Ermance Dufaux - Livro Vibrações de Paz em Família - 2ª Parte - Para sentir Deus - Wanderley Oliveira - Prólogo
A religião do amor
[...] e, quando ainda estava longe, viu-o seu pai, e se moveu de íntima compaixão e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou. - Lucas 15:20
A religião, em todas as épocas, é um reflexo daquilo que os homens entendem a respeito do excelso Pai. Nesse aspecto residem as raízes dos desvios humanos nesse tema: colocar o cérebro acima do coração. Compreender Deus é bem diferente de sentir Deus.
Enquanto nos limitamos a colocar Deus em nossas ideias por meio de raciocínios de filosofia profunda, certamente guardaremos na alma um vazio dilacerante.
Carecemos sentir o nosso Pai e Criador. Sua essência é refletida nos recessos sagrados de nossos corações através dos sentimentos elevados. Aprender a identificar e desenvolver nossa luz pessoal é o caminho para essa conexão transcendental. A leitura de nosso mundo afetivo é o diferencial de quem está em Deus, porque O sente e O entende pela emoção.
Na consciência estão escritas as Leis de Deus (1), e o sentimento é espelho translúcido no qual são estampadas as mensagens do Pai na direção de nosso progresso pessoal.
Em um mundo de materialismo e perturbação, a humanidade tem sede do divino. Anseia por paz e sossego interior.
A dor faz o homem se dobrar diante de seu próprio orgulho, e o vazio existencial leva-nos à mais cruel provação do ato de viver, que é não sentir a vida.
O resultado inevitável dessa trajetória espiritual é a depressão, o tédio, a solidão, a sensação de abandono, o ódio, a vingança, a mágoa de existir, a tormenta do conflito e a infeliz experiência de se sentir consumido por ter de ser quem não é na passarela das vivências sociais.
Existe uma multidão de almas aflitas na humanidade que pensa Deus, enquanto Deus precisa ser sentido no âmago dos nossos melhores e mais aprimorados sentimentos.
Deus está em tudo e em todos e o movimento de estar Nele é uma decisão pessoal e intransferível, particular e de livre opção.
E, nessa busca pelo encontro com Deus, muitos adeptos das religiões distraem-se com as atividades e iniciativas, com os estudos e as práticas, repetindo velhos atalhos e desvios na caminhada evolutiva.
A verdadeira “religião” de Deus é o amor. O amor vivido e cultuado na atitude de espalhar pela vida o perfume da compaixão, da fé e da arte de consolar.
Todos queremos Deus. Procuremos o nosso endereço pessoal que nos levará ao Pai pelo amor, e Ele, que nos espera há milênios, vendo o nosso esforço em encontrá-Lo, se expressará em Sua sabedoria e bondade: [...] e, quando ainda estava longe, viu-o seu pai, e se moveu de íntima compaixão e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou.
Ermance Dufaux
Belo Horizonte, maio de 2011
(1) Questão 621 de O livro dos espíritos – Allan Kardec
Fonte: Vibrações de Paz em Família
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