segunda-feira, 5 de setembro de 2022

Marco Prisco - Livro Glossário Espírita-Cristão - Divaldo P. Franco - Cap. 17 - Discípulo do Cristo



Marco Prisco - Livro Glossário Espírita-Cristão - Divaldo P. Franco - Cap. 17


Discípulo do Cristo


"Aquele cuja afabilidade e doçura não são tingidas nunca se desmente: é o mesmo, tanto em sociedade, como na intimidade." (ESE - Capitulo IX - item 6).

Muitas criaturas atravessam o dia perdidas na rotina material, à maneira de aranha operosa que se encarcera na própria teia.

O discípulo sincero sabe atingir os cimos espirituais onde realiza algo em favor de todos.

Pessoas bem intencionadas guardam valiosas expressões de serviço nos depósitos bem esculpidos da opinião pessoal.

O discípulo sincero utiliza todos os recursos quando está em jogo a necessidade de alguém.

Homens conscienciosos reconhecem a necessidade de renovar os conceitos humanos à base de trabalhos inadiáveis.

O discípulo sincero renova-se em si mesmo e opera a transformação do mundo em labores continuados.

Cidadãos distintos acreditam na virtude e apresentam cuidadosos programas para a felicidade geral.

O discípulo sincero corrige o erro, educa a ignorância e serve o bem.

Idealistas cultos preconizam métodos modernos e eficientes de trabalho, inspirados em leis sociais de proteção ao homem.

O discípulo sincero exercita a paciência em contato com os outros e, inspirado nas fórmulas do Evangelho, ajuda o homem a progredir.

Didatas e pedagogos eméritos estabelecem diretrizes práticas para o ensino em nome da cultura.

O discípulo sincero acende a lâmpada do ensino onde passa, com o que sabe.

Autoridades sanitárias prescrevem normas de saúde e advertem, através de farto material de propaganda.

O discípulo sincero lava feridas, limpa detritos, saneia valas, asseia.

Professores responsáveis defendem teses e estudam soluções para os velhos problemas humanos em gabinetes de debates e banquetes sociais.

O discípulo sincero semeia a esperança onde o sofrimento reina e insculpe a bondade como luz onde .e espalha a sombra da revolta.

Os homens do mundo vivem interessados teoricamente no bem-estar alheio, assombrados com a perspectiva da morte.

O discípulo sincero, nas lides em que se empenha sem cansaço, aguarda a morte, nela esperando encontrar a porta de acesso à vida verdadeira.

Conhecimentos mais amplos — responsabilidades mais significativas.

Problemas excessivamente estudados — soluções retardadas.

Pureza não somente de intenções, mas sobretudo de ação, quando se é discípulo do Cristo.


Marco Prisco








A afabilidade e a doçura


6. A benevolência para com os seus semelhantes, fruto do amor ao próximo, produz a afabilidade e a doçura, que lhe são as formas de manifestar-se. Entretanto, nem sempre há que fiar nas aparências. A educação e a frequentação do mundo podem dar ao homem o verniz dessas qualidades. Quantos há cuja fingida bonomia não passa de máscara para o exterior, de uma roupagem cujo talhe primoroso dissimula as deformidades interiores! O mundo está cheio dessas criaturas que têm nos lábios o sorriso e no coração o veneno; que são brandas, desde que nada as agaste, mas que mordem à menor contrariedade; cuja língua, de ouro quando falam pela frente, se muda em dardo peçonhento, quando estão por detrás.

A essa classe também pertencem esses homens, de exterior benigno, que, tiranos domésticos, fazem que suas famílias e seus subordinados lhes sofram o peso do orgulho e do despotismo, como a quererem desforrar-se do constrangimento que, fora de casa, se impõem a si mesmos. Não se atrevendo a usar de autoridade para com os estranhos, que os chamariam à ordem, acham que pelo menos devem fazer-se temidos daqueles que lhes não podem resistir. Envaidecem-se de poderem dizer: “Aqui mando e sou obedecido”, sem lhes ocorrer que poderiam acrescentar: “E sou detestado.”

Não basta que dos lábios manem leite e mel. Se o coração de modo algum lhes está associado, só há hipocrisia. Aquele cuja afabilidade e doçura não são tingidas nunca se desmente: é o mesmo, tanto em sociedade, como na intimidade. Esse, ao demais, sabe que se, pelas aparências, se consegue enganar os homens, a Deus ninguém engana.


Lázaro.
Paris, 1861.


(O Evangelho segundo o Espiritismo - Cap. IX - Bem-aventurados os que são brandos e pacíficos - Instruções dos Espíritos - A afabilidade e a doçura.)




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