Joanna de Ângelis - Livro Celeiro de Bênçãos - Divaldo Pereira Franco - Cap. 49
Paciência
Virtude que escasseia, a paciência é de relevante importância para os cometimentos expressivos a que te propões. Sem ela, a irritação comanda os feixes nervosos, e de desequilíbrios imprevisíveis irrompem na máquina física, comprometendo toda e qualquer realização. Não se considerando os casos de desarmonia procedente de matrizes patológicas, todo homem pode e deve cultivar a paciência. E mesmo quando acoimado por enfermidades que o afetam no equilíbrio emocional, através de contínuos esforços consegue resignação ante a dor, que é uma das mais expressivas manifestações da paciência.
Mediante exercícios regulares de reflexão e contenção dos impulsos da personalidade inferior, plasmarás condicionamentos íntimos, que imprimem calma e equilíbrio, culminando em harmonia interior, geradora da paciência. Indubitavelmente, realização tal não se lobriga num só passo, sob impulso momentâneo.
Surge o embrião, molécula a molécula. Constrói-se a máquina, peça a peça. Realiza-se a obra, tarefa a tarefa. Da mesma forma, nos empreendimentos morais, só através da perseverança, num programa feliz de segura urdidura, realizarás os misteres a que te propões. A paciência, assim conseguida, conferirá salutares recursos para o enobrecimento espiritual daquele que a cultiva.
Conseqüência do cansaço, do marasmo, da rotina, a irritabilidade significa sinal vermelho na tarefa que executas. Indispensável vigiar-lhe o surgimento. Sutil, explode, de quando em quando, repetindo-se o clima de irascibilidade, que toma as paisagens da ação, estabelecendo nefanda presença, contumaz e enfermiça.
A paciência, ao contrário, resiste às más circunstâncias e às tediosas ocorrências. É confiante, gentil, otimista, sem que deixe de ser responsável, séria, recatada. Suporta vicissitudes com galhardia e não esmorece quando os resultados demoram a expressar-se. Espera com coragem e não desfalece.
Dessa forma, policia as reações íntimas e observa como te encontras. Caso te sintas portador da constante mau-humor, estás necessitando do auxílio da paciência, a fim de refundires o ânimo, renovares conceitos e atividades, orando, com a sede de quem, urgentemente, precisa da água da paz.
Não te deixes amargar pela revolta interior ou esmagar pela irritabilidade. Recorre à paciência, sempre e em qualquer situação, e ela te ajudará a servir, amar e aguardar amanhã o que hoje se te afigure improvável ou irreversível...
A paciência é, também, irmã da fé, porquanto, todo aquele que crê, espera e confia tranquilamente.
Joanna de Ângelis
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