segunda-feira, 12 de dezembro de 2022

Joanna de Ângelis - Livro Momentos de Consciência - Divaldo P. Franco - Cap. 12 - Consciência e Hábitos



Joanna de Ângelis - Livro Momentos de Consciência - Divaldo P. Franco - Cap. 12


Consciência e Hábitos


São João da Cruz afirmava que "Deus é encontrado nas trevas" do ser humano.

Ínsito na criatura, permanece no seu lado escuro, aquele “Eu” profundo da sua realidade ainda por detectar.

Enquanto essa área de sombras não seja clareada pala razão, a ignorância predomina e os instintos governam, mesmo que o raciocínio pareça comandar-lhe os hábitos e as ações. O tentame deve ser continuamente exercitado em todos os períodos da existência terrestre, porquanto as experiências realizadas elevam-no a patamares mais significativos, abrindo-lhe possibilidades mais amplas de autopenetração.

As raízes do ser são divinas, constituindo-lhe o corpo um instrumento ou solo fértil para a fecundação, o desabrochar dos tesouros latentes.

Naturalmente pesam-lhe sobre os ombros na larga jornada humana os fatores endógenos, como a hereditariedade, as glândulas de secreção endócrina e outros, e exógenos, quais os contributos da educação, da sociedade, da economia, geradores de hábitos. É todavia, o espírito que, herdeiro das próprias realizações, transfere de uma para outra existência as aquisições que o promovem, retêm ou aprisionam em estados perturbadores.

Face aos hábitos do imediatismo, ocorreu, através dos tempos, nos seres humanos, uma fissura entre a consciência superficial e a profunda, desenvolvendo mais as áreas da personalidade, em detrimento daquelas que dizem respeito à individualidade.

Essa separação gerou neles o desinteresse pelas conquistas transcendentais, que lhes parecem difíceis de lograr ou se apresentam desmotivadoras, tal a preocupação com o lado concreto da vida.

Confirmando esta colocação, a ciência constatou que o hemisfério cerebral esquerdo dos seres humanos, encarregado dos reflexos no lado direito do corpo, é verbal, relativo, angular, individual, desenvolvido; enquanto o direito, que responde pelo lado esquerdo do corpo, é global, intuitivo, silencioso, seletivo, pouco utilizado, em conseqüência, sem desenvolvimento, aguardando que a mente, na sua função legítima, propicie-lhe o enriquecimento da faculdades e realizações.

A mente em si mesma, o espírito, através do cérebro, manifesta-se em duas formas diferentes: ora como razão - intuitiva, metafísica, abstrata - ora como inteligência - concreta, analista, imediata. 

O uso da razão proporciona o discernimento, que faculta a eleição dos hábitos saudáveis favoráveis à felicidade, emuladores à evolução 

A função da mente é pensar . 

O hábito de pensar amplia as possibilidades de discernir 

A mente é capaz de reconhecer pela razão os próprios erros nos quais se apóia e corrigi-los . 

A preguiça de pensar é a responsável pela limitação do discernimento, da razão. 

Adaptando-se às análises estreitas e superficiais da vida e das suas manifestações, o ser permanece em estágio inferior, malbaratando o tempo e a oportunidade. 

O empenho de manter a atenção - que observa - a concentração - que fixa - e a meditação - que completa o equilíbrio psicofísico - tornam-se a ponte de união entre a consciência superficial e o “Eu” profundo, unificando, desse modo, a ação dos dois hemisférios cerebrais que se harmonizarão e se desenvolverão em equilíbrio. 

A repetição dos atos gera hábitos e estes tornam-se memórias, que passam a funcionar automaticamente. 

Se eleges hábitos mentais de discernimento para o correto, agirás com segurança e essas memórias funcionarão automaticamente, amadurecendo-te intelectiva e afetivamente, com este comportamento oferecendo-te consciência de ti mesmo, identificação com o teu “Eu” profundo. 

O reino dos Céus está dentro de vós - acentuou Jesus com infinita sabedoria, em um tempo de grande ignorância e com um conteúdo de extraordinária atualidade. 

A psicologia profunda de hoje desvela este lado escuro da criatura, iluminado-o com a presença do espírito no corpo, qual a contribuição proposta por Viktor Frankl, na sua constatação noética, palavra derivado do termo grego nous ou espírito. 

E Allan Kardec, o missionário da Era Nova, aclarando os escuros patamares humanos da consciência adormecida, após interrogar os instrutores da humanidade, a respeito do progresso, deles recebeu a confortadora e segura resposta, conforme a questão numero 779, de “O Livro dos Espíritos”: 

– O homem se desenvolve por si mesmo, naturalmente. Mas, nem todos progridem simultaneamente e do mesmo modo. Dá-se então que os mais adiantados auxiliam o progresso dos outros, por meio do contato social.


Joanna de Ângelis






VÍDEO: 

Capítulo 12 - Consciência e Hábitos 
Carmen Silveira







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