Miramez - Livro Filosofia da Mediunidade Vol. II - João Nunes Maia - Cap. 13
Força da mente
Livro dos Médiuns - 2ª Parte Cap. 4 - 74 - XI
O moral elevado de uma alma capacita-a de forças tais que desenvolvem a sua mente, em se tratando de Influências, e mesmo comando dos Espíritos inferiores. Não vês como os discípulos de Jesus receberam o dom de curar? Receberam-no da sua própria estrutura íntima, onde estava em estado de sono. Todos temos as qualidades espirituais doadas por Deus, cabendo a nós outros somente despertá-las.
A mente pode ser adestrada por exercícios, pelo saber, no entanto somente o moral nos dá segurança para tal desempenho e comando das forças internas, e mesmo externas, na operação de grandes fenômenos. Os Espíritos inferiores podem fazer, e sempre fazem, barulhos desordenados por toda a natureza, qual a criança ao dedilhar um instrumento musical, faltando-lhe a harmonia e ritmo dos sons.
Em uma sessão organizada, onde o objetivo é despertar os homens para os serviços espirituais, vem o toque dos benfeitores espirituais, dando ritmo aos efeitos, mostrando a beleza e a ciência desta operação, que não cabe aos Espíritos inferiores dirigir. É por isso que alertamos aos médiuns para a educação das suas faculdades, a fim de que não atraiam Espíritos brincalhões para sua companhia, nem Espíritos zombeteiros para o seu convívio. As reuniões devem ser sérias, com fundamento na caridade, de onde se tiram muitos recursos de disciplina cristã, para que os médiuns não sejam instrumentos das trevas.
Acode à educação da mente, mas, para o bem comum de todas as criaturas, sem esqueceres a moral evangélica. Nisto é que deves fazer exercícios todos os dias. Podes observar a chegada dos pensamentos à tua cabeça e procurar corrigi-los, no que estiver ao teu alcance. Se escapulir algum com certa inferioridade, cerca-o na boca; não fales o que não convém ao bom senso e luta contigo mesmo para não seres atraído para os lugares que esquecem a moral de Jesus. A maior guerra é a que travamos com nós mesmos, por encontrarmos todas as feras em nossa intimidade, furiosas, lutando para a nossa perdição.
Trabalha com a mente, exercita-a em todos os teus valores, mas, jamais deves esquecer-te da moral, ponto por ponto, passo por passo, que ela é a asseguradora do teu equilíbrio de vida, sem a interferência dos Espíritos ainda primitivos. Devemos usar as armas da mente em completo domínio das emoções, pois, se persistimos, o fortalecimento virá de fora para cooperar com nossa intimidade, como sendo Jesus agindo em nós, somando-se à presença de Deus.
Recomendamos aos médiuns para fugirem do alarde, para deixarem de anunciar o que estão fazendo. Se estão movidos pelo amor, essa irradiação benfeitora já sabe falar no silêncio de onde está partindo, e o fluido universal mais puro anuncia para toda a criação o valor dos emitentes do bem. Por isso é que falamos que o bem nunca morre.
Aos espíritas militantes, é bom lembrar que os Espíritos inferiores quase sempre estão presentes nos trabalhos de efeitos físicos que tanto interessam aos encarnados. Todo cuidado é pouco, no que resulta dessas reuniões. Os médiuns operadores estão sendo tomados por Espíritos, às vezes de boa vontade, mas que desconhecem quase sempre a moral evangélica e a educação, que objetiva a Doutrina dos Espíritos. Quando os médiuns estão movidos pela verdadeira caridade, há a força alentadora dos Espíritos superiores por trás dos que produzem os efeitos.
O significado das palavras "dai de graça o que de graça recebeis”, do Evangelho de Jesus, é a mostra do caminho que deves percorrer, que Allan Kardec reforçou, tirando deste ensinamento muitas maneiras de o trabalho mediúnico ser exercitado por amor.
"Fora da caridade não há salvação”, ensina "O Evangelho Segundo o Espiritismo". Os medianeiros devem condicionar-se nesta máxima gloriosa do Espírito Paulo de Tarso que, mesmo quando na carne, escreveu, com letras de ouro o valor da caridade.
Voltando às aparições dos Espíritos, os encarnados assomam em massa para vê-los. Vamos ouvir o conselho de Jesus, anotado por João:
Disse-lhe Jesus: Porque me viste, creste? Bem-aventurados os que não viram, e creram. (João, 20:29)
Miramez
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