Miramez - Livro Horizontes da Vida - João Nunes Maia - Cap. 17
Transmissão de Energias
Todos temos a capacidade de transmitir energias onde quer que seja; são valores permutáveis entre os homens e os Espíritos. No entanto, é preciso saber, para ajudar com mais eficácia. Os nossos pensamentos são poções energéticas a nós entregues pela Divindade, para que possamos delas fazer uso, centro da liberdade que temos ao nosso dispor.
As nossas idéias são alentos capazes de levantar caídos, curar enfermos, instruir ignorantes e ainda estabelecer paz onde haja guerra. A palavra é força de potencialidade invejável, que pode construir quando ligada em Cristo. Para ajudar alguém que sofre, usemos em primeiro lugar a palavra, escolhendo o que falar, deixando o verbo ser envolvido em vitalidades valiosas do amor, para que esse amor se transforme em saúde e paz espiritual.
Podemos transmitir energia a outrem pelo olhar, dentro da mansuetude dos sentimentos. Podemos imantar, de ânimo e fé, o companheiro que conosco conversa, pela nossa disposição, onde a fraternidade acompanha o ardor da caridade. Ainda mais, as nossas mãos são canais por onde a luz pode percorrer sem embaraço para os corações sofredores, na solução de problemas incontáveis.
Tudo o que se faz pode ser envolvido em força divina, dependendo do que se sente de luz, com a presença do amor. É necessário educar os pensamentos nos preceitos do Evangelho, avançando para a disciplina das palavras, que o estímulo da sua presença tornar-se-á em clima de maior paz no coração que sofre. Que não se perca a oportunidade, quando ela surgir a sua frente, de ajudar servindo de instrumento do bem comum.
Façamos a vontade de Deus, que sempre nos transmite os meios para que possamos fazer o bem. Por que recuar? Jesus nunca parou na cooperação com Deus, no soerguimento dos homens: escreveu o evangelho em a natureza e ainda estabeleceu o clima superior para que os homens, Seus discípulos, pudessem escrever no mundo o Evangelho da Terra, pálido reflexo da boa nova do céu.
Basta um pequeno esforço para que possamos ajudar; entretanto, devemos saber como ajudar melhor, nos momentos certos e horas exatas, para que o necessitado se eduque e se instrua, usando as suas próprias forças para se manter, nos caminhos que percorre. Deus não esquece de ajudar a todos: recebemos somente o que merecemos. As portas da nossa elevação que se abrem à luz dependem dos nossos esforços; quando aprendemos a abri-las, tudo se torna mais fácil, indicando os caminhos da nossa felicidade.
Vejamos a beleza da vida, na vida universal! Os poderes de Deus estão concedidos para os Espíritos na altura de seus despertamentos espirituais, e descobrir essas forças depende dos nossos sentimentos de amor em favor da humanidade; não depende de sermos religiosos, e, em qualquer lugar a que formos chamados a servir, os ensejos nos aparecem para o grande aprendizado. E o espírita tem mais responsabilidade, por conhecer mais de perto as leis; basta que as coloque em prática, para que a luz floresça no coração e a vitalidade em Cristo brilhe na consciência!
O dinamismo do coração ainda é desconhecido entre as criaturas; Deus oferece a cada um, abençoando, como que um quilate de luz, para que se possa mover um mundo. Escutamos sempre o camponês falar "se o boi soubesse a força que tem, que seria de nós?" E nós falamos que se o homem tivesse consciência de seus poderes, despertando-os sem a devida educação dos sentimentos, o que seria da vida? Tudo vem a seu tempo, e o Senhor espera a maturidade das almas para grandes revelações. As bombas que os países chamados desenvolvidos fabricam, em comparação à força mental de um só na crista da evolução espiritual, podemos dizer que dignifica o riscar de um fósforo, e nada mais. A mente do Espírito é uma mente de Deus em miniatura, esperando os toques do amor e da sabedoria espiritual. São horizontes da vida que se abrem com o abrir do coração para a grandeza da fraternidade em Jesus Cristo.
Usemos a transmissão de nossas energias para a paz das consciências, que no porvir encontraremos essa paz a nos esperar, para o banquete da felicidade.
Miramez
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