quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

Allan Kardec - O Livro dos Espíritos - 3ª Parte - Das leis morais - Cap. II - 1. Lei de adoração - A prece - Questão 662 (Miramez)




Allan Kardec - O Livro dos Espíritos - 3ª Parte - Das leis morais - Cap. II - 1. Lei de adoração


A prece


662. Pode-se, com utilidade, orar por outrem?

“O Espírito de quem ora atua pela sua vontade de praticar o bem. Atrai a si, mediante a prece, os Espíritos bons e estes se associam ao bem que deseje fazer.”

Possuímos em nós mesmos, pelo pensamento e a vontade, um poder de ação que se estende muito além dos limites de nossa esfera corpórea. A prece por outros é um ato dessa vontade. Se for ardente e sincera, pode chamar os bons Espíritos em auxílio daquele por quem pedimos, a fim de lhe sugerirem bons pensamentos e lhe darem a força necessária para o corpo e a alma. Mas ainda nesse caso a prece do coração é tudo e a dos lábios não é nada.


Allan Kardec


O Livro dos Espíritos comentado pelo Espírito Miramez

Questão 662 comentada


O que já escrevemos atrás não tira o estímulo de quem queira orar pelos que sofrem. Orar é um ato de amor, mas, se queres beneficiar realmente o irmão que padece, procura orar com amor, com a prece ardente, de modo que o pensamento sirva de canal para que as bênçãos de Deus possam aliviar o enfermo ou atribulado. No entanto, o sofredor deve estar consciente das suas provas e alimentar a fé, de modo que essa fé corresponda ao que disse Jesus aos inúmeros enfermos que eíe curou: A tua fé te curou.

Não só podes, mas deves orar pelos que sofrem, se possível todos os dias, não somente porque podes curar ou aliviar aos que padecem, mas, e principalmente, porque é um exercício de amor, que praticas em teu próprio benefício. Mesmo que o enfermo não tenha fé e não saiba que alguém está pedindo a Deus por ele, será bafejado pela luz da oração sincera, e sentirá um conforto que ele próprio não saberá de onde veio. Isto é Deus operando com o Seu amor para ajudar aos Seus filhos em todas as dimensões da vida em que estagiam.

Nós temos grande empenho em que todos os enfermos conheçam Jesus, enfim, que toda a humanidade o conheça, porque o Mestre é o Governador da Terra; nada se faz nela sem que Ele não saiba e decida.

Todas as coisas foram feitas por Ele, e sem Ele nada do que foi feito se fez. (João, 1:3)

Se tudo que usamos, em todas as faixas em que vivemos, tem Seu traço de amor, o nosso dever é ser grato a essa Luz, que antes que o mundo fosse, já era.

Orar pelos que sofrem é nosso dever. A luz da oração, chegando aos corações sofredores, pode fazer muito, podendo lembrar ao enfermo que ele deve acordar para as coisas espirituais. É certo que, depois de Deus, somente ele pode fazer alguma coisa por si mesmo; no entanto, uma ajudazinha todos podem dar. Quando alguém dorme, mesmo que seja um sono profundo, pode-se acordá-lo, chamando-o mas, a decisão de permanecer acordado é dele. Depois de Deus, pela força da caridade, somente nós mesmos poderemos nos salvar. As decisões se movem pelo livre arbítrio, para que a conquista seja de quem trabalhou para a sua própria paz.

Quem deseja orar pelos que sofrem, que aprenda a orar com sinceridade, sem interesse que o leve à perturbação. Esse ato deve ser com amor. Somente quem ganha na purificação dos sentimentos é quem trabalhou para a sua evolução espiritual. Nada se perde; portanto, faze alguma coisa por ti mesmo, mudando a corrente dos teus pensamentos, palavras e atos.

A posição de orar, que muitos perguntam, és tu quem escolhes; o que é observado é o que passa pelo teu coração, ante o ponto que escolheste para ser beneficiado. Não é a posição que faz a prece mais ou menos elevada; os sentimentos é que são levados em conta. Quanto mais livre das coisas materiais, mais liberta fica a corrente mental, e busca mais assistência na sintonia dos benfeitores da eternidade. Os Espíritos superiores sempre atendem aos chamados honestos. Quando apenas os lábios falam, sem nada do coração, esses sons se perdem, ou o vento os leva, por não terem a direção do amor.

Todos os reinos se encontram na posição de orar; falta aos homens aprenderem a agradecer a Deus pelo que Ele fez e nos dá constantemente por Amor.


Miramez




Filosofia Espírita – Volume XIII - João Nunes Maia
Cap. 50 - Orar por outrem



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