sábado, 9 de janeiro de 2021

Joanna de Ângelis - Livro Iluminação Interior - Divaldo P. Franco - Cap. 26 - O Orgulho




Joanna de Ângelis - Livro Iluminação Interior - Divaldo P. Franco - Cap. 26 


O Orgulho


O orgulho, esse impiedoso algoz da criatura humana, é o responsável por incontáveis danos contra o indivíduo, assim como em relação ao grupo social no qual se encontra inserido.

O orgulho é um dos filhos espúrios do egoísmo, gerador de transtornos emocionais no ser que lhe é vítima.

É o adversário dá humildade que deve exornar os Espíritos, reconhecendo a própria pequenez ante a majestade da Criação.

O orgulho é vã cegueira do personalismo humano, que denigre os valores de conquista do ser profundo que se é.

O indivíduo orgulhoso faz-se ridículo na sociedade, por atribuir-se valores e merecimentos que realmente não possui, exibindo uma soberba quase patológica, que inspira antipatia, quando não uma declarada animosidade.

Ressumando prepotência, perde o contato com a realidade, vivendo em um mundo imaginário, que jamais se tornará realidade.

Resultado de fixações infelizes durante experiências transatas, quando exerceu funções relevantes, de que não se pôde liberar com equilíbrio, ou de quando vivenciou posições de destaque, pelo impositivo dos contextos sociais injustos, pensa que ainda se encontra na condição em que desfrutava de privilégios e comodidades especiais, cuja herança prejudicial deveria ter ficado no pretérito.

Não é, porém, a posição social, nem são as circunstâncias políticas, religiosas, econômicas, as geradora de genialidade, que tornam os Espíritos que passaram pelas suas experiências, que se fazem responsáveis pelos [ orgulhosos e soberbos. São eles próprios, atormentados por conflitos psicológicos e aflições morais que, nas situações denominadas como de nobreza, em face da bajulação dos débeis de caráter, deixam-se engolfar pelo orgulho, tombando, lamentavelmente, na falência espiritual.

Muitos missionários do progresso do indivíduo e da sociedade reencarnaram--se nos grupos de destaque do mundo, dispondo de poder terreno, a fim de promoverem o desenvolvimento da humanidade e fomentarem mudanças que se faziam necessárias quão inadiáveis, e somente seriam realizadas por aqueles que
dispusessem do domínio das massas e dos grupos sociais, econômicos e religiosos, de forma que às contestações não prejudicassem o programa de evolução.

No sentido inverso, muitos Espíritos renascem na pobreza, vivendo situações deploráveis, e mantêm o orgulho e a soberba como recurso de autovalorização, dificultando-se a oportunidade de crescimento interior e de paz.

Por outro lado, Espíritos de escol reencarnam-se nessas denominadas classes menos favorecidas, padecendo injunções dolorosas e aflições contínuas, não lhes constituindo impedimento para que alcancem a meta a que se dedicam, impulsionando a sociedade para os elevados patamares do progresso.

Sidarta Gautama, por exemplo, nasceu em berço de Ouro, num palácio grandioso, numa família nobre, optando pela renúncia a tudo, quando compreendeu a transitoriedade da vida física e dos seus valores, defrontando a miséria, a doença, a velhice e a morte, como elementos constitutivos da existência terrena, elegendo o caminho do meio, do equilíbrio, para alcançar a felicidade.

Akenaton, na experiência de faraó, realizou o seu encontro com fragmentos da Verdade que reuniu na personificação do deus Aton, como a melhor maneira de entender-se o Criador.

Jesus, por sua vez, elegeu a manjedoura e a carpintaria de José, para modificar a estrutura do pensamento humano e apresentar o programa de libertação real através do amor, que exemplificou até a morte hedionda a que se submeteu.

Posteriormente, não foram poucos os missionários da Fé, da Ciência, da Filosofia, da Tecnologia, que escolheram as situações modestas e as cruzes das dificuldades, abrindo os caminhos ditosos do progresso por ande tem avançado o processo do conhecimento humano.

O orgulho, portanto, é morbo que mata aquele que lhe serve de hospedeiro.

A sua perversidade impõe solidão a quem o experiência, por desconhecer a felicidade que decorre da convivência saudável com as demais pessoas.

Manifestando-se como fator de autossuficiência, enregela os sentimentos de amor e de compaixão, ressecando a alma.

Buscando similares, mesmo quando os encontra, logo se lhe estabelece a luta interior competitiva para não permanecer em condição menor, que lhe parece de inferioridade.

Com muita facilidade atrita com os demais, mesmo quando lhes reconhece a similaridade, e talvez, por isso mesmo.

Porque não ama, desconfia do amor.

Em razão da carência afetiva que experimenta, faz-se cruel.

O orgulho é, sem dúvida, fardo moral muito pesado para ser deixado à margem do processo de autoiluminação.

Só mesmo o sofrimento é capaz de enfrentá-lo, de desmascará-lo, desnudando-o e mostrando-lhe toda a fraqueza de que se constitui.

No início, irrita-o, por jamais entender-lhe o significado, a mensagem de que se torna portador.

No entanto, insistente, contínuo, fixa-se no cerne do orgulhoso e termina por moldá-lo em outros padrões.

O orgulho emite uma energia poderosa, maléfica e doentia, que, no entanto, sendo canalizada de maneira positiva e superior, converte-se em bênçãos, tornando o seu emissor uma fonte generosa, em razão da mudança que se lhe opera.

A ignorância, proposital ou não, em torno da imortalidade do Espírito, faz que o orgulhoso se alimente da extravagante opção, porquanto, se compreendesse as leis da evolução espiritual, dar-se-ia conta de que alguém tido como inferior, na sua condição social ou financeira, de nascimento ou de fé, não poucas vezes é um ser angelical, portador de superior missão na Terra, conforme se constata amiúde.

A consciência plena da vida espiritual demonstra que muitos daqueles que são subestimados, enquanto na caminhada terrestre, são benfeitores da humanidade, verdadeiros suportes do programa de desenvolvimento moral do mundo e dos seus habitantes.

Entre o esbirro do imperador de Roma e Jesus, a multidão aderiu ao primeiro, que representava o transitório poder terreno, no entanto, era Jesus, coroado de espinhos, seminu e com aparência de derrotado, o Rei solar, que prossegue soberano através dos milênios.

Pensa nisso, e combate o escalracho do orgulho, nas leiras da tua alma, nas variadas formas como se costuma apresentar, com disfarces de cinismo e de morbidez.

Nunca te arrependerás de uma atitude humilde, no entanto, de posturas orgulhosas sempre experimentarás culpa e aflição.

Deixa-te, portanto, arrastar pelas dúlcidas vibrações da humildade e vence as más inclinações, aquelas que herdaste das experiências passadas, no trânsito da evolução.


Joanna de Ângelis








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