terça-feira, 28 de junho de 2022

Allan Kardec - O Livro dos Espíritos - Da vida espírita - Escolha das provas - Questão 268 (Miramez)



Allan Kardec - O Livro dos Espíritos - Da vida espírita


Escolha das provas


268. Até que chegue ao estado do perfeita pureza, o Espírito tem de passar constantemente por provas?

– Sim, mas elas não são como as entendeis. Chamais provas às tribulações materiais, ora, o Espírito, chegado a um certo grau, mesmo sem ser perfeito, não tem mais nada a sofrer. Mas tem sempre deveres que o ajudam a se aperfeiçoar, e que não são penosos para ele, a não ser os de ajudar os outros a se aperfeiçoarem.


Allan Kardec





O Livro dos Espíritos comentado pelo Espírito Miramez

Questão 268 comentada

O Espírito, em certas faixas evolutivas, passa por provas, por vezes duras, com o objetivo de despertar ou aprimorar suas qualidades espirituais, depositadas, em sua consciência, pelo Criador.

O progresso da alma tem um preço: a passagem pela porta estreita.

Em princípio, o homem abusa dos poderes que lhe foram concedidos, do ouro que lhe foi entregue por empréstimo do Pai; da saúde que a vida lhe ofertou, e a inferência disso são os sofrimentos de toda ordem, que vêm lhe ensinar o roteiro mais proveitoso a trilhar.

Quando a lição é aprendida, cessa a necessidade da presença da dor, mestra incomparável, que deixa o homem entregue a si mesmo, consciente dos seus deveres. As provas, portanto, têm um fim, e quando o Espírito já não necessita de passar por situações penosas, outros vêm a ser os seus deveres, quando ele empregará os valores conquistados, com alegria, no seu adiantamento e no progresso dos que se acham na retaguarda, assim como ele mesmo recebe do Alto a assistência nos seus caminhos de redenção.

Tudo na vida progride. A própria dor, que no mundo material é quase considerada como um fantasma apavorante, continua volatizada entre os Espíritos elevados, em outra faixa, também evoluída e que dá prazer, como deveres ante a Paternidade Universal.

As virtudes do Espírito têm cada uma sua expressão própria e com sua ascensão elas ganham pureza cada vez mais sublimada, de modo a iluminarem o Espírito em qualquer estágio em que ele se encontre.

Os motivos que fazem a criança chorar não são os mesmos que inquietam o adulto.

A visão de Jesus em relação à sociedade humana era uma, e a da humanidade em si era outra bem diferente. Foi por isso que Ele, em muitos casos, falou por parábolas, deixando de dizer muitas coisas que os homens não estavam preparados para ouvir.

As provas, se assim podemos chamá-las, para os benfeitores da humanidade, consistem em levá-los a auxiliar no progresso, com paciência, com amor e com energia, e sentem eles muita satisfação nessas lutas.

Cada vez que o Espírito muda de plano, alcançando mais um degrau na escala espiritual, ele sente a necessidade de deveres diferentes, reclamando a sua falta, pois sempre tem que lutar para se elevar.

Os Espíritos Superiores sentem alegria em amanhar o bem onde quer que sejam chamados a servir e estão atentos à vontade de Deus, sob as vistas do Divino Mestre.

As provas dolorosas são breves, as lutas não. O esforço próprio para evoluir cada vez mais é, pois, eterno. Quando se encerra um ciclo evolutivo, inicia-se outro, em dimensão diferente. Essa é a vida, dentro da vida de Deus.

Os Espíritos que estão na Terra, se movendo em um corpo de carne, podem avaliar suas atividades e notar a que grau pertencem na ascensão para a libertação.

Conscientes do que precisamos, devemos trabalhar para nos melhorarmos moralmente. Esse é o dever de todos nós, nos dois planos da vida.

Vale a pena trabalhar pelo bem, na lavoura íntima, e essa se reflete em tudo o que fazemos, tornando-nos conhecidos pelas nossas obras.

No fim das provas brotará em nossa consciência a tranquilidade imperturbável.


Miramez




Filosofia Espírita - Vol. VI - João Nunes Maia
Cap. 13 - As provas têm um fim?









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