sexta-feira, 9 de outubro de 2020

Allan Kardec - O Livro dos Espíritos - 2.ª Parte - Cap. 9 - Da intervenção dos Espíritos no mundo corporal - Influência oculta dos Espíritos em nossos pensamentos e atos - Questão 467 (Miramez)




Allan Kardec - O Livro dos Espíritos - 2.ª Parte - Cap. 9 - Da intervenção dos Espíritos no mundo corporal


Influência oculta dos Espíritos em nossos pensamentos e atos 


467. Pode o homem eximir-se da influência dos Espíritos que procuram arrastá-lo ao mal?

“Pode, visto que tais Espíritos só se apegam aos que, pelos seus desejos, os chamam, ou aos que, pelos seus pensamentos, os atraem.”


Allan Kardec



O Livro dos Espíritos comentado pelo Espírito Miramez

Questão 467 comentada


O homem pode defender-se das sugestões dos Espíritos de má índole, quando não mais sintonizar com o mal; por isso deve buscar no Evangelho a luz do caminho, para que o coração possa fortalecê-lo em todos os rumos da inteligência e do amor. Entretanto, não há condições de, na sua carreira de despertamento, não passar pelas sugestões dos Espíritos ignorantes nem eximir-se de se tomar um deles, porquanto isso é processo de evolução de todas as criaturas de Deus. Todos foram feitos iguais, e iguais em tudo. Não existe purificação de um dia para outro; a iluminação da alma obedece à fieira do tempo.

Entrementes, quando chega a maturidade do Espírito, ele tem condições de se isolar das más influências, sem maldizer nem ferir aos que o ofendem, por ter sido um deles no passado. A Doutrina dos Espíritos nos ensina que todas as más influências provêm da ignorância. Se nascemos simples e ignorantes, como ganhar a sabedoria às pressas se a natureza não dá saltos? A evolução, a que comumente chamamos despertamento, obedece a uma sequência de tempo, cuja força consegue fazer acordar valores íntimos que dominam todas as investidas externas e fazem crescer em nós a própria grandeza do universo.

Nós chamamos pelos nossos desejos os Espíritos correspondentes, que pensam e têm desejos idênticos aos nossos. Este pode ser traduzido como o “Pedi e obtereis”. Quando passarmos a desejar o bem, certamente que a lei da justiça nos enviará Espíritos da mesma índole e das nossas qualidades morais. Não obstante, a misericórdia de Deus ordena que os benfeitores espirituais nos assistam para que possamos entender as leis e começar a vida na luz do amor.

A nossa defesa, nós temos que criar e, para tanto, os grandes Espíritos que vieram à Terra nos ensinar a verdadeira fraternidade nos legaram um somatório de meios e métodos enriquecidos na prática, no sentido de nos apoiarmos nesses bastões de luz, como segurança para os nossos caminhos de libertação. O índio certamente atrai companhias espirituais indígenas, mas, Espíritos Superiores supervisionam as tribos pessoalmente, transmitindo ordens aos que as dirigem para melhorar as condições das tabas.

Essa é, pois, a bênção do Senhor, através do progresso. O homem não deve ficar em um ponto evolutivo toda a vida. Nem as pedras, árvores e animais ficam, quanto mais os seres humanos! Essa lei dirige também os anjos. Somente Deus é o que é.

Quando chegar a tua hora, deves fazer todo o esforço possível para te eximires das más influências, e nesse caso os influenciadores passam a melhorar também, porque eles não escapam igualmente à ação do tempo e são obedientes ao progresso, por ser lei universal em todos os mundos. Se estás preparado, procura hoje mesmo a tua defesa, mas, nunca o amparo exterior, porque esse é transitório. Busca a defesa interna, que se processa pelas mudanças de comportamento, visto que tudo e todos são obedientes à harmonia. Sempre somos influenciados por aqueles com quem nos ligamos pelos prazeres que os nossos desejos deixam irradiar. Os semelhantes atraem os semelhantes, eis a lei do universo. Primeiramente Deus, depois, somente tu defendes a ti mesmo.


Miramez



Filosofia Espírita – Volume X - João Nunes Maia
Cap. 8 - Defesa




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