sexta-feira, 11 de novembro de 2022

Allan Kardec - O Livro dos Espíritos - 3ª Parte - Das leis morais - Cap. 2 - 1. Lei de adoração - A Prece - Questão 661 (Miramez)



Allan Kardec - O Livro dos Espíritos - 3ª Parte - Das leis morais - Cap. 2 - 1. Lei de adoração


A Prece


661. Poderemos utilmente pedir a Deus que perdoe as nossas faltas?

“Deus sabe discernir o bem do mal; a prece não esconde as faltas. Aquele que a Deus pede perdão de suas faltas só o obtém mudando de proceder. As boas ações são a melhor prece, por isso que os atos valem mais que as palavras.”


Allan Kardec



O Livro dos Espíritos comentado pelo Espírito Miramez

Questão 661 comentada


Há muitas religiões que asseguram e têm esperança de que Deus perdoa todas as faltas cometidas, por apenas um simples arrependimento. Como se enganam esses irmãos! Não há perdão de faltas para ninguém; se assim fosse, seria para todas as criaturas, pois todos são filhos do mesmo Deus, e como Ele é amor, não poderia perdoar uns e deixar outros sob o peso das conseqüências que são geradas das faltas.

Somente o ofendido é que deve perdoar ao ofensor, e isso não faz com que o ofensor se liberte das faltas cometidas; a lei cobra dele o ato de desamor para com seu irmão em caminho. Se o ofendido não perdoar, o revide faz com que ele entre na faixa do ofensor e com ele se afinize nas suas inferioridades.

A oração, mesmo a mais requintada nos sentimentos de amor, não esconde as faltas. O perdão que nós mesmos podemos nos oferecer ante os nossos erros é a corrigenda dos nossos deslizes, é não mais dar vazão às paixões inferiores. Vejamos o que responde sobre esse assunto, "O Livro dos Espíritos":

"Aquele que a Deus pede perdão de suas faltas só o obtém mudando de proceder".

Ninguém sobe sem mudanças, e essas mudanças haverão de ser permanentes. Elas se fazem pela lei do progresso em todos os setores da vida física e espiritual. Se queres orar com mais segurança, faze boas ações; é a melhor oração, abrindo os horizontes da mente para compreender a Deus e as Suas leis espirituais. A prece tem uma escala muito grande, de modo que todos possam orar de acordo com a elevação alcançada. O mundo espiritual atende a cada um conforme as suas necessidades.

Aqui, estamos falando para aqueles que já abriram os olhos à luz da verdade. Espíritas, se achais que já granjeastes conhecimentos capazes de vos libertarem da escravidão da ignorância, colocai em ação o que aprendestes. Não percais tempo! O tempo passa e se não trabalhardes no aprimoramento de vós mesmos, a ignorância ficará, e permanecendo ela em vossos caminhos, ela será sinônimo de sofrimento. Não fiqueis de braços cruzados esperando perdão e tornando a cometer faltas; o arrependimento é válido, tomando-se uma posição e seguindo outras diretrizes que a verdade determinar.

Nem Deus nem Cristo perdoam a ninguém; eles dão aos de boa vontade oportunidades de regenerar, de entrarem nas mudanças para que a luz possa nascer no coração. As faltas que se comete são processos de despertamento espiritual, porque onde o amor não dá resultado é preciso que venha a dor. Ninguém engana a Deus. Ele de tudo sabe, principalmente no que se refere aos Seus filhos, que preferem o caminho mais fácil.

A Doutrina dos Espíritos abre os braços, como sendo a misericórdia de Jesus para a humanidade, e fala de novo para todas as criaturas que padecem: "Vinde a mim, todos vós que sofreis, que eu vos aliviarei." O Espiritismo chegou à Terra acertando caminhos e indicando roteiros para todos os povos.

Quando as criaturas reconhecerem o patrimônio que têm dentro de si, indicado pela Doutrina dos Espíritos, não vão mais se interessar, do modo que buscam tanto, pelos valores externos; passarão a estudar com maior fulgor a vida por dentro, onde se encontra até o próprio Deus, na Sua maior expressão de luz, dirigindo e alimentando as consciências.

Não espereis acomodados, o perdão de Deus; ele pertence a vós. Vede o que fazeis com as mãos, e copiai as mãos de Jesus, que nunca pararam. Operai com Ele em todos os rumos, que Deus acenderá em vós a própria luz.


Miramez



Filosofia Espírita - Vol. 13 - João Nunes Maia
Cap. 49 - Perdoar falhas





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