quinta-feira, 12 de novembro de 2020

Hammed - Livro A Imensidão dos Sentidos - Francisco do Espírito Santo Neto - Pág. 67 - Consciência de orgulho




Hammed - Livro A Imensidão dos Sentidos - Francisco do Espírito Santo Neto - Pág. 67


Consciência de orgulho 


"(...Confiança absoluta na superioridade do que obtêm, desprezo daquilo que não vem deles, importância irrefletida atribuída aos grandes nomes, recusa de conselhos, tomar a mal toda crítica, distanciamento daqueles que podem dar avisos desinteressados, crença na sua habilidade, malgrado sua falta de experiência: tais são os caracteres dos médiuns orgulhosos". (O Livro dos Médiuns - 2a Parte - cap. XX, item 228) 


Nós é que decidimos de que modo interpretaremos os atos e atitudes que acontecem em nossa vida.

Qualquer que seja a importância e o significado que determinada pessoa ou acontecimento tenham para nós, eles terão o exato sentido e valor que nós lhes atribuirmos. Em muitas ocasiões, percebemos as coisas não como elas são, mas como nós somos. Não há uma interpretação generalizada, mas, sim a nossa percepção individual e peculiar de sentir e de ver.

Uma vez que cada indivíduo é uma criação imortal e única, gerada por Deus, suas percepções também são únicas e originais. Portanto, para melhor entendimento dessas nossas considerações, precisamos discernir entre sensação e percepção.

Os cinco sentidos do homem cooperam entre si e alargam-se mutuamente, tendo como aliado imprescindível o sexto sentido. Por exemplo, quando o corpo recebe ondas de calor, os olhos, ondas de luz ou o nervo auditivo, ondas sonoras, essas ondas alcançam diretamente os centros nervosos, através dos órgãos dos sentidos físicos, provocando uma sensação.

Percepção, por sua vez, é a compreensão de algo, ou a interpretação do somatório de todas as sensações que estão ocorrendo conosco em dado momento. Tem como função primordial os sentimentos, e, sem a interpretação deles, não há como perceber adequadamente. O exercício da percepção nos leva a uma maior capacidade de compreender e explicar os fenômenos do reino interior; isto é, a mente se torna mais lúcida e compreende com exatidão.

Quanto maior o desenvolvimento interno do indivíduo, mas elevado é seu "universo de discernimento". Seu corpo astral é a "chave da recepção" das forças psíquicas. Quer dele próprio, quer de outros Espíritos (vinculados ou não ao corpo físico).

A pessoa é um ser que pensa, portanto, é produto de suas sensações e percepções. Nada existe em nosso "arquivo mental" que não tenha passado pelos portais de nossas mais íntimas impressões.

Orgulho é uma forma pela qual interpretamos as pessoas e os fatos. É um "estado de consciência" em que a insensibilidade predomina. O orgulhoso utiliza unicamente o que supõe ou imagina, não o que sente. Sua percepção é distorcida, pois ele apenas dá importância ao que os outros vão pensar ou achar dele e não presta atenção em seu "universo interior". Ele vive apenas "experiências teatrais"  - interpreta papéis no "palco da vida".

Muitos de nós estamos tão distanciados de nossas percepções - manifestações e expressões interiores, que nos tornamos "mártires de relacionamentos". Somos incapazes de manter relações duráveis ou sinceramente afetivas.

O orgulhoso vive uma determinada fase evolutiva, ou seja, transita num estado mental onde predomina (a percepção dos sentimentos).

"(...) confiança absoluta na superioridade do que obtêm, desprezo daquilo que não vem deles, importância irrefletida atribuída aos grandes nomes, recusa de conselhos (...)" são algumas das características das pessoas que vivem nesse estágio de evolução espiritual.

Os orgulhosos estão mais interessados no modo como se apresentam do que no modo como sentem. De fato, negam qualquer "aviso do coração" que conteste sua imagem onipotente. Agem distanciados de sua intimidade; em virtude disso, valorizam títulos e nomes importantes, adotam cartilhas moralistas ou regras rígidas e tendem a ser pretenciosos e dissimulados. Como os sentimentos são uma realidade primordial da vida humana, não estar em contato com os próprios sentimentos causa, progressivamente, uma grave descompensação emocional.

Querem ter a aparência do que não são; assim perdem a sinceridade, a criatividade e a originalidade. Vivem concentrados nos próprios interesses, mas carentes dos verdadeiros valores do Espírito - ética, bom senso, sensibilidade e naturalidade.

Todas as suas atividades convergem para a exaltação de si mesmos, sendo incapazes de distinguir entre a realidade do que são e o "eu idealizado" que fantasiam ser.

Identificam-se com poderosa figura imaginária do tipo "todos são menos do que eu". São enamorados de sua autoimagem.

Por outro lado, não devem ser considerados orgulhosos aqueles que têm um certo interesse pela boa presença ou que procuram manter-se alinhados. É necessário dizer que existe uma distinção entre esmero saudável com a aparência e paixão ou endeusamento pela própria imagem.

Acreditamos que o bom parecer tem relativa importância no quadro geral da normalidade no ser humano e, com certa frequência, as pessoas querem ser mais apresentáveis, elegantes e aprimoradas em seu aspecto exterior. Essa preocupação com a estética constitui parte do modo de vida natural, razão pela qual podemos considerar emocionalmente perturbada uma pessoa desleixada e indolente com sua aparência.

Na realidade, o orgulho do indivíduo corre lado a lado com todos os seus aspectos existenciais, inclusive atua sobre suas faculdades psíquicas. Moldamos nossa existência de acordo com nosso estado evolutivo.

Em diversas ocasiões, o orgulhoso se apresenta como alguém empenhado em "prestar auxílio ao próximo". Mas, aquilo que ele chama de caridade apenas representa um exercício de poder e controle sobre os outros. Apesar de suas afirmações e declarações fundamentadas em supostas boas intenções, ele está simplesmente dando expansão à vaidade de comandar a vida alheia.

Sugerimos algumas medidas de apoio, para que possamos deixar faixas do "estado de orgulho" e alcançar maiores níveis de crescimento e desenvolvimento espiritual:
  • não ficar facilmente magoado com a crítica ou desaprovação dos outros
  • desenvolver a autoconfiança, não se preocupando com o medo de ser rejeitado ou abandonado;
  • promover o senso de valor, aceitando seus próprios sentimentos e experiências íntimas;
  • estar aberto à aprendizagem, tomando decisões sem procurar excessivamente o conselho das pessoas;
  • não lutar para controlar e mandar, mas se tornar a própria fonte de satisfação ou prazer;
  • não perder a identidade, aprendendo a viver sem a simbiose familiar, social, profissional, religiosa e assim por diante; 
  • sentir, pensar e agir e nunca utilizar a "imaginação fantasiosa", subestimando a experiência.
Essas instruções, colocadas em prática, poderão ser o início de um estado de consciência mais pleno, no qual ocorrerá autoaprendizado sobre quem somos realmente e quem poderemos vir a ser ou produzir em nossas relações com o mundo material e o extrafísico.


Hammed





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