Emmanuel - Livro Religião dos Espíritos - Chico Xavier - Cap. 85
Cada hora
Reunião pública de 27 de Novembro de 1959
Questão n.° 721 de “O Livro dos Espíritos”
Faze de cada hora — um poema de amor.
Renúncia vazia — terra seca.
Oração sem serviço — candeia apagada.
Alegria sem trabalho — flor sem proveito.
Cultura sem caridade — árvore estéril.
Sermão sem exemplo — trovoada sem chuva.
Tribuna sem suor — esquife sonoro.
Inteligência trancada — luz no deserto.
Vida sem ação — enterro lento.
Filosofia sem bondade — conversa vã.
Talento oculto — fonte escondida.
Fé parada — vaso inútil.
Virtude sem movimento — ninho morto.
Lição sem obras — museu de ideias.
Repara os recursos de que dispões:
Pensamento nobre.
Conhecimento superior.
Raciocínio pronto.
Diretrizes claras.
Ouvidos percucientes.
Olhos iluminados.
Verbo fácil.
Movimentos livres.
Mãos seguras.
Pés hábeis.
Não te afeiçoes a mortificações improfícuas.
Cada criatura, onde passa, deixa o próprio reflexo.
Só a inércia vagueia no mundo como sombra na sombra.
Tu, porém, deves caminhar, à feição do raio solar, dissipando as trevas.
Cada hora, podes fazer a dor menos amarga.
Cada hora, podes fazer a luta mais construtiva.
Imensos são os males do mundo — não os agraves com o desespero.
Enormes são as mágoas dos outros — não as multipliques com o fel da reprovação.
Onde estiveres, restaura, conserta, alivia, ampara e desculpa…
Em qualquer circunstância, recorda o Cristo, que passou entre os homens entendendo e ajudando…
E ainda mesmo quando se viu condenado sem culpa, pelos mesmos homens aos quais servia, partiu para a morte, perdoando e amando… Torturado na cruz, mas de braços abertos.
Emmanuel
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