Emmanuel - Livro Harmonização - Chico Xavier - Cap. 20
Não vos enganeis
“E Jesus respondendo-lhes começou a dizer: — Olhai que ninguém vos engane…” — (Marcos, 13:5)
Na atualidade, quando os grandes conflitos atormentam os povos, é interessante recordar ensinamentos do Mestre, por demonstrar o caráter sempre novo de suas lições sublimes.
No momento que passa, fala-se da arma psicológica do quinta-colunismo, organização dissolvente das energias internas das nacionalidades. Comenta-se a situação criada por elementos dessa natureza, destaca-se-lhe o perigo.
Entretanto, há vinte séculos, Jesus recomendava aos continuadores devotada atenção nesse sentido. Vemo-lo no Evangelho de Marcos respondendo à consulta da multidão referentemente ao trabalho renovador do futuro e, em primeiro lugar, induz o discípulo à vigilância para que ninguém o engane em seu ideal sublime.
Com essa atitude, queria esclarecer o Senhor que os insucessos nunca vêm essencialmente do exterior, da pressão de armas furiosas, do criminoso ataque da violência. A derrocada começa também de dentro para fora.
Capitular o cristão diante do mal, escutar-lhe os alvitres venenosos, no pressuposto de ganhar títulos fáceis, é perder a grande batalha da vida.
O trabalho do Cristo é a instituição universal da verdade e do bem e se as menores instituições do direito humano são defensáveis, que não dizer da organização sublime do Salvador?
Toda atividade defensiva da paz digna e laboriosa é cooperação com Jesus. Mas as esferas numerosas de trabalho comum estão cheias de aprendizes descuidosos e invigilantes.
É preciso, porém, que os Espíritos enganados renovem interpretações e revejam caminhos percorridos. Obscurecer, falsear, iludir constituem armas invisíveis e mortíferas dos que operam a confusão.
O discípulo do Cristo não deve ignorar que se encontra em luta permanente contra o mal, em si mesmo, e não deve desconhecer que a falência nasce do engano, da insegurança e vacilação.
Quando tantas coletividades se aprestam à defesa da ordem e dos princípios cristãos, lembremos que o Mestre não esqueceu de incluir a coluna da mentira, entre os mais implacáveis inimigos da humanidade liberta.
Emmanuel
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