sexta-feira, 10 de junho de 2022

Miramez - Livro Médiuns - João Nunes Maia - Pág. 182 - Firmeza no dever




Miramez - Livro Médiuns - João Nunes Maia - Pág. 182


Firmeza no dever


"Por esta razão, importa que nos apeguemos, com mais firmeza, às verdades ouvidas, para que delas jamais nos desviemos". (Hebreus - Cap. 2, v. 1)

Recusar ideias negativas é comandar o próprio destino, é preparar o terreno da mente a fecundos plantios. E neste trabalho, o coração oferta maiores amplitudes. A Doutrina Cristã abre, pela natureza do bem, clareiras imensuráveis à inspiração divina. A firmeza no dever, imputada à consciência, limpa de vez a dúvida dos outros para conosco, dando a nós mesmos segurança e paz. O candidato à mediunidade, ou quem já deu início às atividades mediúnicas, não pode se esquecer dos deveres maiores, aqueles que ficam além do labor cotidiano do pão nosso de cada dia. E o dever de ajudar os semelhantes. É no exercício do bem que o coração expande todas as forças que o amor lhe ensinou. E aquele bem que se transforma em alegria, que nunca dá o preço do seu trabalho, é aquele céu que se revela em nós no momento em que nos dispomos a ajudar.

Jamais existe mediunidade com Jesus sem o prazer da cooperação, e o médium deve começar a caridade em casa, estudando as reações dos seus familiares, o que pode ofendê-los e o que lhes traz alegria. Tem o maior cuidado no falar; mesmo que alguns pensamentos inoportunos invadam seu campo mental, não deixa que eles se transformem em sons audíveis nem em atos impensados. Esforça-se na disciplina, selecionando suas atitudes, para que, no amanhã, possa ter completo domínio de si mesmo.

Não pensemos que liberdade só existe quando pensamos e falamos. O que surge em nossa cabeça sem que o bom senso cristão analise, é a verdadeira escravidão, tisnada pela ignorância, por não participarmos do que pode advir dos desastres que, com isso, poderemos causar aos outros. Ê bom que nos lembremos que estamos em uma escola na Terra, bastante exigente para conosco, pois neste estágio evolutivo em que estamos é o que mais nos convém. A liberdade ideal nos virá depois que o amor cobrir toda a multidão das nossas faltas.

A exuberância no dever flui de simples pensamentos e atos ininterruptos. O volume de águas do Amazonas tem muitos afluentes que não cessam de doar suas cotas. Não pode existir vida sem intercâmbio; portanto, a mediunidade é a base da própria vida. Temos um imenso prazer em nos comunicar com os homens, e quando encontramos ressonâncias, a nossa alegria é maior. O ideal do Evangelho, senão do Cristo, é entregar o homem a si mesmo, cuidando dos seus próprios problemas, sem os petitórios em demasia. A prece é uma grande força, o filho reconhecendo a paternidade universal. Não obstante, o fanatismo na oração desvia a alma do dever que a vida repartiu para cada um. Trabalhemos, meu filho, com amor, onde o dever nos convida. Não reclamemos contra as condições, não maldiguemos o tempo, e não nos aborreçamos com os companheiros. Definamos o que fazer, pelo bem.

Já falamos muitas vezes, e tornamos a repetir, que a humanidade é um corpo maior, onde as células são as individualidades, firmando a ideia, daí, que todos estamos interligados uns aos outros por leis espirituais irremovíveis. Portanto, a doutrina de cuidar de si mesmo não é egoísmo, nem participação com orgulho. E firmar, cada vez mais, no dever de cada um, a contribuição para toda a coletividade. A consciência em Cristo nos convoca, pelo raciocínio, à firmeza no ideal do bem. Ela é a vigilância maior para que jamais nos desviemos do amor. Convidamos, com isso, os leitores a participar da instrução elevada; onde quer que esteja a sua fonte, pois é de gota a gota da água da sabedoria, que matamos a sede do coração.

"Por esta razão, importa que nos apeguemos, com mais firmeza, às verdades ouvidas, para que delas jamais nos desviemos".


Miramez













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