terça-feira, 6 de abril de 2021

Miramez - Livro Médiuns - João Nunes Maia - Pág. 179 - Nunca perder o ânimo




Miramez - Livro Médiuns - João Nunes Maia - Pág. 179


Nunca perder o ânimo

 
"Aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo". Mateus - Cap. 24, v. 13

Os infortúnios são filhos das indecisões. A fé cristã transporta os montes das preocupações de dentro para fora de nós, quando não os transforma em solo fértil, guardando no seu seio sementes frutíferas. O estudante da verdade nunca deve perder o ânimo. Sejam quais forem as circunstâncias, encontra-se uma solução, sem que ela perturbe os outros. Os recursos são imensuráveis. O médium de que falamos é um iniciado nas coisas espirituais e, para tanto, convém esclarecer que a sua disposição na vida e para viver é muito grande; não perde a oportunidade de estimular os sofredores, para que possam ter fé, pois é na confiança que receberemos a saúde que nos dispensa a alegria.

O cristão nunca esquece a vitória. Anda na nave da certeza usando o energismo do amor. Faz questão sempre de completar o que existe de bom em si. A nossa mente é um turbilhão de forças esperando disciplina, e essa disciplina educativa começa no dia-a-dia, com os primeiros sinais de obediência. Nesse clima, passa a compreender algumas das leis que nos protegem, dedilhando em seguida o esforço próprio de autocontrole das emoções.

O nosso assunto principal é mediunidade. Colocando esse dom a serviço da humanidade, sem pretensão de salvar as almas, nós nos sentiremos realizados, colaborando no despertamento do bem nas criaturas de boa vontade. Esperamos que o tempo possa colocar os povos de quaisquer credos ou políticas em livre diálogo, sem nenhuma ostentação. Porém, que a intenção de aproveitamento seja a luz de todos os interesses. Para que ofender o companheiro, só porque participa e se interessa por ideias que não nos pertencem? Por que esquecer amigos somente por não comungarem com a nossa fé? No fundo, o ideal de um é o de todos, porque somos todos filhos do mesmo Deus.

Nunca devemos perder o ânimo de melhorar em todos os sentidos. As linhas que nos ligam aos nossos ancestrais estão perdidas na poeira do tempo. No entanto, a razão nos leva bem longe, na retaguarda, fazendo-nos crer que fomos muito piores. E essa análise leva a nossa inteligência a aceitar a evolução. Partindo daí, para que ferir o nosso irmão de jornada? Por que não perdoar os que nos ofenderam sem saber o que estavam fazendo? Por que o ódio, se a experiência nos diz da excelência do amor? Por que a usura e o egoísmo, se a caridade já provou que é instrumento de salvação de todos os espíritos? Sejamos estudantes, médiuns também do bom ânimo, erguendo os que se encontram infortunados, e também médiuns do trabalho, para que o exemplo leve muitos a fazer o mesmo. Não basta só fazer algumas coisas boas. O ideal é perseverar nelas até o fim das nossas jornadas. Entretanto, se ainda as forças faltarem, façamos o que pudermos, mas lembremo-nos de continuar, todas as vezes que surgir o fracasso.

O médium deve conciliar a coragem com o discernimento, a palavra com a disciplina, a inteligência com a educação, a caridade com o equilíbrio, a análise com a brandura e o amor sem o exagero. A experiência nos lembra que, de vez em quando, somos tocados pela melancolia e, por vezes, o medo invade nossos pensamentos e a natureza propende para a brutalidade. Eis porque precisamos ler, estudando a doutrina de Jesus.

O trabalho de modificar é nosso, pelo menos o início da melhora. A participação do mundo espiritual na mudança íntima é enorme. Os espíritos superiores, ao verem alguém se esforçando para melhorar, usam de todos os seus recursos disponíveis, que possam ser aceitos. Se for um católico, vem o conselho e a ajuda por meio da sua própria crença; se pertencer à reforma, sempre a Bíblia será o repositório; se espírita, usa da mediunidade mais diretamente; se ateu, da sua própria filosofia etc. Deus sabe ajudar por todos os meios. Tornamos á dizer: nunca percamos o ânimo, e no que toca ao bem, façamos dele o facho de luz que nos ilumina, eternamente. Que a paz seja convosco, e ainda mais, é bom que escuteis de novo:

"Aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo".


Miramez






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