Allan Kardec - O Livro dos Espíritos - 3ª Parte - Das leis morais - Cap. XI - 10. Lei de justiça, de amor e de caridade
Direito de propriedade
880. Qual o primeiro de todos os direitos naturais do homem?
“O de viver. Por isso é que ninguém tem o de atentar contra a vida de seu semelhante, nem de fazer o que quer que possa comprometer-lhe a existência corporal.”
Allan Kardec
O Livro dos Espíritos comentado pelo Espírito Miramez
Questão 880 comentada
O maior direito natural do homem é o de viver na plenitude do seu crescimento espiritual. Desde quando a alma abriu os olhos para a luz da razão, passou a receber o primeiro direito de Deus. Esse direito é seu em qualquer lugar da casa universal e até os anjos de Deus respeitam esse direito, por terem passado pelas mesmas vias de crescimento.
O direito natural do Espírito e do homem é de viver sentindo a vida no que ela pode dar, na conjugação do verbo amar. Nada falta ao homem para a conservação da sua vida; somente falta o exercício da sua parte, no que toca ao respeito aos direitos dos outros, na pauta da vida.
Quando chegamos na plenitude do respeito e do desprendimento, copiamos a Jesus, que deu a Sua vida para que possamos viver melhor. Passou o Senhor da teoria para a prática, como reconhecemos pelo Evangelho, onde o Mestre aceitou a cruz, eternizando a lição de amor por todos nós.
E João, no capítulo três, versículo dezesseis, de sua primeira carta, nos diz deste modo:
Nisto conhecemos o amor, em que Cristo deu a sua vida por nós; e devemos dar a nossa vida pelos irmãos.
Jesus somente via nos seus caminhos de luz as necessidades humanas em tudo que fazia e falava. Ele renunciou aos seus direitos na vida terrena para ajudar com mais eficiência. Mesmo suspenso na cruz, orou pelos Seus agressores, pedindo para eles o perdão do Pai. Verdadeiramente, eles não sabiam que estavam crucificando o Diretor da própria Terra, o Pastor de todos nós.
Jesus tanto pregou a Justiça como viveu o amor. Ele chegou ao mundo sob as bênçãos de Deus e saiu dele integrado na luz do Pai Celestial. Nunca blasfemou, nunca injuriou, nunca feriu, nunca diminuiu alguém. Foi sempre reto na sua conduta e ainda ensinou o respeito aos direitos dos homens, amando a Deus sobre todas as coisas e ajudando ao próximo em todas as suas deficiências morais. A decadência do homem atual é causada pelo desrespeito aos seus irmãos. Quando a política dos homens entender o que é democracia cristã, quando o socialismo de Jesus for entendido pelos homens, tudo nivelado pelo amor, e os direitos de cada um forem respeitados, aí as portas da felicidade começarão a abrir-se, aparecendo a esperança de viver para toda a humanidade.
Os direitos naturais são visíveis para os que têm olhos de ver; são audíveis, para os que têm ouvidos para ouvir. A natureza fala na dimensão que lhe compete dizer; é Deus nos ensinando a amar, pelos processos da vida humana e espiritual. Jesus nos mostrou o caminho para sermos felizes, quando ensinou o "Pai Nosso" para Seus discípulos.
A Doutrina dos Espíritos, que tem a primazia de fazer reviver o Cristo na Terra, nos mostra as leis de Deus, passando a descrevê-las pela escrita, para que os homens compreendam com mais facilidade seus deveres, que são direitos naturais. A consciência ativa é como que um tribunal dentro de nós, inspirando-nos diretrizes de vida e atenção às necessidades alheias.
Esperamos que todos os companheiros não somente ouçam e falem do amor, mas que vivam esse amor na plenitude da justiça de Deus, que adotem o lema "Fora da caridade não há salvação", para que a luz de Deus nosso Pai, desponte na vida, e a vida acorde no coração.
Miramez
Filosofia Espírita Volume XVIII - João Nunes Maia
Cap. 13 - Direitos naturais
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