Miramez - Livro Médiuns - João Nunes Maia - Cap. 86
Mediunidade
"Porquanto há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem". Timóteo — Cap. 2, v. 5
Mediunidade é um termo novo em velha função. Desde quando há vidas, há intercâmbio entre elas, de modo a acelerar o progresso. Combater a mediunidade é desconhecer a sua ação benfeitora entre o Céu e a Terra. Vejamos que Paulo, no capítulo acima mencionado, se refere ao Cristo, mediador entre Deus e os homens. Portanto, operou como Médium do Senhor, em favor da humanidade, e assim foram Moisés e os profetas. Quando a obra da codificação afirmou que todos os homens são médiuns, tocou na tecla de uma grande verdade. Cada criatura, verdadeiramente, é um médium em potencial. Cada ser humano ou espírito desencarnado pertence a uma escala que o dom mediúnico estende ao infinito.
Como espírito desencarnado, notamos o quanto os homens são influenciados pelos que já passaram para o plano espiritual. Eles inspiram muito mais do que pensam, de acordo com a sintonia que os ligam. Se quereis saber com quem andais, analisai as vossas ideias, os vossos sentimentos, a vida que levais, que a razão vos dirá das vossas companhias espirituais. As que se aproximam de vós, fora dessa lei, é fruto da misericórdia divina, instrumentação de que Jesus é o mediador. A misericórdia é a caridade dos céus para conosco, para que não fiquemos deserdados da bondade do Pai Celestial. Os espíritos são portadores do mesmo dom mediúnico, sob a mesma lei são assistidos.
A vida é um fenómeno inexplicável, é Deus que se manifesta em toda a criação, são permutas de valores que se combinam a cada passo, enriquecendo-se em cada ambiente em que circulam. Pensar que estamos sós, ou querer nos desmembrarmos das coisas e dos outros, é ilusão, porque a lei maior não o permitirá. E, se tal coisa acontecesse, poderíamos assistirá morte de quem o fizesse.
Mediunidade é transmitir algo para alguém, é servir-se de canal por onde passam ideias ou coisas. O médium espírita serve de instrumento para as almas se comunicarem com os homens, afirmando, assim, a sua imortalidade ao deixar o corpo físico. Quem é médium não inveje o outro, porque este tem tais e quais qualidades mediúnicas. A distribuição dos dons é esquema da divindade, que sabe colocar em cada ombro as responsabilidades que compete a ele desempenhar. Meditemos no conselho de Paulo aos Coríntios, capítulo 7, versículo 24; "Irmãos, cada um permaneça diante de Deus naquilo que foi chamado". A função de cada médium é aprimorar com amor todos os seus intercâmbios. O estudo, a meditação e o trabalho levarão todos ao ideal superior.
O dom mediúnico é como que um sentido além dos sentidos físicos, mas que se apoia nos mesmos, assegurado em leis que vibram no inconcebível. E quando apoiado nos preceitos do Evangelho, coloca-se na plenitude evolutiva da humanidade. E para ser explicado, necessário se faz que se alterem as deduções dos homens, participando delas novas modalidades, onde o espírito seja o agente dos fenómenos. Um médium pode ser um apóstolo de Jesus, desde que se afaste do fanatismo, desconheça os julgamentos, estimule as qualidades boas, fale com discernimento, ajude sem exigir e trabalhe no bem comum; e por onde passar, procure ser uma luz, sem intentar convencer aos outros de que é iluminado. Analise bem o que pensa e cuide de vigiar muito as conversações, para que o seu trabalho não seja desmerecido pela boca. A mediunidade começa de Deus para Cristo, e Este se faz homem, derramando todo o estimulante do amor na humanidade, onde esse dom se intercruza em virtudes infinitas, para que conheça a esperança.
"Porquanto há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem".
Miramez
Fonte: Médiuns-pdf
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