quinta-feira, 3 de novembro de 2022

Calderaro - Livro Mediunidade a cura da ferida da fragilidade - Ermance Dufaux / Wanderley Oliveira - Introdução - A Luz da Vida



Calderaro - Livro Mediunidade a cura da ferida da fragilidade - Ermance Dufaux / Wanderley Oliveira - Introdução


A Luz da Vida


"Falou-lhes, pois, Jesus outra vez, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida." - João 8:12

Irmãos do caminho, Jesus seja conosco! 
 
O ego mal direcionado é o ditador da vida mental. Impõe rotinas e dinamiza frequências de intensa atividade que dominam cruelmente as expressões curativas da alma. Em função de sua predominância na estrutura da mente, a vida emocional se organiza com alicerces frágeis, que causam diversas dores ao viajante da evolução. 
 
Muitos reencarnam em condições sofríveis, mas os médiuns, especialmente, renascem com o ego expandido, como um ferimento aberto na alma, que lhes causa emoções muito desconfortáveis, gerando inquietude e instabilidade: a fragilidade. 
 
A soberania do ego enfraquece a autoestima. Quanto mais o ego, menos valor pessoal. 
 
A estrutura de toda a vida emocional desse quadro estabelece o sofrimento-raiz: uma dilacerante sensação de não merecimento, de não ser suficientemente capaz. A vulnerabilidade emocional, que fica submersa no inconsciente, nutre a criatura de conflitos gigantes e dolorosos a respeito de seu valor pessoal; e, sem valor pessoal, a vida fica sem sentido. 
 
A ausência de sentido para viver é uma das mais tristes dores que o espírito pode sentir enquanto trafega no corpo. É um efeito da falta de amor a si mesmo, da incapacidade de sentir no coração o desejo e a motivação para viver e cuidar de si próprio. Essa é a manifestação mais sombria da nossa vulnerabilidade. 
 
São sete os sentimentos mais pertinentes a essa forma de organizar a vida mental. Embora presentes na conduta de qualquer ser humano reencarnado no planeta, são mais perceptíveis pelos médiuns, causando-lhes maior soma de aflição e instabilidade. 
 
Em um diagrama singelo, colocamos a ferida da fragilidade em um círculo central, e dele riscamos sete traços com outros sete círculos em cada extremidade, representando: 
 
1.A tristeza; 
 
2.A culpa; 
 
3.O orgulho; 
 
4.O abandono; 
 
5.A inveja; 
 
6.O medo; 
 
7.A mágoa. 
 
Esse círculo central é a expressão do ego. Nos círculos adjacentes, temos os efeitos emocionais. A fragilidade se divide, portanto, nessas sete principais dores emocionais: 
 
1.A tristeza: é a dor em olhar sua realidade pessoal. É o ego que faz você se sentir indigno no mundo. É a fragilidade de não se aceitar. 

 2.A culpa: é a dor de se conectar com velhas memórias arquivadas no inconsciente. É o ego que fixa você na pior parte de seu passado. É a fragilidade de se martirizar com sua conduta. 
 
3.O orgulho: é a dor de manter uma autoimagem falsa. É o ego que cria um mundo imaginário, uma falsa versão de si mesmo. É a fragilidade de ocultar sua verdadeira identidade. 
 
4.O abandono: é a dor de se sentir distante de si. É o ego que tira o amor-próprio. É a fragilidade de não ter a si mesmo. 
 
5.A inveja: é o sentir-se inadequado na existência. É o ego que o aprisiona na insatisfação. É a fragilidade de não sentir seu valor. 
 
6.O medo: é a dor do contato com seus limites. É o ego que superdimensiona suas vulnerabilidades. É a fragilidade em ter que reconhecer sua incapacidade. 
 
7.A mágoa: é a dor de se frustrar por não ter suas velhas ilusões atendidas. É o ego que se nutre com o velho hábito do domínio. É a fragilidade em não poder controlar. 
 
Ampliando um pouco esse diagrama, fizemos mais sete traços em cada círculo externo e vamos repetir o mesmo desenho, colocando em cada um a provável doença psíquica correspondente a cada uma das dores psíquicas.

A fragilidade fraciona-se também em sete dores psíquicas que poderiam ser enquadradas nos códigos técnicos da psiquiatria humana, especialmente nos quadros de transtorno de personalidade e afetivos, que trazem profundo sofrimento psíquico: 
 
1.Depressão: a tristeza persistente é sua matriz; 
 
2.Codependência: criada pela culpa; é a lupa que amplia exageradamente as responsabilidades pessoais; 
 
3.Personalidade narcisista: o orgulho é a prisão desse transtorno; 
 
4.Borderline: o abandono é o caminho solitário para essa disfunção psíquica; 
 
5.Baixa autoestima: a inveja é o inferno interior que constrói suas expressões; 
 
6.Ansiedade e transtorno de pânico: o medo é o produtor deles; 
 
7.Distimia: a mágoa é o terreno repleto de espinhos da agressividade, e que a favorece. 
 
As dores emocionais e os sofrimentos psíquicos são os traços de uma alma que se perdeu na caminhada evolutiva das reencarnações. 
 
Muitas pessoas renascem com a mediunidade na condição de um anestésico para suas lutas interiores e para exonerar energias deletérias coaguladas. Essas serão amenizadas à medida que se dedicam ao trabalho no bem, reduzindo a aflição e a angústia provenientes da fragilidade, uma prova de graves proporções para o espírito. 
 
Aqueles que receberam a bênção da mediunidade, entre outras tantas oportunidades de servir, são os espíritos que sofrem ao se sentirem sem valor pessoal, sem capacidade e sem conquistas nos arquivos profundos da mente. Padecem das enfermidades do desamor a si mesmos. 
 
Sem uma identidade psicológica sólida, andam em trevas na busca da luz. O exercício da mediunidade, sob a orientação do Evangelho do Cristo, é a cura e a libertação diante do altar da consciência. Por isso, Jesus disse: 
 
Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida. 
 
A gratidão pelas palavras esperançosas de Ermance Dufaux nesta obra oportuna nos move. Os servidores da mediunidade são roteiros libertadores em busca da cura, permitindo construir os valores eternos que lhes trarão LUZ DA VIDA, com sossego e plenitude interior. 

 
Calderaro 
Agosto de 2021













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