segunda-feira, 12 de setembro de 2022

Marco Prisco - Livro Legado Kardequiano - Divaldo P. Franco - Cap. 37 - Faixas mentais



Marco Prisco - Livro Legado Kardequiano - Divaldo P. Franco - Cap. 37


Faixas mentais


791. Apurar-se-á algum dia a civilização, de modo a fazer que desapareçam os males que haja produzido?

"Sim, quando o moral estiver tão desenvolvido quanto à inteligência. O fruto não pode surgir antes da flor."

Você não solucionará todos os problemas das almas que vivem com você.

Cada um recolhe as bênçãos da sementeira própria.

É natural que muitos se atenham à complexidade das aflições que lhes são peculiares.

Você não transformará o deserto em jardim de esperanças, nem o charco em paraíso, a golpes apressados de boa intenção.

Para que recolha frutos, na árvore, é necessário aguardar a dádiva do tempo e esperar que cada espécie se repita.

Assim, também, são as criaturas.

É possível que as suas sugestões encontrem guarida e apoio nos seus corações.

No entanto, convém não insistir demasiadamente.

Tudo tem o seu tempo.

As pessoas vivem nas faixas psíquicas de sintonia onde colocam as aspirações e mantêm os pensamentos.

Criando sempre, a força mental elabora as vibrações-paredes, que limitam e aprisionam os dínamos psíquicos que as vitalizam.

Somente quem se agiganta no serviço de todos alarga indefinidamente o campo das percepções espirituais.

Nesse particular, há aqueles que reclamam sempre.

Na opinião deles está tudo errado, todos são defeituosos. Respiram na faixa da
crítica destruidora, tecendo cipós vigorosos com que rasgam e ferem indiscriminadamente.

Outros transformaram o coração em taça de fel, onde guardam o ácido do ódio.

Intratáveis, vivem na faixa da cólera, nutrindo-se do vigor da revolta envenenada.

Alguns se acumpliciam com a ilusão e voluteiam com os enganos do sexo, demorando-se nas faixas inferiores do instinto animalizante.

Muitos erigem vulcões no coração e deixam-se arrastar pelas lavas do desespero, prendendo-se às faixas do crime.

O egoísmo retém sequazes nas faixas da solidão.

Os avaros constroem faixas doiradas e caminham nelas com os pés enlameados, perdendo a vida em prisões de marfim e gemas.

Os ambiciosos descobrem os valores aquisitivos do gozo e cingem-se às faixas do prazer enganoso, sendo vencidos, logo mais, pela loucura.

Discutidores inveterados, fanáticos infelizes, comensais incansáveis, vaidosos parvos, vencedores ruidosos, perturbados pretenciosos, astutos banais carregam os fardos das aquisições pessoais.

Tenha cuidado com eles.

Ajude-os! Recorde, porém, Jesus e não "atire pérolas aos porcos".

Fale, socorra, atenda, mas não lhes penetre as faixas. Junto a eles você será útil; penetrando-lhes as mentes, você enlouquecerá.

Alce-se às faixas do bem, voando com as asas da prece e do amor às amplidões do bem vitorioso.

Eles, os atormentados, desconhecem a própria ruína mental. Acostumaram-se e são felizes no clima de que se nutrem, conforme entendem felicidade.

Dia virá em que "o moral estará tão desenvolvido quanto à inteligência" e a civilização já não sofrerá "os males que haja produzido".

Confie-os ao tempo e faça como a luz: derrame claridade, seguindo além.

Jesus, na cruz, atendendo a Dimas que lhe rogava socorro e piedade, não teve a pretensão de salvar a Giestas que se comprazia nas faixas sombrias da morte onde vivia.


Marco Prisco















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