Hammed - Livro Um Modo de Entender - Uma Nova Forma de Viver - Francisco do Espírito Santo Neto - Cap. 21
O retrato do perfeccionista
“Cada um dê como dispôs em seu coração, sem pena nem constrangimento, pois Deus ama a quem dá com alegria ” (II Coríntios, 9:7.)
Por metáfora, poderíamos dizer que o retrato do perfeccionista reúne e combina determinados traços psicológicos e sinais particulares, com ênfase no seu jeito de pensar e agir diante do mundo em que vive.
A moldura dessa tela mental junta elementos básicos da índole do indivíduo que possui a tendência de obstinar-se em fazer as coisas com absoluta perfeição.
A matéria-prima do perfeccionista é constituída das seguintes posturas, ideias e atitudes:
• Estrutura e organiza seu dia-a-dia como se fosse uma estante de livros.
• Trabalha sem interrupção. O trabalho é seu lazer preferido.
• Tem pavor de cometer erros. Vive em constante intimidação por recear não atingir o êxito em seu mais alto grau.
• Tem enorme necessidade de aplauso, elogio, estima.
• Mostra inferioridade em relação aos outros, mas, no fundo, acredita ser superior.
• Desculpa-se ou justifica-se insistentemente pelos seus erros.
• Espera em demasia a consideração alheia.
• Supõe estar sempre com a razão.
• Dramatiza problemas e conflitos.
• Resiste às ideias e conceitos novos.
• Julga ser a única criatura apta para realizar as coisas corretamente.
• Tem dificuldade em relaxar. Está sempre preso a obrigações.
• Tem obstinação pela ordem.
• Rotula tudo o que existe em extremos opostos — certo e errado, moral e imoral, tudo ou nada.
• Tem compulsão pela limpeza.
• Vivência o mundo das culpas. Sua conduta é quase toda baseada em regras e normas sociais.
Quem busca a perfeição, neste mundo de provas e expiações, esquece-se de viver e não consegue perceber a alegria imanente na própria existência humana.
“Deus ama a quem dá com alegria”, e não a quem dá com perfeição. Ninguém nos exige nada, a não ser a própria exigência. Ninguém nos julga nem nos condena com tanta severidade como nós mesmos, muitas vezes, o fazemos.
A dor da alma não se encontra no passado — onde estivemos; nem no futuro — para onde iremos. A dor da alma se encontra no presente – onde estamos.
Hammed
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