedade depende de colocarmos em prática as nossas verdadeiras capacidades e vocações da alma.

Lembremo-nos, contudo, de que a palavra “ânimo” quer dizer “alma”, do latim animus, e de que devemos cada um de nós “viver com alma” no círculo social do mundo.


Hammed 



(1), (2) e (3) O Evangelho Segundo o Espiritismo - Capítulo 17º, item 10.
(4) João 2:1 e 2.
(5) João 15:13.
(6) Mateus 9:10.





Fonte: Renovando Atitudes-pdf