Ermance Dufaux - Livro Jesus, a Inspiração das Relações Luminosas - Wanderley Oliveira - Cap. 4
Livre-se da saudade de si mesmo
Existem relacionamentos que vão se intoxicando a tal ponto que podem perturbar muito e tirar mais do que o sono. Nesse estado, você não sabe mais o que fazer para resgatar a saúde da convivência e aceita, sem perceber, a manipulação e o domínio como alternativas ilusórias de solução.
Com base em crenças limitantes, o mecanismo mental inconsciente adotado em tais contextos é algo como: “Vou fazer isso ou aquilo para agradar, assim serei amado ou respeitado”. Ao agir assim, você se afasta de si mesmo para supostamente estar mais perto de quem ama. Em seguida, vem a angústia, o pânico, o desespero, a mágoa e outras tantas dores emocionais.
Em função de limitações morais, emocionais e espirituais, são geradas relações destrutivas e muito sofrimento quando desejamos amar e ser amados. É uma característica inerente à grande maioria dos habitantes da Terra, esse planeta-escola de relacionamentos provacionais.
Esse abandono de si mesmo, no entanto, não é um amor que cura, é sim uma ilusão que leva a um sacrifício. E onde comparece o sacrifício, abre-se um campo fértil para cobranças e conflitos, submissão e abuso. Nesse contexto, você perde a convivência com quem realmente é.
Muitos relacionamentos estão adoecidos por conta desse sentimento: saudade de si mesmo. Saudade de ter e reaver seus sonhos, de momentos de legítima felicidade e alegria. Isso acontece porque as pessoas se perderam de si mesmas ao longo dos relacionamentos, na esperança de ter o amor dos outros.
Quando Jesus declara para Marta, irmã de Maria, que ela andava ansiosa e afadigada, chamava sua atenção para o fato de que ela não estava se percebendo, pois estava ocupada em muitos serviços, distraída do essencial, condições emocionais de quem está ultrapassando todos os seus limites e deixando de considerar a si próprio.
Nessa mesma ocasião, na visita de Jesus à casa de Marta e do seu irmão Lázaro, Maria parou os afazeres diários para ouvir o Mestre. Marta tentava fazer todos os serviços ansiosamente. Diz o texto evangélico, a seu respeito:
“Marta, porém, andava distraída em muitos serviços e, aproximando-se, disse: Senhor, não te importas que minha irmã me deixe servir só? Dize-lhe, pois, que me ajude.” (1)
Além de estar tão atarefada e tentar vigiar tudo, ainda solicitou a Jesus que alertasse a irmã. Fica patente a relação de autoabandono e a tentativa de colonizar o outro. Maria, no entanto, é o típico exemplo de quem deseja se encontrar, pois parou de fazer tudo, assentou-se aos pés de Jesus para ouvir Sua palavra e entender Seus ensinamentos libertadores. Esse gesto equivale a ouvir você e realizar o autoencontro.
Ame-se! Encontre-se! Mate a saudade de você mesmo! Isso é a maior prova de amor perante a vida. Cuidando de se amar, de melhorar sua estima pessoal, de suprir a sua carência com amor próprio, você vai atrair o amor legítimo e compensador.
Frase terapêutica Nenhuma pessoa poderá preencher seu coração, se antes você mesmo não aprender a fazê-lo.
Ermance Dufaux
(1) Lucas 10:40.
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