segunda-feira, 23 de novembro de 2020

Joanna de Ângelis - Livro Jesus e Atualidade - Divaldo P. Franco - Cap. 6 - Jesus e honra




Joanna de Ângelis - Livro Jesus e Atualidade - Divaldo P. Franco - Cap. 6


Jesus e honra


A estrutura psíquica de Jesus é o modelo da perfeita identificação com a tarefa que Ele veio exercer.

Ele pôde penetrar nas leis fundamentais da vida que conduzem os homens, estabelecendo em palavras e atos os roteiros seguros para o equilíbrio fisiopsíquico de todos.

Projetando a Verdade, não esmagava com a Sua natural superioridade, não absorvendo cada individualidade, que permanecia mais independente.

Aqueles que se Lhe afeiçoavam, encontravam a paz e por esta razão, optavam livremente por segui-lO.

Ele sabia despertar as potencialidades jacentes em cada um, canalizando-as para as operações saudáveis, mediante cujo esforço se fruíam júbilos e plenitude.

As parábolas, que Lhe guardam as instruções vivas, continuam adequadas para os problemas hodiernos, possuindo sentido harmônico e orientação capazes de serem aplicadas sem qualquer conflito de época, lugar e pessoa.

O homem moderno prossegue, de certo modo, com as mesmas aspirações e necessidades dos seus antepassados, ressalvadas algumas conquistas logradas através dos tempos.

Desse modo, ainda permanece com carências e inseguranças que lhe perturbam as estruturas emocionais.

Para conseguir a liberdade interior e a emancipação, necessita da luz do conhecimento e da coragem para entregar-se com decisão â honra dos objetivos que persegue.

Saber o que pretende da vida e como consegui-lo, eis o processo-parto de amadurecimento pessoal rompendo com as suas próprias raízes os atavismos que lhe procedem do passado espiritual.

Para este esforço, a honra se lhe torna o inigualável guia interior, impulsionando-o para a frente, nos passos que deve dar, sem mais deter-se.

Na ruptura dos laços familiares constringentes, Jesus, sem deixar de atender aos compromissos morais e sociais com o clã a que pertencia, demonstrou a grandeza da coragem que a honra pessoal lhe facultava.

Buscado pela família, que Lhe ignorava o ministério, duvidando da Sua missão, e assim tentando interrompê-la, quando Ele punha os alicerces da Boa Nova nos corações, foi advertido por alguém que Lhe disse: — Tua mãe e Teus irmãos aí se encontram e chamam por Ti.

Chegara-Lhe o momento da indeclinável quão honrosa decisão, facultando-Lhe interrogar com tranquilidade: — Quem é meu pai, minha mãe, quem são meus irmãos, senão aqueles que fazem a vontade de Deus?”

A estupefação geral não O perturbou e Ele prosseguiu como se nada houvesse acontecido.

Honra é a coragem de eleger o melhor.

A dubiedade na decisão entre os que O desejavam reter e aqueles que Lhe necessitavam da presença e das lições, seria a lamentável falência dos objetivos que buscava.

Não há, aí, desrespeito aos familiares. Estes, sim, presunçosos e amedrontados, sem O consultarem, desrespeitavam-Lhe a opção de homem independente, que viera para um apostolado que jamais negara qual seria o término: a humilhação, a cruz, a morte.

A Sua honra levava-O ao prosseguimento, mesmo lutando contra todos os fatores hostis.

Ele viera romper os impedimentos, arrancar a escultura modelada do homem integral, do mármore frio da sociedade utilitarista e escravocrata.

O cinzel e o martelo para arrebentar a pedra eram a honra e o dever. Nada podia emparedá-lO nos limites das conveniências, dos receios pueris, das afeições imaturas.

Vinte séculos depois, ei-lO o mesmo escultor de almas, trabalhando o granito das vidas, a fim de libertá-las.

Tua honra deve modelar-se na d´Ele.

Tua decisão para a felicidade, rompendo as estruturas passadistas e acomodadas, é a força do teu empreendimento.

Entra em ti mesmo e ausculta a consciência, o teu guia íntimo, a fim de saberes o que pretendes, o que é melhor para ti e como conquistá-lo.

A tua libertação diferirá daquela que rompe vínculos de afetividade para soltar-se, escravizando-se a outras situações piores.

A honra de encontrar um guia interno, que te orienta nos fundamentos da vida de Jesus, é o desalgemar-se de tudo quanto constitui retentiva, para que sigas plenamente.

Após isto, não serás mais o mesmo, nem te repetirás.

A consciência do dever se manifestará a ti na honra de seguir em padrões de respeito a todos e a tudo, porém, de liberdade total sob a liderança de Jesus.


Joanna de Ângelis  







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