sexta-feira, 3 de junho de 2022

Carlos Augusto - Livro Opúsculos - Chico Xavier - Cap. 10 - Indicações do caminho



Carlos Augusto - Livro Opúsculos - Chico Xavier - Cap. 10


Indicações do caminho


É sacrifício permanecer na bigorna, suportando os golpes desferidos contra nós, entretanto, o malho que nos ofende está sentenciado ao desgaste, ao cansaço ou ao ostracismo, conquanto haja sido o instrumento das pancadas que nos aperfeiçoam…

Emergimos das existências passadas com lutas enormes por vencer.

Por essa razão, de vez em quando, os temporais da dor e da desilusão varrem as paisagens de nossas vidas, arrebatando-nos flores preciosas que nos prometiam segurança e alegria…

Somos na Terra confiados ao cadinho esbraseado do sofrimento, com raros períodos de tranquilidade, mas, sem isso, talvez entrássemos na inércia da estagnação.

Correm os dias, desdobram-se as experiências, no entanto, o amor é inalterável… Com o amor que vence a morte, caminhamos para o futuro…

Sob a tempestade, somos induzidos a demonstrar desassombro e otimismo, e, à frente do pântano do mal, somos desafiados ao plantio do bem.

É preciso acrisolar sentimentos elevados, através do serviço constante ao próximo, para a recepção de novas tarefas, compatíveis com a nossa posição de aprendizes do Evangelho.

No serviço de construção do Bem, somos muitas vezes surpreendidos pela dificuldade de companheiros incompletos, pelos tropeços das possibilidades deficientes, por lutas incessantes e provações inesperadas, mas é necessário continuar…

A jornada cristã é assim qual grande assembleia de viajores que iniciam juntos o elevado empreendimento, cuja meta é a integração com Jesus…

No primeiro instante muita gente…

Na primeira hora, festividade e júbilo, afirmações e promessas…

Depois, a caravana escasseia em número…

Só a qualidade persevera…

Haja o que houver, procuremos o Cristo que amorosamente nos procura…

Recebamos as pessoas difíceis de nossa estrada, especialmente na área doméstica, na condição de instrumentos do nosso próprio aprimoramento.

Confiemos sempre em nosso Divino Amigo. Jesus mandará que as brisas de sua infinita misericórdia nos amenizem as penas nos dias de provação e nos enviará o orvalho de seu incomensurável amor, nas noites de aflição, para que se nos multipliquem as forças.

A nossa época assemelha-se a um rio tumultuado para todas as embarcações, exigindo muita perícia no leme.

Há ligações do passado que reclamam muita paciência e carinho, até o sacrifício pessoal, nos dias do presente, para que se convertam em laços de amor e luz.

O Céu não se empobrece de amor.

Não te aflijas pelas dificuldades naturais do caminho.

Tudo melhorará com a bênção de Deus.

Não relaciones obstáculos e amarguras.

Espalha com todos a tua compreensão e a tua alegria.

Perdoar, perdoar tudo o que não seja nossa vontade, para buscarmos a Vontade de Deus e cumpri-la.

Amparar a todos os que sofrem e a todos eles agasalhar em nossa alma, a fim de que o Divino Mestre, em sua bênção, nos encontre aproveitando as lições que nos concedeu.

O coração humano é qual terra plantada; precisa de água providencial para a necessária adubação, a fim de proteger a semente.

A distância não existe quando o amor está no íntimo da alma.

Supliquemos a Deus nos conceda a todos, encarnados e desencarnados, a precisa energia para conjugação de esforços, na execução do bem.

As almas, seja onde for, são assim quais os astros, que mesmo distanciados uns dos outros, permutam as próprias essências nas irradiações com que se influenciam, reciprocamente.

Cada dia que amanhece assemelha-se a uma página em branco, na qual gravamos os nossos pensamentos, ações e atitudes.

Na essência, cada dia é a preparação de nosso próprio amanhã.

Os nossos exemplos são capítulos que formam o livro de nossa vida, em torno do qual os nossos semelhantes criam as opiniões a nosso respeito.

Adular é perder.

Não nos percamos entre as conjunturas do campo humano, em que cada ser, muitas vezes, nos parece uma viva interrogação, em si próprio.

Atendamos ao nosso dever e sigamos adiante.

O passado lançou-nos em débitos tão pesados, que só mesmo à força de paciência e de amor, conseguiremos edificar no presente o futuro melhor.

Nas horas difíceis, procuremos sorrir e saibamos caminhar.

Na frente, a Divina Bondade nos espera e não nos faltará combustível do Socorro Divino à lâmpada de nossas necessidades, a fim de que haja bastante luz em nosso roteiro.

Quanto mais intenso se nos fizer o trabalho com Jesus, mais ampla assistência de Jesus receberemos.

Receberemos da vida os desafios de que necessitamos.

Sábias leis presidiram-nos a formação do grupo doméstico, motivo pelo qual nos encontramos nele com graves problemas a resolver; prossigamos unidos com todos, dia a dia, a fim de que o nosso ensejo de elevação não se perca.

Juventude e maturidade são caminhos difíceis de transitar.

Quem se eleva a Jesus, através da fé pura, não perde a bênção da paz.

Com esperança, as fontes caminham para a vastidão das grandes águas e, através dela, avançamos na Terra do berço para as experiências maiores.

Não se deixe abater diante de obstáculos que, por vezes, simbolicamente não passam de nuvens no Céu.

Toda nuvem é sombra que se desfaz para que a luz reine e domine.

O pensamento de quem ama é um coração que fala. E o coração fala sempre, porque jamais dorme.

Saudade é um conjunto de sete letras que se reuniram sob as leis da vida para aferir o coração e aprimorá-lo…

Ainda assim, aprendamos com a fé que a saudade é quase sempre a flor da separação que desabrocha ao sol da esperança para retornar, por amor, a nós outros, na hora do reencontro.

Não relaciones entraves e amarguras. Espalhemos com todos os companheiros da marcha humana os valores da compreensão e da alegria.

Perdoar e perdoar sempre tudo o que não seja nossa vontade pessoal, a fim de buscarmos a vontade de Deus e cumpri-la.

O Lar é um recinto de provas, verdadeira escola transmitindo lições.

Em família, somos professores e, ao mesmo tempo, aprendizes uns dos outros.

A distância não existe quando o amor está palpitando no coração.


Carlos Augusto






Carlos Augusto, também conhecido pelo nome de Gugu, chama-se Carlos Augusto Ferraz Lacerda.

É filho do médico Dr. Oswaldo Lacerda, de saudosa memória e de D. Ynayá Ferraz Lacerda, residente na Capital do Rio de Janeiro.

Carlos Augusto faleceu no desabamento do cine Rink, em Campinas, Estado de S. Paulo, no dia 16 de setembro de 1951. — Nota do Médium.



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