Emmanuel - Livro Encontro Marcado - Chico Xavier - Cap. 23
Receita de vida eterna
TEMA — Imperativo da prática do bem.
Tantas vezes encontramos pela frente a parábola do Bom Samaritano e tantas outras nela encontramos inesperados ensinamentos.
Repetir costuma cansar, convenhamos. Lições, contudo, existem semelhantes à luz solar que se rearticula, diariamente, criando vida renovadora.
Realmente, a história contada por Jesus expõe a caridade por brilhante divino, com revelações prismáticas de inexprimível beleza.
A atitude daquele cavaleiro desconhecido resume todo um compêndio de bondade.
Enquanto o sacerdote e o levita, pessoas de reconhecido valor intelectual, se afastam deliberadamente do ferido, o samaritano para sensibilizado.
Até aí, o assunto patenteia feição comum, porque nós todos, habitualmente, somos movidos à piedade, diante do sofrimento alheia.
Situemo-nos, entretanto, em lugar do viajante generoso…
Talvez estivesse ele com os minutos contados…
Muito compreensivelmente, estaria sendo chamado com urgência e teria pressa de atingir o término da viagem…
Provável fosse atender a encontro marcado…
É possível atravessasse naquela hora o fim do dia e devesse acautelar-se contra qualquer trecho perigoso da estrada, na sombra da noite próxima…
No entanto, à frente do companheiro anônimo abatido, detém-se e se compadece.
Olvida a si mesmo e não pergunta quem é.
Interrompe-se. Aproxima-se. Faz pensos e efetua curativos.
Para ele, contudo, isso não basta. Coloca-o na montada. Apresenta-o na hospedaria e responsabiliza-se por ele.
Além disso, compromete-se sem indagar se está preservando um adversário. Pagará pelos serviços que receba. Vê-lo-á, quando regressar.
Narrando o acontecido, Jesus recordou o comportamento do sacerdote, do levita e do samaritano e perguntou ao doutor da Lei que se interessava pela posse da vida eterna:
— Qual dos três te parece haver amado o próximo, caído em necessidade?
— O que usou de misericórdia para com ele — replicou o interpelado.
— Então, vai — disse Jesus —, e faze tu o mesmo.
Segundo é fácil de ver, a indicação para entesourar a luz da vida eterna, em nós próprios, é clara e simples. Amor ao próximo é o sublime recurso na base de semelhante realização. Mas não basta reconhecer os méritos da receita. É preciso usá-la.
Emmanuel
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