Hammed - Livro Lucidez - A Luz que Acende na Alma - Francisco do Espírito Santo Neto - Cap. 2
Imposição das mãos
Amado Pai, ajuda-nos a utilizar bem as mãos, para que elas sejam chamadas a curar as chagas da alma. Permite-nos que as coloquemos, sempre que necessário, em posição de quem ora, a fim de expandirmos luzes para atenuar dores, renovar as forças interiores, tranquilizar nosso íntimo e auxiliar a quem quer que seja.
O coração inspira a mente; esta pensa e as mãos edificam. Por sinal, os feitos delas darão notícias de como foi nossa passagem pela Terra.
Todo-Compassivo, consente que nossas mãos esparjam, por meio da transmissão fluídica, algum vigor ou força do seu amor infinito para dar aconchego e contentamento aos nossos semelhantes. Faze delas um canal; usa-as como ferramentas de restabelecimento e sanidade.
Todavia, é bom lembramos que mãos generosas não são aquelas que doam de forma superabundante e descontrolada, mas aquelas que sabem como e quando doar acertadamente. Por falar nisso, Pai Amado, a mão que realmente auxilia pertence às criaturas que aprenderam a favorecer os outros sem se verem obrigadas a tomar para si os conflitos e infortúnios que não lhes pertencem. É aquela que socorre os sofredores sem emaranhar-se na problemática emocional deles.
Senhor Deus, inspira-nos a sermos prestativos com as aflições dos nossos semelhantes, mas não nos deixes envolver nos conflitos ou problemas que não são nossos. Melhor ajudamos quando não carregamos as cruzes alheias, e sim quando só ajudamos a levantá-las.
Pai, estamos cientes de que muitas religiões na atualidade distorceram o conceito de altruísmo, utilizando a culpa e o medo como formas de nos forçar a manter o sustento físico e a estabilidade emocional de outrem. Muitos de nós não entendemos que a beneficência real não depende de imposição moral ou obrigação religiosa, mas da necessidade de estar unida à naturalidade da doação com amor.
A prova disso está nas palavras de Jesus: “Mas, quando tu deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a direita” (Mateus 6:3). Ele utilizou a metáfora das mãos para nos ensinar que tudo que déssemos deveria ser com espontaneidade, e não por obrigação.
Por extensão de sentido, a palavra “mão”, unida a outra palavra, tem significações interessantes:
• mãos impostas — aquelas que transmitem energia, entregando-se a uma empreitada de amor;
• mãos de fada — são laboriosas e hábeis na execução dos mais diversos trabalhos de arte;
• mãos unidas — ficam, palma com palma, na posição dos que oram ou suplicam ardentemente;
• mãos à palmatória — são flexíveis, pois reconhecem a derrota ou o engano;
• mãos fortes — servem de sustentáculo; emprestam apoio, solidarizam e amparam;
• mãos-largas — são pródigas ou dadivosas; pertencem a indivíduos de boa vontade;
• mãos de seda — são carinhosas e atenciosas com as dores alheias;
• mãos-cheias — as que fartam; oferecem quantidade mais que suficiente para suprir necessidades.
Bom Deus, temos certeza de que amparas invariavelmente as mãos-postas que lhe rogam auxílio e de que sustentas as mãos trêmulas e inseguras, reservando-lhes braços fortes. Por isso, apazigua nosso coração para que a energia que provém de ti e o atravessa em nossa direção, continue repleta do teu Amor.
Que assim seja.
Hammed
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