Miramez - Livro Saúde - João Nunes Maia - Pág. 39
A palavra falada
A palavra falada deve agasalhar o discernimento na conjuntura da sua expressão, fazendo entender a quem a ouve a beleza da vida imortal e a grandiosidade oportuna do corpo físico, que Deus nos concedeu a todos. Se o condicionamento é uma lei, deve estar de acordo com a lei do amor, o que torna importante para o nosso bem guardar sugestões elevadas na mente e no coração e transformá-las em sementes de luz para o plantio nas consciências que por vezes se aproximam de nós.
É nosso dever plantar harmonia onde quer que estejamos, para colhermos alegria e amor. Todos desejamos saúde, saúde física e espiritual, e não será com um punhado de pílulas, nem tampouco com uma série de passes que nossos corpos irão entrar em plena harmonia com o Universo. A nossa consciência despeja em nossa vida a tranquilidade imperturbável. A aquisição de saúde requer e demanda tempo e esforço próprio. Cada criatura deve ser o seu próprio remédio. Tudo o mais que existe e que vai existir durante muito tempo são paliativos como bênçãos de Deus até chegar o grande dia em que podereis vos encontrar a vós mesmos e conhecer as próprias necessidades.
É certo e justo que alguém que nos oriente bem é para nós um caminho que nos leva à senda. No entanto, quando descobrirmos o nosso potencial interior, a parte maior e de maior expressão na busca pertencerá a nós mesmos e deveremos fazê-la com alegria e amor no coração.
Estamos escrevendo não para prender consciências. Pelo contrário, a nossa intenção é libertá-las em todas as direções da vida. O que falamos objetiva chegarmos na conhecida citação: "Conhece-te a ti mesmo". Aí está toda a vida e a lei. É uma sentença que liberta o espírito de muitos condicionamentos inferiores, mantidos pela ignorância humana. A ciência do falar ainda continua nos rudimentos.
Foi esquecida pelas escolas acadêmicas por conveniência, mas como a verdade sempre se levanta à luz da razão, ela está começando a ficar de pé, para alegria de todas as criaturas de Deus. Jesus deu ênfase à palavra, de sorte a levantar os caídos, curar todos os tipos de enfermidades e afirmar, por ela, a imortalidade da alma.
Foi a palavra do Mestre, assegurada pelo exemplo, que nos veio às mãos, no Evangelho, trazendo-nos a consciência à luz da fé, de que estamos sempre cercados pelos anjos do Senhor, nos inspirando acerca da vida imortal e da necessidade urgente de nos tornarmos médiuns da caridade e do amor.
Vós, que estais lendo, podeis curar a vós mesmos e aos vossos semelhantes pelo poder sem limites da palavra falada e escrita. Ela pode ser um catalizador de forças que até então desconhecíeis. Usai esse dom divino que o vosso coração guarda, acionando-o pela mente. Antes, porém, de usá-la, lembrai-vos do discernimento e da força do bem que reside em vós, porque o verbo mal dirigido pode também destruir.
Quem conhece a ciência do bem falar e não a emprega em
benefício da coletividade, deixando-se levar pelo egoísmo, vai
perdendo esse dom maravilhoso do verbo, o qual vai se
atrofiando no decorrer do tempo. Nada recebemos para ficar
guardado, porque a própria natureza nos dá exemplo disso e
da lei do uso. Tudo no Universo circula em intermináveis
trocas de forças, saciando a ansiedade das coisas e dos
homens, dos espíritos e dos anjos.
Quando a palavra recebe e usa a educação, quando ela está
cheia de ternura e imantada de amor, nos dá notícias do Céu e
da existência de Deus; lembremo-nos de Jesus e não nos
esqueçamos dos grandes mártires do Cristianismo nascente.
E eis que o nosso coração dá sinal da verdadeira paz espiritual,
levando-nos à conquista da saúde absoluta, que nasce do bom
comportamento e de uma vida que copia a harmonia
universal, tendo como exemplo a própria natureza.
Miramez
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