Emmanuel - Livro O Evangelho por Emmanuel - Vol. III - Comentários ao Evangelho segundo Lucas - Chico Xavier - Cap. 117
Pensamento e forma
O sentimento inspira.
O pensamento plasma.
A palavra orienta.
O ato realiza.
Figuremos, assim, a ideia como sendo a fonte, nascida no manancial do coração e traçando a si mesma o curso que lhe é próprio.
O pensamento vibra, desse modo, no alicerce de todas as formas e de todas as experiências da vida.
Pensando, o arquiteto imagina o edifício a elevar-se do solo, o técnico cria a máquina que diminui o esforço braçal do homem, o escultor arranca ao mármore os primores da estatuária e o artista compõe sublimadas formações de beleza, endereçando apelos à ciência e à virtude.
E é também pensando que o usurário levanta para si mesmo o inferno da posse insaciável, que o viciado gera as fantasias monstruosas que o conduzem à delinquência, que o criminoso se arroja aos abismos da perversidade, nos quais se afogará em desilusão, e que o preguiçoso coagula para si mesmo os venenos da inércia.
Em razão disso, depois da morte do corpo, mais intensivamente vive a alma nas criações a que se afeiçoa.
Isso não quer dizer que haja retrocesso na marcha evolutiva do Espírito, mas estagnação do ser nas formas infelizes em que se compraz, pelo seu próprio pensamento desgovernado e delituoso.
Com isso, desejamos igualmente dizer que todos influenciamos e somos influenciados.
Agimos e reagimos.
E, se os missionários do bem recebem dos Planos superiores a força que lhes enriquece as ações para a vitória da luz, os tarefeiros do mal recolhem dos Planos inferiores as sugestões que lhes infelicitam a senda, inclinando-os aos resvaladouros da treva.
Assim, pois, recordemos o magnetismo desvairado das inteligências que se transviam nas sombras e compreenderemos a loucura temporária que ele pode trazer às almas que o provocam.
— “Viverá o homem onde situe o coração” — diz-nos o Evangelho e podemos acrescentar, sem trair o ensinamento do Senhor, que onde colocarmos o pensamento — força viva de nosso coração — aí se manifestará, como é justo, a forma de nossa vida.
Emmanuel
(Reformador, março 1957, página 58)
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