domingo, 13 de junho de 2021

Joanna de Ângelis - Livro O Amor como Solução - Divaldo P. Franco - Cap. 19 - Acasos providenciais




Joanna de Ângelis - Livro O Amor como Solução - Divaldo P. Franco - Cap. 19


Acasos providenciais


Em face do determinismo das Soberanas Leis e do livre-arbítrio que é concedido a todas as criaturas humanas, a sua jornada encontra-se dentro de causas e efeitos naturais, que se correspondem entre si.

Todo acontecimento que tem significado existencial decorre de fato anterior que lhe desencadeou as consequências agora experienciadas, nem sempre identificadas na sua origem, o que lhes não impede de suceder.

Desse modo, planifica-se a existência através das ações desenvolvidas, num continuum inevitável que constitui a trajetória de cada vida terrestre.

Alegrias, conquistas nobilitantes, realizações pessoais, crescimento moral e intelectual defluem das experiências anteriores, sejam aquelas que dizem respeito a existências passadas ou mesmo à atual.

Da mesma forma, sofrimentos e infortúnios, insucessos e gravames, enfermidades e solidão, processos degenerativos e desequilíbrios emocionais, mentais e físicos são os frutos amargos que se colhem pela estrada novamente percorrida, e que ficaram aguardando o retorno do infrator...

Pode, portanto, o espírito desenhar a sua existência de acordo com os princípios morais que espose e o esforço que empreenda, a fim de alcançar a meta evolutiva que busca.

Ninguém consegue avançar espiritualmente, sem o contributo do sacrifício pessoal e do empenho que lhe cabe aplicar, a fim de vencer as diferentes etapas do processo de crescimento.

Inevitavelmente, portanto, cada um é responsável por tudo quanto lhe acontece, dentro dos parâmetros divinos encarregados de preservar a ordem e o desenvolvimento moral da humanidade.

Passo-a-passo, errando e corrigindo, fixando aprendizagens, o espírito galga patamares elevados num processo crescente, sem jamais retrogradar, porquanto, as conquistas adquiridas, mesmo diante de graves e perturbadores acontecimentos, jamais desaparecem, podendo ficar momentaneamente esquecidas, e logo retornando às paisagens mentais que lhes dão guarida.

O progresso, portanto, é inevitável e todos alcançarão a superação de si mesmos, conforme se apliquem na conquista dos valores imperecíveis.

A vida jamais se interrompe, em face da sua procedência divina, instaurada pelo Criador. Igualmente, todos são inspirados, mesmo nas fases mais difíceis do trânsito da evolução, a melhorar-se de dentro para fora, desenvolvendo os tesouros sublimes que lhes jazem em germe. Nada obstante, ocorrências surgem que não parecem ter explicação lógica, senão apelando-se para o acaso. São questões irrelevantes umas e significativas outras, que tem passado como coincidência, chamando a atenção dos estudiosos do comportamento humano, que simplesmente as aceitam sem mais significativas explicações.

É certo que o acaso significa algo que está programado de forma incomum com finalidade para acontecer naquele azado momento, mesmo faltando elementos para o seu sucesso.

Estando-se no mundo dos efeitos, que é o de natureza física, desconhece-se a mecânica dos acontecimentos que são elaborados fora da matéria.

O acaso que proporciona a sorte numa loteria, propiciando fortuna a alguém descuidado, tem raízes em comportamentos anteriores, em existências passadas, e que agora se manifestam como testes para a resistência moral ou oportunidade de boa aplicação dos valores na construção da felicidade de outras vidas.

O acaso que conduziu uma bala perdida, que ceifa a existência física de alguém valioso na comunidade e na família, inscreve-se como prova ou expiação para a vítima, assim como para aqueles que lhe compartem a vida biológica ou afetiva.

O acaso que proporciona um encontro com outrem, que define a existência de uma ou de outra forma, para o bem ou para o sofrimento, é efeito da necessidade de reparação de um relacionamento que foi interrompido abruptamente, deixando laços que se deveriam recompor, conforme ocorreu.

O acaso que coloca alguém em determinada situação ou local, onde sucede uma tragédia ou um acontecimento relevante a sociedade, tem suas raízes em programas anteriormente estabelecidos, com vistas ao crescimento do participante.

O acaso que favorece com o milagre da saúde um enfermo grave ou piora o quadro de alguém que se encontra com leve infecção, culminando-lhe com a desencarnação, é elaboração cuidadosa de Benfeitores espirituais que conhecem o mapa evolutivo de cada qual, operando de maneira a facultar-lhe benefícios inesperados, mesmo que, no momento, apresentem-se com perturbadores.

O acaso que fulmina uma existência, mediante um raio ou uma ocorrência sísmica, obedece a Leis espirituais que se encarregam de contribuir sempre em favor dos seres humanos, enquanto no envoltório carnal.

O acaso que permite um descobrimento científico em benefício da humanidade, como tem ocorrido ao largo dos séculos, resulta de apoio propiciado por Espíritos abnegados, que acompanham os investigadores que se afadigam em beneficiar o mundo.

O acaso que coloca alguém no momento exato de algo que seria infausto, logrando salvar a existência de outrem, é resultado de um esforço conjugado entre os Espíritos benfeitores e os sentimentos de nobreza desse que se transformou em anjo salvador.

O acaso que que empurra alguém a uma queda no abismo da insensatez, na convivência com pessoas perversas e em situações lamentáveis de conduta, teve a sua origem quando o grupo se desagregou em situação deplorável, voltando a encontrar-se para a necessária recuperação, que infelizmente nem sempre se faz como deveria ser.

O acaso de sofrer uma perda irreparável, de forma inesperada, seja pessoal, material, financeira, moral, é programa que trabalha pela iluminação de quem lhe padece a circunstância.

O acaso não existe, se o tivermos em conta de um acontecimento estúpido, sem qualquer programação, à deriva dos demais acontecimentos. Isto significaria uma desordem no conjunto harmônico do universo.

Não foi por acaso que Jesus escolheu Judas como Seu discípulo.

Não foi por acaso que Jesus deixou-se crucificar...

Não foi por acaso que a vida surgiu no universo...

Não será por acaso que o ser humano encontrará o seu rumo e modificará a existência, tornando-a um hino de louvor à vida.

 
Joanna de Ângelis







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