
Ramiro Gama - Livro Lindos Casos de Chico Xavier - Cap. 22
Humorismo Materno
Em 1931, “mandar alguém para o inferno” constituía grave ofensa.
E um dos missionários católicos que visitaram Pedro Leopoldo naquela época, no zelo com que defendia a Igreja Romana, falou do púlpito que o Chico, o médium espírita que se desenvolvia na cidade, devia ir para o inferno.
Chico, que frequentara a Igreja desde a infância, ficou muito chocado.
À noite, na reunião costumeira, aparece a progenitora desencarnada e, reparando-lhe a inquietude, pergunta-lhe, bondosa o motivo da aflição que trazia.
- Ah! estou muito triste - disse o rapaz.
- Por que?
- Ora, o padre me xingou muito...
- Que tem isso? Cada pessoa fala daquilo que tem ou daquilo que sabe.
- Mas a senhora imagine - clamou o Chico - que ele me mandou para o inferno...
O espírito de Dona Maria sorriu e falou:
- Ele mandou você para o inferno, mas você não vai. Fique na Terra mesmo.
O médium, ante o bom humor daquelas palavras, compreendeu que não convinha dar ouvidos às condenações descabidas. E o serviço da noite desdobrou-se em paz.
Ramiro Gama
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