sábado, 6 de agosto de 2022

André Luiz - Livro Nosso Lar - Chico Xavier - Prefácio - Mensagem de André Luiz



André Luiz - Livro Nosso Lar - Chico Xavier - Prefácio


Mensagem de André Luiz


A vida não cessa. A vida é fonte eterna e a morte é o jogo escuro das ilusões.

O grande rio tem seu trajeto, antes do mar imenso. Copiando-lhe a expressão, a alma percorre igualmente caminhos variados e etapas diversas, também recebe afluentes de conhecimentos, aqui e ali, avoluma-se em expressão e purifica-se em qualidade, antes de encontrar o Oceano Eterno da Sabedoria.

Cerrar os olhos carnais constitui operação demasiadamente simples.

Permutar a roupagem física não decide o problema fundamental da iluminação, como a troca de vestidos nada tem que ver com as soluções profundas do destino e do ser.

Oh! Caminhos das almas, misteriosos caminhos do coração! É mister percorrer-vos, antes de tentar a suprema equação da Vida Eterna! É indispensável viver o vosso drama, conhecer-vos detalhe a detalhe, no longo processo do aperfeiçoamento espiritual!…

Seria extremamente infantil a crença de que o simples “baixar do pano” resolvesse transcendentes questões do Infinito.

Uma existência é um ato.

Um corpo — uma veste.

Um século — um dia.

Um serviço — uma experiência.

Um triunfo — uma aquisição.

Uma morte — um sopro renovador.

Quantas existências, quantos corpos, quantos séculos, quantos serviços, quantos triunfos, quantas mortes necessitamos ainda?

E o letrado em filosofia religiosa fala de deliberações finais e posições definitivas!

Aí! Por toda parte, os cultos em doutrina e os analfabetos do espírito!

É preciso muito esforço do homem para ingressar na academia do Evangelho do Cristo, ingresso que se verifica, quase sempre, de estranha maneira — ele só, na companhia do Mestre, efetuando o curso difícil, recebendo lições sem cátedras visíveis e ouvindo vastas dissertações sem palavras articuladas.

Muito longa, portanto, nossa jornada laboriosa. Nosso esforço pobre quer traduzir apenas uma ideia dessa verdade fundamental.

Grato, pois, meus amigos!

Manifestamo-nos, junto a vós outros, no anonimato que obedece à caridade fraternal. 

A existência humana apresenta grande maioria de vasos frágeis, que não podem conter ainda toda a verdade. 

Aliás, não nos interessaria, agora, senão a experiência profunda, com os seus valores coletivos. 

Não atormentaremos alguém com a ideia da eternidade. Que os vasos se fortaleçam, em primeiro lugar. 

Forneceremos, somente, algumas ligeiras notícias ao espírito sequioso dos nossos irmãos na senda de realização espiritual, e que compreendem conosco que “o espírito sopra onde quer”. 

E, agora, amigos, que meus agradecimentos se calem no papel, recolhendo-se ao grande silêncio da simpatia e da gratidão.

Atração e reconhecimento, amor e júbilo moram na alma. Crede que guardarei semelhantes valores comigo, a vosso respeito, no santuário do coração.

Que o Senhor nos abençoe.


André Luiz












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