Manoel Philomeno de Miranda - Livro No Rumo do Mundo de Regeneração - Divaldo P. Franco - Cap. 5
Esclarecimentos oportunos
Pessoalmente já conhecia a Comunidade Espírita que ora nos servia de refúgio e encantamento.
Tivera oportunidade várias vezes de a visitar e mesmo cooperar no seu programa de caridade fraternal, através da sua médium dedicada, a irmã Malvina, que era o instrumento por cujo meio fora erguida, com objetivos graves desde o século passado, há mais de cinquenta anos, uma organização de contínua comunhão espiritual.
Trabalhadora fiel do franciscanismo leigo, vinculara-se à tarefa de criar congregações espirituais nos tempos modernos em homenagem ao angélico santo de Assis.
Reencarnando-se quase sempre na feminilidade, deveria, desta vez, servir à Seara de Jesus com testemunhos severos e redentores.
No século XVIII, fora uma literata francesa brilhante, que muito contribuiu para a conquista dos ideais humanos, e apaixonada pela revolução. Consorciada com o duque X, ao sair da Catedral de Notre-Dame, após assistir à missa matinal, viu o esposo traído subir ao tablado onde estava erguida a guilhotina e, de imediato, ser decapitado.
Pareceu-lhe um tremendo pesadelo, e, não suportando o golpe cruel do destino, correu em desespero, sendo acoimada pela turba de miseráveis agressivos, em fuga alucinada, atirou-se às águas do Rio Sena, do alto da Ponte Marie...
Era o dia 4 de abril de 1792...
Após longo sofrimento no Mais-além, onde não encontrou o seu amado, reencarnou-se com alguns problemas orgânicos e expressiva mediunidade de efeitos físicos, que deslumbrava os investigadores e convidados especiais para as reuniões fenomênicas.
Eram aqueles os dias da Codificação Kardequiana, que não lhe mereceu qualquer consideração, inclusive sempre combatendo a reencarnação.
A sua foi uma existência relativamente breve, havendo retornado à Erraticidade aos 45 anos de idade, vitimada por enfermidade cruel...
De volta à Pátria espiritual e tendo-se em vista conquistas evangélicas que lhe exornavam o Espírito, renasceu em lar humilde com altas responsabilidades, a serviço do bem através do exercício da mediunidade com Jesus.
No Além-túmulo, a Doutrina Espírita fascinou-a, e lamentou não haver podido vivenciá-la quando médium portadora de peregrinas faculdades.
Interessou-se de tal modo, que realizou cursos e terapias magnéticas para a empresa que deveria desenvolver na atualidade, sob algumas consequências do autocídio, mediante a saúde oscilante.
Por haver pertencido à Ordem das Clarissas, no século XII, ainda no período da iluminada existência da fundadora, sob cuja bondade viveu no monastério, foi escolhida para trabalhar na construção de uma nova Úmbria, onde o amor aos infelizes, aos desamparados, às criancinhas abandonadas fosse a tônica, o objetivo básico da sua existência, ao lado, bem se depreende, da divulgação do Espiritismo.
Deveria reencontrar inimigos políticos poderosos do pretérito, que a crucificariam em difamações e suspeitas perversas, assim como adversários da fé religiosa que tentariam esmagá-la com aflições de largo porte.
De igual maneira, o Poverello da Úmbria dar-lhe-ia assistência pessoal, a fim de que lograsse êxito na sua jornada redentora.
A sua existência transcorria, pois, sob as bênçãos redentoras dos sofrimentos íntimos e mediante o trabalho intenso na mediunidade, tornando-se exemplo de fé e abnegação.
Nos dias em que iniciávamos os novos compromissos, encontramo-la debilitada e enferma, com doloroso diagnóstico de reumatismo infeccioso que lhe causava dores contínuas e debilitantes.
Concomitantemente, tendo-se em vista a psicosfera do planeta, era perseguida por Espíritos odientos que intentavam obstaculizar-lhe os labores de santificação.
Passava horas sob o acúleo de dores acerbas e também padecia a interferência malsã dos adversários do bem.
A todos, amigos e participantes da Comunidade, causava espanto vê-la sofrer, e, claro, nem todos os comentários eram edificantes, como sempre ocorre em situações de tal natureza. No entanto, resignada e otimista, mantinha-se fiel ao trabalho, sempre estimulando todos sem queixas e explicando serem dívidas que lhe pesavam na consciência e necessitavam de liberação.
Com a nossa estada, havia-se organizado um programa de socorro espiritual para amenizar-lhe os testemunhos e participar da imensa revolução espiritual, que se encontrava no clímax.
Desde o mês de abril de 2004, Entidades desencarnadas, adversárias do Cristo, declararam guerra ao Seu nome, ameaçando retirá-lO do calendário humano.
Uma campanha infeliz, muito bem organizada, fora deflagrada, e os espíritas, por serem os cristãos modernos através do Consolador que Jesus prometera e se encontrava na Terra, seriam ferozmente combatidos; ao passo que governos com filosofias materialistas levantar-se-iam com os povos avassalados pela depravação para vulgarizá-lO e levá-lO aos palcos do ridículo e da zombaria de baixos níveis morais e sociais.
Afirmavam que seria uma guerra sem quartel nem misericórdia, e todos vimos, de um para outro momento, a figura histórica e humana de Jesus e dos Seus serem levadas ao desdém e rebaixamento bem típico dos Seus antagonistas.
Em nome da liberdade de opinião, desencadeou-se uma perseguição incomum ao Cristianismo, por ser o oponente à devassidão e à destruição da família, corrupção da juventude e vandalismo de natureza ético-moral.
Assim sendo, foi assinalada uma reunião na sala mediúnica, na qual o irmão Gracindo, a nossa querida irmã e nosso grupo estaríamos laborando em favor da paz e da implantação do Evangelho nos corações.
No momento aprazado, reunimo-nos o grupo e os convidados sob a direção do administrador da Comunidade para a tarefa especial.
Havia um grande recolhimento interior quando, após a leitura de O Evangelho segundo o Espiritismo e a oração de abertura, foi trazido por devotados assistentes espirituais um indigitado ser deformado que tomou a organização mediúnica de nossa Malvina, e depois de esbravejar, interrogou, agressivo:
– Que desejam de mim? Não admito comportamento de tal natureza, mesmo porque os senhores não me interessam. Ela, sim. Não a queremos morta, pois que seria uma irrisão, porém, viva e infeliz, esmagada pelas deformidades do corpo e por nós atenazada na mente e na emoção.
O mentor, sério e grave, redarguiu com voz serena:
– Tratamo-lo conforme as circunstâncias em que nos encontramos. Temos acompanhado a sua técnica vingativa e aguardávamos a oportunidade que hoje fruímos para demonstrar-lhe que a sua e a dos amigos é somente a força da brutalidade. Enquanto a vergastam, intoxicando-a com os fluidos venenosos de que são portadores, a vítima se eleva a Deus e nos ensina resignação e coragem na luta.
Não poucas vezes, os guias espirituais que lhe conduzem a marcha pedem-lhe licença para que se lhe vinculem, assim liberando outros líderes e servidores da linha de frente do Movimento Espírita e do bem, porque ela é excelente na captação que os segura, enquanto a obra prossegue sem perturbação...
O visitante estrugiu zombeteira gargalhada e insistiu:
– Antes trabalhávamos em favor da sua morte degradante. Era uma quimera, porque ela volveria ao grupo assim que se libertasse da matéria. Nossos superiores concluíram pelo esgotamento das suas forças, que a exaure e cansa os seus cooperadores por vê-la sempre enferma... Felizmente, fala-se muito sobre mediunidade, obsessão e seus quejandos. Mas sabe-se pouquíssimo a respeito dos seus mecanismos.
O mentor ripostou:
– Você tem razão. Esses campos são muito complexos, mesmo para nós desencarnados, portanto, mais complexos para quem se movimenta nas engrenagens do corpo físico. Nada obstante, todos sabemos que, para a ocorrência dessa comunhão entre os dois lados da vida humana, há uma necessidade de sintonia, mediante a qual as operações são ou não bem-sucedidas.
A nossa irmã experimenta essas vicissitudes e o agravamento da sua enfermidade porque solicita, nas suas orações, servir de vítima, de modo que possa, com esse gesto, libertar outros servidores da evolução humana a desempenharem os seus compromissos.
Sabemos, por exemplo, que ante a dificuldade de poderem, o irmão e os seus comparsas, afligi-la diretamente, porquanto ela se movimenta em faixa superior de pensamento e de moral, que lhe permitem estar isenta às mensagens deletérias que lhe são enviadas, utilizam-se de pessoas inadvertidas e levianas para criarem embaraços. Esses distúrbios naturais, produzindo-lhe inquietação, diminuem-lhe as resistências vibratórias superiores e permitem que ela capte as aflições e padeça as problemáticas.
Tudo isto, porém, não diminui o seu ardor evangélico e o desejo de mais servir, o que lhe proporciona ganhar a simpatia dos Espíritos nobres, que prosseguem velando pela sua trajetória vinculada ao bem.
Ambos conhecemos essa manobra em que muitos frívolos se permitem ser instrumentos de perturbação para aqueles que necessitam de serenidade para atividades mais complexas e significativas. No entanto, no caso em tela, há um detalhe que nos abre a porta da convivência: é a afetividade.
Havendo experimentado a orfandade materna muito cedo, não recebeu o carinho que anela e, em razão do suicídio covarde, experimenta a solidão, embora não faltem aqueles que a desejam por diversos motivos. Astuta, no entanto, a “infame” tem podido manter-se solteira e suportar o azorrague dos desejos e das frustrações. Recentemente, porém, as leis passaram a trabalhar em nosso favor.
O indigitado sorriu misterioso e, não desejando ocultar os planos mefíticos de que estava investido, voltou à carga:
– O amor carnal é uma armadilha, mesmo para os mais hábeis indivíduos.
Ela já tivera ocasião de reconhecer afetos e almas afins com as quais, no passado, manteve ardorosas convivências. Esteve a ponto de cair, mas, inspirada pelo seu Pai Francisco, resolveu a solidão pessoal... Agora, porém, esgotada pela doença, reencontra o Espírito querido, o duque de X, e sonha com algo impossível: receber-lhe o amor. Seria uma dádiva de felicidade, mas ele, o gozador, depois de uma juventude de dissipação, de sexo servil e mundano, encontra-se casado e muito bem casado. Ela sofre, e o cínico, que a identifica, anima-a sem palavras e depois a despreza, recebendo e dando carícia à outra, provocado por nós e pela sua própria forma de ser...
Fez mofa da situação e continuou com refinada ironia:
– Estimulamo-la com cenas e ânsias de prazer, arrancando-a dos pensamentos que nos inibem e a atormentamos com uma libido que ainda se encontra em plena efervescência. O sexo reprimido é perverso, leva-a ao desânimo e à falta de objetivo humano, sofrendo a solidão física e emocional que devora a Humanidade.
Aproveitamos o seu estado emocional aturdido e mesclamos nossos fluidos com o seu reumatismo orgânico, aplicando através de telepatia, muito bem direcionada, golpes físicos dilacerantes. A nossa questão é até quando a infame resistirá? Aqueles que a acompanham já se perguntam: “Qual é a doença dela hoje? Todo dia temos um capítulo tragicômico da novela do falso sofrimento”.
Isto ocorre porque as pessoas somente acreditam em sofrimento quando veem expostas feridas, desgastes fulminantes, variações de temperatura e sinais exteriores, mas quando se trata de aflição íntima, todos pensam que há exagero e manhas, fingimento.
Aproveitamos e inspiramos descrença, cansaço, animosidade com o que nos comprazemos...
E estrugiu sonora e zombeteira gargalhada.
O nosso dialogador, visivelmente emocionado, tomou-lhe a palavra:
– Ouvimos com respeito a sua exposição – esclareceu –, sem qualquer interrupção, enquanto meditávamos nas suas palavras, cujos conceitos nos penetravam. Eu próprio estou acometido de compaixão, certamente não apenas por ela, mas pelo amigo insensato que se compraz em gerar padecimento, por certo, em razão de algum problema angustiante não resolvido no seu íntimo. E me compadeço da sua infeliz decisão, em gerar fortes aflições para o próprio futuro. As dores da nossa Malvina procedem, e ela recupera-se bem. Sabe que são efeitos de conduta malsã, mas o amigo, ainda iludido nas incendiárias paixões do corpo físico e nos pesadelos da vingança, semeia cataclismos para o futuro do qual ninguém se exime.
Deve haver um motivo pessoal de sua parte, para ter aderido aos vingadores, pois que, do contrário, não participaria de uma luta que não fosse sua.
Naquele momento, o rosto da médium experimentou uma tremenda mudança, tornando-se verdadeira máscara de ódio, enquanto os olhos esbugalhados nas órbitas eliminavam torpes vibrações de cólera contra o orientador e tentava agredir a médium com socos, que foram impedidos de alcançar-lhe o corpo, graças à emissão de ondas de simpatia originadas no irmão Cláudio, técnico em produção de ondas vibratórios de saúde e de paz.
Tentando expressar-se sem o conseguir, sacudia o corpo do instrumento mediúnico e irrompeu numa torrente de acusações:
– Esta miserável estava em Corinto, em 1571, quando da batalha de Lepanto. Eu pertencia, então, ao Império Otomano e fui convocado, porque o nosso objetivo era a conquista da ilha de Chipre. Pessoalmente eu vivia na cidade de Patras, no sudoeste da Grécia, e, depois da batalha, fui transformado em escravo dessa infame que, então católica, maltratou-me até a morte por exaustão.
Reinava o Papa Pio V, que venceu a batalha graças ao comando de Dom Juan de Áustria, naquele terrível dia de 5 de outubro de 1571.
A matança foi tão grande de ambos os lados, que as águas do golfo ficaram vermelhas, como nunca se vira antes. Mais de 15 mil otomanos morreram e aproximadamente 9 mil cristãos perderam a existência naquela batalha que ficou histórica pela crueldade e inclemência dos acontecimentos...
Desde então, temo-nos reencontrado uma ou outra vez, e a miserável sempre me escapa... Agora que faço parte do grupo de justiceiros contra o infame Crucificado, disponho de recursos valiosos para arrebatá-la, e, para tanto, conto com amigos da nossa região, onde nos refugiamos desde épocas já distantes.
À medida que falava, as últimas palavras foram ditas com dificuldade e horror, acontecendo algo de criar receios, porque o rosto da médium continuou em transformações deformadas, como se fosse de cera, e, no ardor dos sentimentos em relembrança, desmanchava-se sob ação de alguma força de calor...
Vimos que o irmão Spinelli aproximou-se de Amália, a médium que nos acompanhava, e ela começou a exteriorizar pelo nariz e lábios entreabertos uma alta dosagem de ectoplasma, que se alongou até Malvina e lhe envolveu a face... Poucos minutos transcorridos nessa metamorfose, e o comunicante transformou-a em um ser lupino a babar e emitir sons terríveis. Odores pútridos de cadáveres invadiram a sala e vimos levantar-se diversos Espíritos em estado lamentável de decomposição, como se nos encontrássemos num cemitério e eles saíssem das sepulturas em sombras, compondo um bando macabro de gênios do mal, sob o comando da Entidade comunicante, que lhes gritava expressões para nós incompreensíveis, como se nos devessem agredir.
Nesse momento, o venerando Espírito Eurípedes Barsanulfo apareceu nimbado de claridades espirituais e, acompanhado por diversos luminares da Espiritualidade, que modificaram a psicosfera ambiental, fazendo paralisar a agressão dos sofredores hebetados e acercando-se do chefe em loucura, falou-lhe docemente sobre Jesus, explicando que o Mestre o buscava desde há muito tempo e aquele era o momento preparado para o seu retorno ao rebanho.
Era constrangedora a cena em que a luz do amor envolvia o alucinado, perispiritualmente degenerado, agora voltando à forma humana de que se utilizava, porque a perdera antes e sabia manipular as diversas manifestações.
– Você, como todos nós – expôs o Apóstolo Sacramentano –, somos filhos de Deus, que nunca nos abandona e que nos entregou a Jesus para conduzir-nos docemente ao Seu rebanho.
Naquele estado, passou a chorar em forma de urros, no que foi acompanhado pela malta imensa de escravos mentais obsidiados pelas suas forças maléficas.
– Jesus é sempre Amor e Misericórdia – prosseguiu Eurípedes –, que compreende a fraqueza do barro orgânico das reencarnações envoltas em orgulho e despautério, responsáveis pela fraqueza moral de todos nós.
Tem bom ânimo e recupera o tempo perdido, a partir de agora neste reduto de socorro erguido em Seu nome, para que recomeces o processo de evolução interrompido pelo ódio e desejo nefando de vingança.
Vimos entrar um venerável Espírito que nos evocava os rabinos terrestres, e, parecendo atender o pensamento de Eurípedes, distendeu os braços ao comunicante combalido e o deslindou dos fluidos da médium, conduzindo-o a alguma sinagoga espiritual onde recomeçaria a sua trajetória de redenção.
Ato contínuo, Espíritos auxiliadores que se encontravam na sala, recolheram com carinho os espectros atoleimados que gritavam e choravam dolorosamente.
Eu me encontrava em profunda concentração como todos os demais, porquanto jamais tivera oportunidade de participar de alguma experiência daquele porte.
Esse mundo estranho e sublime da imortalidade ensejava-nos, mais uma vez, fenômenos totalmente inesperados e estranhos ao nosso comportamento diuturno...
O diretor, após breves considerações e passes reconfortantes em Malvina, que recuperou a lucidez bastante abatida, algo ofegante, recompôs-se, e a reunião foi encerrada com oração comovente de gratidão aos Céus por todos os sucessos daquela hora.
A minha mente esfervilhava de interrogações que não podia apresentar naquele momento, contentando-me a dita de haver sido convidado a servir no anonimato que a caridade nos impõe.
Saímos em silêncio, demandando nossos aposentos, e cada qual retornou aos seus destinos.
Desde a chegada à respeitável Instituição que notara uma particularidade especial: a presença de muitos Espíritos dedicados ao bem, que foram na Terra os inesquecíveis Templários.
Indagando ao amigo Spinelli, ele me explicou que grande número de pessoas que fundam sociedades espíritas na Terra, especialmente no Brasil, dedicando-se à caridade nas suas mais complexas expressões, vinha da Igreja Católica do passado, que também havia criado conventos, monastérios, instituições de auxílio cristão, mas que lamentaram em razão do egoísmo, da ignorância das Leis Divinas, apegadas ou não aos dogmas a que se submetiam.
Por volta do ano 1119, um grupo de seis cavaleiros, sob as bênçãos do governador de Jerusalém, reuniram-se para trabalhar em favor das pessoas sofredoras e para protegerem a cidade, na condição de humildade e pobreza.
Posteriormente, por volta de 1128, foi apresentada no Concílio de Troyes a Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão.
Envolveram-se em diversas batalhas e eram constituídos por cavaleiros europeus e monges com formação militar.
Foram poderosos, o que despertou inveja em alguns países, que passaram a temê-los e a persegui-los, qual ocorreu com Felipe IV da França, que os prendeu e mandou queimá-los vivos em 1307.
Por sua vez, o Papa Clemente V resolveu dissolver a Ordem, acusando os seus membros de perversões sexuais, feitiçaria e outras aberrações para a época. Foram queimados vivos e encerrada a Ordem em 1312.
Havia abusos do poder e da conduta, sem dúvida, mas alguns eram profundamente devotados à Causa do Cristo e à libertação de Jerusalém, em razão da ignorância histórica e da intolerância medieval.
Renasceram muitas vezes, tentando restaurar a fé e, na atualidade, vemos muitos deles à frente de respeitáveis instituições de caridade iluminadas pelo Espiritismo e a verdadeira fé raciocinada.
Outros permanecem no Mais-além vinculados aos seus cômpares, que estão no mundo, e tornam-se protetores desses abençoados núcleos de amor que atendem com coragem, abnegação e renúncia.
A sociedade, na qual nos encontramos, tem as suas raízes nas obras de São Francisco de Assis e de Hugo Peyens, um dos fundadores da Ordem dos Templários.
Eis por que o apoio dos Templários desencarnados é muito grande, cooperando sempre que se faz necessário, em favor da divulgação e vivência do Evangelho de Jesus.
Através da História, eles sempre estiveram auxiliando, desde a Erraticidade, os trabalhadores do bem e investindo na dignificação da crença e no trabalho de libertação das paixões humanas.
De maneira idêntica, organizações beneficentes da Humanidade no passado continuam cooperando na Terra, especialmente neste momento muito grave da sociedade.
A pandemia é muito mais séria do que pensam ou agem no planeta, explorando-a ou criando embaraços para a libertação dos seus males. Os descuidos e desrespeitos aos cuidados estabelecidos para evitar-se a contaminação têm aumentado os prejuízos causados, e surgem ameaças para a intemporalidade do seu término.
Não serão através das atribulações e malversações morais das políticas, as notícias mentirosas e assustadoras que a Humanidade voltará ao seu ritmo equilibrado de existência. É provável que demore mais tempo do que pensam os sonhadores e os profetas de ocasião.
Esses fenômenos periódicos que assolam o planeta e os seus habitantes são sempre advertências muito graves que procedem de Deus, em convite rigoroso à mudança de hábitos e de comportamentos.
Aqui estamos na linha de trabalho com os companheiros terrestres, porque o Amor de Nosso Pai nunca nos permite a solidão nem o abandono.
No entanto, é necessário que haja uma correspondência de sintonia e de dever, sem os sonhos mirabolantes de milagres e de vitórias sem lutas.
Cuidemos de estar atentos.
Amanhece...
Manoel Philomeno de Miranda
VÍDEO:
Uma reflexão sobre o Coronavírus - Alerta de Divaldo Franco sobre a necessidade de amar.
CanalFEP
Nenhum comentário:
Postar um comentário