Miramez - Livro Filosofia Espírita - Vol. 5 - João Nunes Maia - Cap. 44
Visão do Espírito
248. O Espírito vê as coisas tão distintamente como nós?
“Mais distintamente, pois que sua vista penetra onde a vossa não pode penetrar. Nada a obscurece.” (O Livro dos Espíritos - Cap. 5 - Da Vida Espírita - Percepções, sensações e sofrimentos dos Espíritos)
A visão do Espírito é diferente da visão humana. Por certo que se fundamenta nas mesmas leis, que regulam todas as coisas na casa de Deus. Todavia, quando se trata de Espírito livre das condições da matéria as mudanças são sobremodo diferentes.
O mundo dos Espíritos se encontra em outra dimensão, em se comparando à dimensão vibratória lenta das coisas da Terra. Os Espíritos superiores vêem as coisas da Terra com mais perfeição, enxergam até nas profundezas da matéria e compreendem, na sua intimidade, o que passa despercebido pelas almas envoltas no fluídos da carne. Há Espíritos, todavia, que não percebem os valores do mundo físico, como certos homens, dadas as suas condições inferiores. Falta-lhes a maturidade que amplia a visão.
Para os Espíritos puros, as barreiras da visão desaparecem quase por completo, e o poder semelhante aos aparelhos que se usa na astronomia, para se enxergar os astros que circulam no macrocosmo, e para observar o microcosmo em relação ao corpo somático do ser humano, o Espírito superior tem dentro de si, com mais vantagem. Basta acionar sua vontade, dilatando, assim, sua visão interior, pela qual os seus poderes canalizam e trazem para perto de si as distâncias imensuráveis, bem como as minúsculas partículas da matéria. O vírus lhes aparece do tamanho que lhes apraz.
Tudo o que o homem descobre, já sustentado pelas leis universais, é porque se encontra no seu mundo íntimo, desabrochando ou palpitando em forma de luz para clarear a inteligência. A perfeição existe dentro d'alma, mas, em estado latente, diversificado, entre as criaturas, de sorte que a escala de despertamento é imensamente variável. Na época atual os dons se acham constrangidos, por faltar aos homens a maturidade e os valores que somente o tempo tem o poder, com as bênçãos de Deus, de despertar.
O Espírito puro, com a sua visão desembaraçada da matéria de baixa vibração, vê distintamente todos os valores no segredo da sua composição. É por isso que compreende seus valores como sendo igualmente criação de Deus, sujeitos, assim, ao crescimento e transformando-se, alcançando lugar em outras dimensões de aspecto brilhante.
Na verdade, matéria e Espírito se confundem no empuxo evolutivo; tudo tem vida, e na intimidade a vida se expressa como tal. Se queremos ver mais além da matéria bruta, adestremos nossa visão nos argumentos do Evangelho, que eles nos fornecerão meios para dilatarmos nossa percepção, e poderemos observar o reino de Deus se irradiar por todas as formas, convidando o Espírito para a glória imperecível dos céus.
Os que se encontram com a visão minguada, ainda desconhecem a verdade, e não se esforçam para saber o que existe além da vida física. Muitos deles desencarnam e continuam cegos e surdos, por falta de preparo nas lides da carne. A Terra é, pois, uma universidade do Espírito, onde Deus está presente e Jesus não se esquece de ajudar. Dilatemos a nossa visão pelos processos do amor, de forma que a caridade seja o instrumento que nos salva e nos mostra a grande esperança.
Miramez
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