Allan Kardec - O Livro dos Espíritos - Allan Kardec - 4ª Parte - Das esperanças e consolações - Cap. II
Duração das penas futuras
1003. É arbitrária ou sujeita a alguma lei a duração dos sofrimentos do culpado, na vida futura?
“Deus nunca obra caprichosamente e tudo, no Universo, se rege por leis, em que a sua sabedoria e a sua bondade se revelam.”
Allan Kardec
O Livro dos Espíritos comentado pelo Espírito Miramez
Questão 1003 comentada
A duração das penas que a alma passa pelas suas faltas é de acordo com estas faltas. A variação das lições de que à dor se faz mestra é inumerável. Não existe um Espírito que tenha os mesmos sofrimentos que outro. As corrigendas obedecem a uma lei de justiça em todos os campos de lutas e é bom que se notem essas diferenças, para que a ignorância não venha a procurar justificativa ante seus infortúnios.
Não existe arbitrariedade com os filhos de Deus; tudo obedece a leis justas, de modo a educar os companheiros que precisam de disciplina, acordando para maiores entendimentos. O faltoso não precisa morrer para resgatar seus débitos. Por vezes, ele começa a repará-lo ainda na carne, prosseguindo após o túmulo. Às vezes, torna a voltar nas lides humanas com o mesmo estigma da dor que solidifica sua missão de paz para o sofredor.
Se te encontras com a obstinação do mal, procura mudar. Vê que ele não nos leva a nada de útil. Por que sofrer ou fazer sofrer a outrem? A pertinácia no mal é caminho para agressões que irão retornar a quem agrediu. Já falamos muitas vezes e tornamos a dizer que os infortúnios não erram o endereço. É qual carta de cobrança que vem ao devedor pelas mãos de um portador que sabe onde mora quem deve.
Somos todos tentados a fazer o mal em muitas circunstâncias, no entanto, devemos resistir, fazendo o bem, buscando em Jesus os exemplos elevados.
Pois naquilo que ele mesmo sofreu, tendo sido tentado, é poderoso para socorrer os que são tentados. (Hebreus, 2:18)
Jesus é o socorro do céu que veio para nos fortalecer diante das tentações. Conhecendo Sua vida e nos inspirando nos Seus exemplos, fortalecemos nossa conduta, para não cairmos em novas tentações. É o que devemos fazer todos os dias: buscar o Mestre para nos inspirar. Agindo assim, a duração das nossas penas mudará; o fardo passará a se aliviar e o jugo das nossas faltas ficará leve. Eis aí os princípios da felicidade.
Não deves jogar tudo para o futuro, porque vivemos dentro do eterno. Haverás de começar hoje mesmo o trabalho de recuperação, que esse esforço te dará luz nos caminhos e força para viver na felicidade de Deus. A duração nas nossas penas, no mundo físico ou no espiritual, é de conformidade com a nossa persistência no mal. Cedendo essa obstinação, a luz se faz e a vida surge como agente de Deus nas nossas consciências.
Jesus é o nosso caminho, a verdade e a vida que vertem de Deus na Sua pureza, como mil mãos iluminadas a nos abençoar, na regência do amor que nunca morre no coração da vida.
Somente o bem é eterno; todo mal é passageiro, distanciando-se sempre do sofredor pela força do tempo. O Espiritismo, bem compreendido na luz do Cristo, te mostra grandes esperanças; mas começa arrependendo e, em seguida, trabalha para sair da faixa do que contraria a lei de amor e de justiça. O amanhã irá te mostrar a realidade, destampando na frente da humanidade a maior esperança de todos os tempos: a verdade, pela ciência, de que ninguém morre.
Ainda agora dizemos, como já foi dito em todos os tempos: a vida continua e o verdadeiro céu se encontra dentro de cada criatura. Busca e o acharás.
Miramez
Filosofia Espírita – Volume XX - João Nunes Maia
Cap. 34 - Duração das Penas
Fonte: Ipeak - Instituto de Pesquisas Espíritas Allan Kardec; O Livro dos Espíritos comentado pelo Espírito Miramez; Filosofia Espírita – Volume XX-pdf
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