Joanna de Ângelis - Livro Momentos de Consciência - Divaldo P. Franco - Cap. 20
Consciência e Plenitude
A busca da plenitude constitui a meta essencial da consciência lúcida que descobriu os valores reais da vida e superou os equívocos do ego, no processo da evolução do ser espiritual.
Conscientizado quanto à realidade da vida, na sua qualidade de hálito divino e eterno, sabe que a rapidez do trânsito carnal em nada afeta o conteúdo de que se constitui, porquanto identifica o mecanismo da evolução graças ao qual se adentra na existência física, através da concepção fetal e abandona-a por meio da anóxia cerebral, quando lhe advém a morte.
Felicitado pela perfeita identificação dos objetivos humanos, empenha-se por entesourar os recursos inalienáveis do bem, preservando a paz íntima e comportando-se dentro dos cânones da ordem e do dever, fomentadores do próprio, como do progresso geral.
A consciência seleciona as necessidades reais das que são utópicas, abrindo espaços à realização interior que induz ao amor como meio especial de alcançar a plenitude.
Sonhada por todos os povos, nas mais variadas épocas da História, foi assinalada por santos, místicos e heróis, como Nirvana, Samadi, Paraíso, glória, encontrando em Jesus a denominação amena de Reino dos Céus, onde não vicejam as dores nem as angústias , as saudades nem as aflições.
Delimitando-lhe as balizas no próprio coração da criatura, o Mestre Divino propôs o mergulho no oceano dos sentimentos, onde pode sobrenadar, fruindo de harmonia, sem ansiedade, nem arrependimento, sem perturbação ou tormento...
Conquistada a consciência que propicia amadurecimento, o ser alcança o estado de plenitude espiritual, não obstante se encontre no invólucro carnal.
Não temas a morte, nem receies a vida.
Vive de tal forma que ante a desencarnação te encontres em paz, atravessando o fenômeno biológico com a naturalidade de quem adormece com a certeza inconsciente do despertar.
Nenhuma expectativa, inquietação alguma.
Prepara-te para te transferires da faixa orgânica para a espiritual com segura tranquilidade. Enquanto estejas na vida corporal , exercita-te na fraternidade, não te deixando perturbar por querelas e paixões dissolventes.
Cuida de viver, com intensidade e sem cansaço , as horas da existência, deixando-as passar com real aproveitamento, de modo que a recordação delas não te cause remorso ou lamentação.
Às vezes, breves minutos no corpo são definidores de futuro auspicioso, face à claridade de consciência para identificar os erros praticados e assinalar realizações plenificadoras.
Os momentos de consciência profunda , objetiva, proporcionam a memória da plenitude, passo inicial para a integração no espírito total da vida.
Jesus assinalou esta conquista ao afirmar : "Eu e meu Pai somos um."
Havia uma perfeita identificação entre Ele e o Gerador Universal, acenando aos Seus discípulos a possibilidade de consciência integral com plenitude pessoal.
Interessado na elucidação da plenitude , ALLAN KARDEC indagou aos Gênios Espirituais, conforme anotou em O Livro dos Espíritos, na questão 967:
- Em que consiste a felicidade dos bons espíritos?
- Em conhecerem todas as coisas; em não sentirem ódio, nem ciúme, nem inveja, nem ambição, nem qualquer das paixões que ocasionam a desgraça dos homens. O amor que os une lhes é fonte de suprema felicidade. Não experimentam as necessidades, nem os sofrimentos, nem as angústias da Vida material. São felizes pelo bem que fazem....
Joanna de Ângelis
Fonte: Momentos de Consciência-pdf
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