quarta-feira, 4 de novembro de 2020

A. Santos-Dumont - Livro Tempo e Amor - Espíritos Diversos - Chico Xavier / Clóvis Tavares - Cap. 9 - Santos-Dumont e o caminho da verdadeira glória




A. Santos-Dumont - Livro Tempo e Amor - Espíritos Diversos - Chico Xavier / Clóvis Tavares - Cap. 9


Santos-Dumont e o caminho da verdadeira glória 
 

Amigos, Deus vos recompense.

A lembrança da prece me comove as fibras mais íntimas. 

O Espírito liberto esquece o homem prisioneiro. A alvorada não entende a sombra.

Tenho hoje dificuldade para compreender a luta que passou e, não fosse a responsabilidade que me enlaça ainda ao campo humano, em vista das aflições que me povoaram as últimas vigílias na carne, preferiria que as vossas recordações, ainda mesmo carinhosas e doces, não me envolvessem o nome de lutador insignificante.

Descobrir caminhos foi a obsessão do meu pensamento. Reconheço hoje, porém, que outra deve ser a vocação da altura.

Dominar continentes e subjugar povos, através dos ares, será talvez, extensão de domínio da inteligência perversa que se distancia de Deus. Facilitar comunicações às criaturas que ainda não se entendem, possivelmente será acentuar os processos de ataque e morte, de surpresa, nas aventuras da guerra. Dolorosa é a situação do missionário da ciência que se vê confundido nos ideais superiores. Atormentada vive a cultura que não alcançou o cerne sublime da vida.

Terei errado, buscando rotas diferentes? Certo, não.

O mundo e os homens aprenderão sempre. A evolução é fatal.

Todavia, recolhido presentemente à humildade de mim mesmo, procuro caminhos mais altos e estradas desconhecidas, no aprendizado do roteiro para o Cristo, Senhor de nossas vidas.

Não há voo mais divino que o da alma.

Não existe mundo mais nobre a conquistar, além do que se localiza na própria consciência, quando deliberamos converter-nos ao bem supremo.

Sejamos descobridores de nós mesmos.

Alcemos corações e pensamentos ao Cristo.

Aprimoremo-nos para refletir a vontade soberana e divina do Alto por onde passarmos.

Crescimento sem Deus é curso preparatório da queda espetacular.

Humilharmo-nos para servir em nome Dele é o caminho da verdadeira glória.

De qualquer modo, agradeço-vos. O trabalhador que repara as possibilidades para ser mais útil jamais se esquecerá de endereçar reconhecimento às flores que lhe desabrocham na senda.

Crede! Não passo de servidor pequenino. Que o Senhor nos enriqueça com Sua divina bênção.


A. Santos-Dumont




ANOTAÇÕES

1 — Esta mensagem foi recebida na noite de 20 de julho de 1948, data aniversária de Santos-Dumont, no Grupo Espírita Luís Gonzaga, em Pedro Leopoldo, MG.

2 — Já tive ocasião de escrever (Trinta Anos com Chico Xavier, Clovis Tavares, Edição IDE, Araras, SP) que em julho de 1948, como sempre o fazia em época de férias escolares, pus-me a caminho de Pedro Leopoldo. Durante a viagem — resumo aqui — meu pensamento se fixou intensamente na personalidade de Santos-Dumont: sua vida, suas dedicações, sua morte dolorosa. Relembrava páginas de Gondim da Fonseca, depoimentos sobre seus trabalhos aeronáuticos, observações do seu “Dans l’Air”… Mentalmente recapitulava episódios da vida do Pai da Aviação: a infância extraordinária, o balãozinho Brasil, O 14-Bis… Cabangu, Saint-Cloud, Guarujá… E meditava, outrossim, na confortadora notícia que o Chico me dera, dois anos antes, de que Santos-Dumont, desde 1936, era um dos mais devotados Amigos Espirituais de nossa Escola Jesus-Cristo (fundada em 1935…)

Seis dias depois, na noite de 20 de julho (saíra de Campos no dia 14), numa reunião íntima com Chico, em recordando a data natalícia do genial brasileiro, pedi aos companheiros do pequenino grupo permissão para formular uma prece em memória do Benfeitor Espiritual.

O querido médium, havendo percebido a presença de Santos-Dumont em nosso círculo íntimo, transmite-me suas palavras de carinho e também uma notícia que me provocou profundo impacto emocional, pois eu guardara, natural e modestamente, completo silêncio sobre minhas cogitações durante a viagem Campos-Rio. Revela-me, então, o Chico que Santos-Dumont lhe estava dizendo que muito se sensibilizara com minhas lembranças de sua pessoa, durante a referida viagem e, comovido, me agradecia as recordações afetuosas, desejando escrever uma página destinada ao nosso pequeno grupo. E assim o fez. Esta, resumidamente, a história da mensagem portadora de tão elevados sentimentos e ensinos.


Clovis Tavares





VÍDEO:

Áudio Livro Espírita: O Homem Que Falava Com Os Espíritos - Chico Xavier

Autor: Luís Eduardo de Souza






Trata-se de um livro, escrito pelo jornalista Luís Eduardo de Souza, estudioso do Espiritismo há 15 anos, e que, desde o início do milênio, vem pesquisando material sobre a vida de Chico Xavier. Essas pesquisas resultaram na publicação de diversas revistas sobre o assunto e do livro O Mestre Chico Xavier com mais de 12 mil exemplares vendidos, lançado em 2006. Assim o livro atinge em cheio os mais de 30 milhões de simpatizantes do Espiritismo, que terão acesso a uma obra que combina trabalho jornalístico apurado e conhecimento teórico que o autor possui sobre a doutrina Espírita, o que possibilita ao autor explicar os fenômenos envolvendo Chico de tal maneira que mesmo os leigos no assunto possam entendê-lo facilmente.



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