segunda-feira, 8 de agosto de 2022

Joanna de Ângelis - Livro Celeiro de Bênçãos - Divaldo Pereira Franco - Cap. 46 - Transes morais



Joanna de Ângelis - Livro Celeiro de Bênçãos - Divaldo Pereira Franco - Cap. 46


Transes morais


Ninguém permanece incólume na jornada humana. Ninguém, em regime excepcional, face aos transes morais. Todos reencarnam com objetivos de elevação, e para esse desiderato as provações como as expiações chegam, necessárias, convocando o espírito em depuração ao resgate que lhe facultará liberdade e paz. 

Mesmo aos Espíritos missionários, em apostolado de abnegação e amor, com as metas para a redenção humana, nos diversos campos da Cultura, da Arte, da Ciência, da Fé, são exigidas as contribuições morais de longo curso, com as quais plasmam nos contemporâneos e nos pósteros as supremas lições de que suas existências se fazem instrumento. 

Desafios que a vida oferece aos transeuntes da evolução, os dramas morais significam impositivos valiosos para quem se candidata à felicidade real. Compreendendo a alta significação da forma como se devem encarar os problemas e sofrimentos de toda ordem, os estoicos do passado se condicionavam aos ideais da beleza, adquirindo resistências com que esperavam superar as vicissitudes, liberando-se através do esforço do autoaprimoramento a novas conjunturas afligentes… 

Os transes morais, porém, são expurgadouros necessários ao homem para sua evolução espiritual. Raros, somente sabem enfrentar as situações difíceis com que a vida os requisita ao testemunho e à reparação dos erros. Preparados para a comodidade e educados pelos métodos da ignorância às leis da responsabilidade, os homens se acostumam a resolver problemas e inquietações pelo suborno, pela ilicitude desta e daquela expressão, permanecendo incapazes para refletir nos momentos graves que advém inevitavelmente. 

Surpreendidos pelas realidades evolutivas, convocados ao reequilíbrio mediante os transes morais, complicam as situações, agravam as conjunturas, atirando-se, por fim, aos porões da revolta em que se envenenam sem outra alternativa. 

Estes se debatem na busca ansiosa da fortuna; aqueles se desgovernam ante as emoções espoucantes; aqueloutros se atiram, sôfregos, às aventuras, tudo malbaratando, para quando surpreendidos pela pausa que o sofrimento propicia a fim de regularizar dificuldades deixar-se autodestruir pelos contingentes múltiplos dos equívocos acumulados e vitalizados, em curso demorado… Sejam quais forem, porém, os transes morais que te cheguem, fita a amplidão da esperança e retempera o ânimo. 

Na luta, o triunfo pertence a quem insiste, intimorato, laborando sem termo. Não te agastes porque foste chamado, hoje, ao aparente infortúnio. Escapa-te a lógica dos motivos que te constrangem à dor e às diretrizes de paz que poderás haurir, concluído o resgate. Examinando os transes que te cruciam, tem Jesus em mente e compara… Não digas: “Mas Ele era o Filho de Deus”, porquanto também o és. Nem asseveres: “Ele, porém, era perfeito” lembrando que a Sua palavra sábia prescreveu: “Sede perfeitos como o Pai Celestial é perfeito”, e nada temas até alcançares a perfeição que a todos nós está destinada.


Joanna de Ângelis













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