quinta-feira, 14 de julho de 2022

Joanna de Ângelis - Livro Vitória sobre a Depressão - Divaldo P. Franco - Cap. 12 - O Livre Arbítrio



Joanna de Ângelis - Livro Vitória sobre a Depressão - Divaldo P. Franco - Cap. 12


O Livre Arbítrio
 
 
Desde o momento quando o Espírito, no processo evolutivo, conseguiu alcançar a capacidade de pensar, a fim de agir de maneira consciente, o livre-arbítrio liberou-o dos automatismos naturais a que se encontrava submetido, sem o discernimento para as atividades pertinentes ao seu crescimento intelecto-moral.

Essa admirável conquista dentro do determinismo superior ensejou-lhe, a partir daquele instante, a capacidade de experimentar a vivência das emoções enobrecidas, embora ainda exista o predomínio dos instintos que são inerentes à sua condição de humanidade.

Foi-lhe facultado o ensejo de eleger o Bem ao invés do Mal, logo que a psique experimentou a fissão inevitável, separando as duas expressões da vida que se encontram ínsitas no ser.

Compreendendo que o bem é tudo aquilo que está concorde com as leis de Deus, que proporciona alegria de viver, tranquilidade emocional e bem-estar, pode superar a inclinação para o mal, esse atavismo que o vem arrastando pelo sorvedouro das reencarnações repetitivas, sem conquistas relevantes.

Orientado pela consciência do que deve fazer, sempre que lhe seja facultado realizá-lo, pode operar com segurança os mecanismos internos de que se encontra possuído, avançando na conquista de novos e mais elevados patamares morais. O intelecto se lhe dilata, ampliam-se-lhe as percepções da vida enriquecendo-o de júbilo, por entendê-la com segurança, ao mesmo tempo aumentando o círculo da afetividade fraternal que o torna membro útil do grupo social no qual se movimenta.

Embora a aquisição do livre-arbítrio, que constitui uma bênção, a responsabilidade moral assume na consciência um papel de alto significado, porquanto o resultado da opção elegida desencadeia efeitos inevitáveis que devem ser acatados, avaliados e aplicados de forma consciente.

Os desequilíbrios emocionais que induzem às ações que lhe retardam a marcha, porque o prendem aos elos do primarismo por onde deambulou, passam a constituir-lhe adversários implacáveis, que devem ser enfrentados em combate sério, sem postergações nem anuências com as suas atrações.

Os velhos hábitos morais profundamente arraigados como efeito das paixões subalternas, devem ser substituídos por novas condutas que proporcionem libertação dos vícios e das manipulações perversas da ignorância antes em predomínio.

Nessa peleja do hoje em relação ao ontem que deve ser superado, muitas vezes ocorrerão insucessos que são compreensíveis até que as conquistas recentes se fixem em forma de novos automatismos.

Quanto mais sejam exercitadas as faculdades de discernimento espiritual, mais valiosas se tornam, em razão dos resultados que se experimentam em cada momento.

A escolha correta em relação ao comportamento a experiênciar-se, logo resulta em harmonia interior e encantamento pela existência, enquanto que as opções sombrias, ao inverso, favorecem a permanência da ansiedade, da insegurança e de contínuo mal-estar… Certamente, o próprio livre-arbítrio possui limites ante o determinismo que estabelece as regras do desenvolvimento evolutivo, no qual todos se encontram situados, não podendo, portanto, ultrapassar a fronteira do mérito de cada pessoa.

Procura reflexionar com cuidado antes de tomares decisões em relação aos problemas e desafios que se te apresentam em cada instante.

Não ajas em decorrência do impulso, pura e simplesmente, quando surpreendido pelas ocorrências afligentes.

Busca analisar os efeitos da tua decisão e modera a forma como os enfrentarás.

Muitos males podem ser evitados, quando a paciência, o comedimento e a coragem da fé contribuem para o discernimento de como comportar-se nesses momentos desafiadores, enquanto a irreflexão, o orgulho ferido e o egoísmo direcionam a conduta para verdadeiros desastres… O respeito pela vida impõe serenidade em cada fase do seu desenvolvimento e os fenômenos psicológicos de alto risco merecem tratamento especial, de maneira a proporcionar saúde e paz, em vez de transtornos e desaires Desencadeada a ação, os efeitos de imediato se apresentam, inevitáveis.

Ninguém é impelido à prática do mal, à permanência no vício, no erro e nos empreendimentos perturbadores, sem chance de evitar-lhes a injunção penosa. Desde que se alcançou a faculdade de pensar e de decidir, mesmo que sob os camartelos do sofrimento, a decisão deve firmar-se nas leis de amor que vigem em toda parte e que todos os seres humanos sentem, mesmo quando não as conseguem entender.

Em decorrência dos comprometimentos antigos, existe um natural arrastamento para a continuidade da conduta malsã, que o bom senso, o conhecimento já adquirido repelem, por saber-se as consequências que deles resultam.

Aceitar-se ou rejeitar-se o impulso doentio é opção de cada qual, valendo, nessa decisão, as disposições para a conquista da harmonia-pessoal, da felicidade.

Um valioso recurso encontra-se à disposição de toda criatura-sincera, no momento em que se aturde com os fatos desastrosos, com as surpresas desagradáveis, com os impositivos penosos da existência, que é a oração, capaz de propiciar ligação psíquica com as forças vivas do Universo, com a Divindade, que providencia socorros imediatos, enviando respostas seguras e as forças necessárias para o êxito do enfrentamento.

Quando alguém ora, abrem-se-lhe os campos psíquicos, que se tomam dúcteis aos registros das respostas celestes.

Conhecessem, as criaturas humanas, a excelência dos resultados da oração, e sempre que lhes fosse possível, buscariam o concurso da vinculação com as Esferas superiores, haurindo, nesse intercâmbio, energias saudáveis para as vitórias existenciais.

Todos são livres para pensar e para agir, desde que as leis lhes facultem a atividade. Nada obstante, ninguém pode fugir às consequências da sua escolha, do seu arbítrio.

A vida é um ato de amor do Genitor Divino, merecendo ser considerada com elevação e respeito, a fim de que se coroe de frutos sazonados de paz e de progresso.

Cada conquistador avança no rumo da sua eleição, pagando o preço da aventura, do empreendimento.

De igual maneira, utiliza-se do recurso extraordinário do livre-arbítrio para não mais comprometer-se com o erro, o crime, a infelicidade.

Estás destinado à plenitude. Começa a experimentá-la desde agora nas suas primeiras expressões.


Joanna de Ângelis













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