Miramez - Livro Filosofia da Mediunidade - João Nunes Maia - Cap. 27
Tirar e acrescentar
O Livro dos Médiuns - 2º Parte Cap. IV -79 a 81
As leis da natureza, embora imutáveis, estão sujeitas à ação do fluido universal que, pelas suas propriedades, pode determinar alterações na ação dessas leis sobre os corpos.
É função da mediunidade em exercício demonstrar às criaturas o que o médium dotado de tal ou qual dom pode fazer. O próprio Allan Kardec, em sua época, teve essa experiência com médiuns de efeitos físicos, que travam, em seu transe, o peso de um corpo, e uma pessoa fraca o levantava com um simples toque de mão, assim como fazia pesar um pequeno corpo, de tal maneira que um homem forte não conseguia levantar, embora fazendo todo esforço para tal. É como que alterar a lei da gravidade que, isolada, deixa os corpos ficarem leves e, ajudando na sua atuação, deixa-os mais pesados.
São fenômenos de quem conhece as leis naturais, e, ainda mais, evidenciam a presença dos Espíritos que se encontram em toda parte, juntamente com os homens. É nesse encontro que a luz se faz.
O mediunismo é lei em todos os mundos habitados e entre os próprios Espíritos, desde o início das coisas. Contudo, ele precisava de disciplina na sua função benfeitora, e Jesus foi o mestre por excelência, que veio também para educá-lo em todos os seus aspectos de comunicação. Além de ensinar, Ele deixou o Evangelho como norma de vida, para a educação, tanto da mediunidade, como dos homens que desejam iluminar-se.
É agradável aos nossos sentidos de compreensão buscar reforço no Evangelho de Jesus para todos os nossos assuntos; assim, citamos as palavras de Jesus, registradas por Marcos, no capítulo quatro, versículo vinte e cinco: Pois ao que tem se lhe dará; e, ao que não tem, até o que tem lhe será tirado.
Por vezes parece injustiça esse conceito evangélico, porém, é pura justiça, no entendimento espiritual, em se respeitando as leis espirituais. Ao que tem o dom aflorado da mediunidade e deseja crescer nos seus deveres, lhe será dado mais, tanto no desperta- mento das faculdades, como na assistência dos companheiros da espiritualidade, para maior difusão da verdade.
Ao que não tem, até o que tem lhe será tirado. Até o que tem, porque todos nós temos todos os dons, latentes, e quem não deseja se esforçar, servindo-se desses dons para ajudar a crescer, até o dom que tem lhe será tirado porque, pela inércia, ele ficará mais adormecido, até chegar o dia em que o Espírito despertará e o
acionará com a sua boa vontade. Aí lhe será dado mais, porque quem busca acha.
O que podes entender também por tirar e acrescentar: se tens alguns dons mediúnicos em desenvolvimento ou aflorados, deves cultivá-los. Os espíritas devem saber como fazê-lo. Os livros esclarecedores circulam com abundância, como bênçãos de Deus para o despertamento dos valores das criaturas. Eles têm o poder de tirar a ignorância e acrescentar o saber sobre as leis de Deus, mostrando-as bem perto das almas, esperando o toque da boa vontade, para ficarem visíveis na sua intimidade.
Se ainda te encontras em desarmonia, por alimentares paixões inferiores, o Evangelho, em toda a sua dimensão, assim como os livros espíritas têm o poder de refocilar-te as energias e a tua conduta para a luz da esperança.
Não deves negar impensadamente os fenômenos que surgirem na tua vida, mas estudá-los com equilíbrio, que neste esforço a luz se fará e a verdade mostrar-te-á os caminhos da libertação.
A mediunidade é uma ciência que não deve ser comparada com brinquedos de criança, mas, instrumento de respeito, cuja bênção veio de Deus para maior discernimento da criatura.
Podes, na tua vida, tirar e acrescentar; tirar problemas dos teus caminhos, ou acrescentar dificuldades, dependendo do que fazes dos ensejos de luz que Deus pôs em tuas mãos.
Desejamos que a tua vida seja de utilidade coletiva, principalmente como médium. Aproximar-se-ão de ti os Espíritos que têm os mesmos sentimentos que tu, cuidando de ti, já que estás ajudando aos outros.
Miramez
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