Emmanuel - Livro Semeador em Tempos Novos - Chico Xavier - Cap. 14
Serenidade
Seja qual for o conteúdo de sofrimento em teu roteiro de provação, acalma-te e espera…
Não agraves o peso de tua dor com o fardo da aflição sem remédio.
Se o desespero te cerca, em ondas asfixiantes de inconformação ou de cólera, exercita a serenidade e faze algo em silêncio que possa amparar as vítimas da revolta; se a ofensa te busca, apedrejando-te o coração, perdoa-lhe as investidas, guardando a serenidade de quem sabe que a ventania tempestuosa não desloca a harmonia do céu; se a calúnia despeja corrosivo destruidor em tua alma, desculpa-lhe os golpes, conservando a serenidade de quem reconhece no crime doentia manifestação da ignorância ainda em trevas e, se as lágrimas te caem, ardentes, dos olhos feridos, à face da angústia que te persegue as esperanças e os sonhos, transforma o teu pranto numa prece de amor, cultivando a serenidade, na convicção de que o sacrifício é o caminho real da luz.
Lembra-te do Cristo, a oferecer-te o Seu jugo brando e suave.
Ninguém o viu acrescer a cruz das próprias dores, com o peso morto da rebelião ou da crueldade, do ciúme ou da inveja, do revide ou da queixa…
Da serenidade da Manjedoura, segue amando e perdoando para a serenidade da cruz, sem jamais trair a dignidade da Sua confiança no Pai Excelso, a Quem pertencem, em verdade, todos os títulos e afeições que nos sustentam a marcha.
Serenidade! Serenidade!… Será ela em teu passo o selo oculto da humildade vitoriosa que te fará mais nobre à vista do Céu, porque então junto dela terás aprendido a esperar por Deus em tua luta de cada dia.
Emmanuel
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