quinta-feira, 25 de agosto de 2022

Allan Kardec - O Livro dos Espíritos - 3ª Parte - Cap. 12 - Das leis morais - Da perfeição moral - As virtudes e os vícios - Questão 906 (Miramez)



Allan Kardec - O Livro dos Espíritos - 3ª Parte - Cap. 12 - Das leis morais - Da perfeição moral


As virtudes e os vícios 


906. Será passível de censura o homem por ter consciência do bem que faz e por confessá-lo a si mesmo?

“Pois que pode ter consciência do mal que pratica, do bem igualmente deve tê-la, a fim de saber se andou bem ou mal. Pesando todos os seus atos na balança da lei de Deus e, sobretudo, na lei de justiça, amor e caridade, é que poderá dizer a si mesmo se suas obras são boas ou más, que as poderá aprovar ou desaprovar. Não se lhe pode, portanto, censurar que reconheça haver triunfado dos maus pendores e que se sinta satisfeito, desde que de tal não se envaideça, porque então cairia noutra falta.” (919)


Allan Kardec




O Livro dos Espíritos comentado pelo Espírito Miramez

Questão 906 comentada


A consciência do bem, todos devemos tê-la, sentir o bem que fazemos, porque desta maneira passamos a conhecer a nós mesmos e deixamos de fazer o mal, que às vezes praticamos. Não é censurado à criatura que ela examine a si mesma, no que se encontra fazendo.

Cada pessoa é um mundo, onde o comandante é a alma. Certamente que é preciso que conheçamos a nós mesmos, para que possamos escolher com maior entendimento o que é melhor para nós. O que não é certo, é divulgar o bem que se faz, ou se pretende realizar. Esse anúncio faz crescer a vaidade e o orgulho, bem como é capaz de nutrir certas paixões que estejam ligadas ao egoísmo e, ainda mais, à fascinação por si mesmo.

"O Livro dos Espíritos" é uma obra basilar, na qual todos os espíritas devem se inspirar, igualmente enriquecendo os conhecimentos no tocante à verdade. O que escrevemos sobre o Espiritismo não é influência dos homens, mas das leis de Deus que descobrimos em toda a natureza divina, que se apresenta na natureza humana.

Aos espíritas, falamos que não se deixem ser envolvidos nas paixões inferiores. O tempo já passou e estamos em época de reajuste espiritual, de crescimento d'alma para ficarmos em comunhão com Jesus Cristo, o nosso diretor espiritual que caminha conosco desde o princípio de todas as coisas.

Compete ao homem conhecer a si mesmo, principalmente nesta fase em que se encontra, de tanta teoria, para tomar as decisões que lhe cabem para direcionar a vida e compreender a verdade que liberta e que ilumina a alma.

Devemos fazer todo esse trabalho interno, não somente para nós, mas principalmente para servir de exemplo vivo para todos os povos. É preciso investir nas almas nossas irmãs, e não nas coisas. Vejamos o que João nos fala neste sentido, místico, mas eficaz:

E não somente pela nação, mas também para reunir em um só corpo os filhos de Deus, que andam dispersos. (João, 11:52)

O dever do homem de bem é trabalhar para reunir os filhos de Deus que se encontram dispersos pelo mundo afora, e que somente uma força poderosa pode e tem o poder de unir em família: é o amor.

Devemos conhecer o bem e os seus fundamentos, e o mal, no que ele é. Desta maneira, entreguemo-nos à caridade, em todas as suas vantagens internas, criando dentro d'alma uma luz própria e uma vida feliz, capaz de mostrar Deus no coração e Cristo na consciência, ativando todas as qualidades superiores nos caminhos que pretendemos trilhar. Caímos por vezes em muitas faltas, por desconhecermos o mal que as atitudes errôneas nos causam. Ter consciência de tudo nos faz melhor escolher as nossas atitudes.

A Terra está passando por momentos decisivos. Em todas as nações, muitos pensam o contrário, por serem cegos que às vezes guiam cegos. Estamos diante de perigos iminentes em muitos campos de trabalho, mas Deus está vendo tudo e registrando todos os acontecimentos. Ele é todo Justiça e ninguém destrói a Sua obra.

Ele sabe o que fazer no momento certo.

O que devemos despertar em nós com urgência é o conhecimento das leis naturais e torná-las como indicação para a nossa viagem na vida. Os conscientes das verdades ficarão livres do tribunal da própria consciência.


Miramez




Filosofia Espirita - Vol. 18 - João Nunes Maia
Cap. 39 - Consciência do bem





Nenhum comentário:

Postar um comentário