quinta-feira, 1 de setembro de 2022

Joanna de Ângelis - Livro Vidas Vazias - Divaldo P. Franco - Cap. 23 - Críticas



Joanna de Ângelis - Livro Vidas Vazias - Divaldo P. Franco - Cap. 23


Críticas


Sê tu quem edifica e coopera em favor do engrandecimento da Humanidade.

No sentido literal, a crítica é uma análise neutra de um fato, um escrito, um comportamento, uma obra de arte...

A crítica deve ter o cuidado de contribuir em favor do aperfeiçoamento daquilo que se encontra sob a sua observação.

É valioso contributo para a qualificação e o aprimoramento de toda e qualquer obra colocada sob a óptica dos estudos sérios.

Desse modo, pode ser construtiva ou destrutiva.

Possivelmente, em razão dos muitos equívocos apontados no exame do que se encontrava em observação, passou a sofrer considerações maldosas e prejudiciais.

A capacidade de análise de qualquer coisa caracteriza também a seriedade de que se reveste o objeto e o interesse do seu autor em alcançar o objetivo a que se propõe… 

Quaisquer imperfeições ou deslizes que sejam apontados, ao serem sinalizados, podem ser corrigidos e aquilo passa a ter mais qualidade.

Em face dos sentimentos morais e da evolução espiritual daqueles que dispõem das condições exigíveis para o mister, afasta-se da finalidade e passa a apontar os erros e imperfeições que detecta, sem o valor ético de ajudar, de contribuir em benefício do progresso, do aperfeiçoamento, da beleza.

Muitos problemas nos relacionamentos humanos resultam das críticas perversas e desqualificadoras, que geram dúvidas e perturbam imaginações e idealismos credores de respeito… 

Como natural consequência, os críticos profissionais, que muito podem contribuir com o embelezamento da Humanidade, fazem-se impiedosos nas suas observações e aniquilam principiantes necessitados de orientação.

Ei-los em toda parte, severos e cruéis; portadores de conflitos, descarregam-nos no labor a que se dedicam, em processo de transferência psicológica.

A maledicência e a calúnia são filhas nefastas da crítica infeliz e carregada de má-fé.

Ninguém é capaz de produzir algo irretocável, só excepcionalmente, em algum detalhe que mereça correção.

É necessário que o candidato à realização possua humildade para reconhecer os pontos criticados e busque corrigi-los, desde que honesta reconheça a análise negativa.

Não é o fato de alguém discordar do que observa, apontar erros, que se deva aceitar as suas anotações sem poder justificar a sua obra.

Igualmente, cabe ao crítico a postura de contestador sem ressentimento, porque cada qual tem a possibilidade de julgar conforme a própria maneira de ser e de entender.

São muitas as facetas emocionais de cada pessoa, que imprimem no que fazem sem o perceber.

Assim também o crítico é portador de emoções e especificidades e nem sempre consegue a neutralidade exigível para um julgamento isento de suas preferências ou antipatias.

A crítica bem direcionada contribui largamente em favor da harmonia e do equilíbrio que devem viger no grupo social.

Narra-se que oportunamente em Roma, durante o império, várias damas ricas criticavam outras, malsinando-lhes a existência.

Encontrava-se no grupo Cornélia, de ascendência patrícia e honorável, que as circunstâncias aziagas haviam-na reduzido à pobreza com dignidade.

Subitamente, uma das senhoras frívolas, ajaezada de pedras preciosas, perguntou à amiga com certa ironia:

– Quais são as tuas joias, Cornélia?

A senhora abraçou os dois filhos que estavam próximos e redarguiu muito emocionada.

– Eis aqui as minhas joias, os meus filhos.

Tratava-se de Tibério e Caio, que lutaram muito na política de Roma, especialmente depois das Guerras Púnicas, em favor das questões agrárias. Seus adversários, muito poderosos, assassinaram Tibério, e Caio Graco, porque era desonroso, o suicídio, solicitou a um servidor que o matasse...

As suas eram lutas de justiça em favor da divisão de terras, que os latifundiários não permitiam.

Ainda hoje existe uma estátua em Roma, próxima ao Coliseu, recordando Cornélia, a mãe dos Gracos...

São inumeráveis os exemplos em todas as áreas do comportamento humano, especialmente na arte...

Toda vez que surge uma revolução cultural, os críticos apaixonados levantam-se para maldizer e perseguir os idealistas e reformadores, às vezes levados à ruína, para serem consagrados após a sua morte.

Tem cuidado com as tuas críticas a respeito do teu próximo e de tudo que te surpreende e apedrejas de imediato.

Talvez te arrependas, porque o futuro é incerto e irá aplaudir aquele que ora tem sido escarnecido.

Ademais, na Terra, ninguém é perfeito a ponto de não ser censurável de uma ou de outra maneira.

Usa a tua inteligência para edificar, porque as pessoas estão muito cansadas de serem desestimuladas e levadas sempre para o lado oposto das questões, o que gera conflitos, mal-estar e arma sempre contra...

A construção, não poucas vezes, é demorada, cuidadosa, sacrificial, e nem todos estão vinculados a esse nobre sentimento que ergue o mundo à sua condição sublime.

A destruição é rápida, perigosa, e necessita de cuidados e responsabilidades muito especiais.

No teu cotidiano, tem cautela nas tuas observações, pois os teus comentários críticos podem destruir vidas que anelam pelo crescimento, pelo direito de amar e de ser.

Dialoga quando percebas algo que pode ser melhorado e ajuda.

O mundo está exaurido pelas forças perversas da crítica malévola, invejosa, ácida e mesquinha.

Sê tu quem edifica e coopera em favor do engrandecimento da Humanidade.

Se alguém te critica negativamente e o faz para destruir-te, não lhe dês importância e segue além.

Criticado perversamente pelos fariseus e demais presunçosos que O conheceram, Jesus permaneceu inalterado no Seu ministério, como a luz que o mundo preteriu pelas sombras da ignorância.


Joanna de Ângelis













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