Allan Kardec - O Livro dos Espíritos - 2ª Parte - Cap. X
Das ocupações e missões dos Espíritos
582. Pode-se considerar como missão a paternidade?
“É, sem contradita possível, uma verdadeira missão. Constitui, ao mesmo tempo grandíssimo dever, que empenha, mais do que o pensa o homem, a sua responsabilidade quanto ao futuro. Deus colocou o filho sob a tutela dos pais, a fim de que estes o dirijam pela senda do bem, e lhes facilitou a tarefa dando àquele uma organização física débil e delicada, que o torna propício a todas as impressões. Muitos há, no entanto, que mais cuidam de endireitar as árvores do seu jardim e de fazê-las dar bons frutos em abundância, do que de endireitar o caráter de seu filho. Se este vier a sucumbir por culpa deles, suportarão os desgostos resultantes dessa queda e partilharão dos sofrimentos do filho na vida futura, por não terem feito o que lhes estava ao alcance para que ele avançasse na estrada do bem.”
Allan Kardec
O Livro dos Espíritos comentado pelo Espírito Miramez
Questão 582 comentada
A paternidade é uma missão, e muito importante, dentro da sociedade. Os pais são os instrumentos por onde o Espírito toma um corpo físico, revestindo-se de oportunidades para elevar-se.
A missão de ser pai e mãe, pela lei da justiça é, igualmente, uma obrigação, porque antes receberam também esta misericórdia dos seus pais, para que se materializassem no corpo pelos processos da reencarnação. Todos os Espíritos têm de passar pelos mesmos caminhos, que são processos espirituais criados por Deus. Ele sabe o que mais nos convém.
A paternidade é uma verdadeira missão, no entanto, muitos não cumprem suas tarefas como tutores dos que chegam em seus lares com o verdadeiro amor. Os pais desleixados sofrem depois ao verem seus filhos em decadência, por vezes por falta de atendimento na sua educação, esquecendo-se de instruí-los. A esperança que todos temos é que, com o tempo e as reencarnações, os pais vão despertando, tanto quanto os filhos, e nas junções dos valores todos melhoram pela maturidade.
O instrumento primeiro para todas as famílias é o Evangelho de Jesus. Quando ele entrar nos lares como carta divina de educação, a harmonia irá chegar aos corações e seus ocupantes tomar-se-ão melhores, conscientes dos seus deveres junto à família e à sociedade. O homem tem mais necessidade de Jesus do que de alimento para o corpo. O ser humano, e mesmo o espiritual, deve decidir-se logo a despojar-se das coisas inconvenientes e ir depressa em busca do Mestre, solução para todos os seus problemas.
Lançando de si a capa, levantou-se de um salto e foi ter com Jesus. (Marcos, 10:50)
Foi ter com Jesus e encontrou a solução para todos os seus problemas.
Os tempos estão chegando; os acontecimentos envernizados nas paixões inferiores estão visíveis, fazendo sofrer toda a humanidade, mas a esperança está nascendo nos corações dos que já alcançaram a maturidade espiritual e eles visualizam Jesus de braços abertos para acolher a todos os de boa vontade que queiram escutá-Lo. O Mestre é a Verdade, e a libertação dos homens está no cumprimento das leis naturais estabelecidas por Deus e apresentadas por Cristo na Terra.
Devemos buscar a Deus e a Sua justiça; esforcemo-nos para isso, que o resto nos virá por acréscimo de misericórdia. É bom que gravemos nos corações o que citamos abaixo, extraído de "O Livre dos Espíritos", ditado pelos luminares da eternidade, em Prolegômenos:
Lembra-te de que os bons Espíritos só dispensam assistência aos que servem a Deus com humildade e desinteresse e que repudiam a todo aquele que busca na senda de Céu um degrau para conquistar as coisas da Terra.
O afastamento destes Espíritos puros baseia-se na lei de atração; não encontrando sintonia nos corações que desconhecem o bem, os Espíritos elevados buscam os de boa vontade, para cumprir o que disse o Mestre, conforme anotado por Mateus, no capítulo sete, versículo seis:
Não deis aos cães o que é santo, nem lanceis ante os porcos as vossas pérolas, para que não as pisem com os pés, e voltando-se vos dilacerem.
Não é que vamos considerar os nossos irmãos como esses animais, mas é para não perdermos tempo com quem não quer andar e ainda se encontra no sono da indiferença.
Os pais devem entender que são agentes de Deus para a educação daqueles que o Senhor colocou em seu caminho, e devem livrar-se do apego demasiado, para que os filhos não venham a depender sempre dos seus esforços.
Miramez
Livro Filosofia Espirita - Vol.12 - João Nunes Maia
Cap. 12 - Paternidade - Missão incontestável
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